No Pará, hospitais aderem ao programa Agora Tem Especialistas e ampliam atendimentos pelo SUS
No total, 10 hospitais privados e filantrópicos aderiram ao programa que visa reduzir o tempo de espera por serviços especializados

Nesta sexta-feira (3), os hospitais Beneficente Portuguesa e Cynthia Charone, localizados em Belém, aderiram ao programa Agora Tem Especialistas, programa do governo federal para ampliar a capacidade de atendimento da rede pública nos estados e municípios, ao credenciar hospitais filantrópicos e privados. A iniciativa visa reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias.
Os dois hospitais somam à lista de estabelecimentos de saúde da rede privada, que, além de atuarem no Pará, atenderão o SUS, de forma complementar, nos estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em contrapartida aos serviços prestados em áreas essenciais para o SUS, eles receberão até R$ 2 bilhões por ano em créditos financeiros, que serão usados para abater dívidas federais, vencidas ou a vencer.
Em um evento online com os dez hospitais que aderiram ao programa em sete estados brasileiros, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou a importância da mobilização de toda a estrutura de saúde do país, a privada e pública.
“Gostaria de agradecer, de forma especial, aos hospitais que já aderiram a essa iniciativa, inédita no SUS, e que reforça a parceria e o compromisso em ampliar o atendimento especializado para a população que mais precisa. Esse resultado é fruto de muito diálogo, responsabilidade e de uma negociação bem articulada com os gestores locais. É um trabalho construído de forma colaborativa e alinhada ao SUS, o que fortalece ainda mais a capacidade de resposta do sistema às necessidades da população”, afirmou o ministro Padilha.
Investimento de R$ 240 milhões em saúde no Pará
Na ocasião, o ministro anunciou R$ 240 milhões para o aprimoramento da saúde no estado do Pará. "Esses recursos significam mais serviços, mais estrutura e mais cuidado para a população. Já em novembro, começam a ser aplicados R$ 200 milhões, sendo R$ 108 milhões destinados ao Agora Tem Especialistas, ampliando cirurgias, exames e tratamentos de braquiterapia. Outros R$ 57,6 milhões por ano serão voltados à habilitação e ao credenciamento de novos serviços importantes para a população. Além disso, haverá R$ 30 milhões para a compra de três aceleradores lineares, que vão ampliar e aprimorar o tratamento de câncer no estado", anunciou Padilha
Entre os hospitais que anunciaram participação no Agora Tem Especialistas, três são privados: o Cynthia Charone, em Belém (PA); o Francisco Hospital e Maternidade/Neotin, em Niterói (RJ); e o Santa Terezinha, em Sousa (PB). Os outros sete são filantrópicos: a Santa Casa de Recife e o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), em Recife (PE); a Santa Casa de Sobral e a Santa Casa de Fortaleza, em Sobral (CE) e Fortaleza (CE); a Santa Casa de Porto Alegre, em Porto Alegre (RS); a Beneficente Portuguesa, em Belém; e o Instituto de Oncologia e Ciências Médicas/Feluma, em Belo Horizonte (MG).
“As adesões representam mais consultas, mais exames e mais cirurgias aqui para o Pará. São dois hospitais importantes, um que faz toda cirurgia oftalmológica, que é o grupo Cynthia Charone, que já faz para o município de Belém e agora vai estender para outros municípios do Pará. E o outro hospital é a Beneficente Portuguesa, que além do que ele já faz pelo SUS, também fará crédito para utilizar esse recurso no ano que vem. São os novos componentes do Agora Tem Especialistas, reduzindo o tempo de espera para o povo do Pará”, pontua a assessora técnica do Ministério da Saúde, Lena Peres.
Troca de dívidas por mais atendimentos para o SUS
Iniciativa inédita do Agora Tem Especialistas, a troca de dívidas federais por mais atendimentos para os pacientes da rede pública é um mecanismo inovador do programa. Para participarem, os hospitais privados e filantrópicos devem manifestar interesse e informar os serviços que têm a oferecer. Em seguida, além de avaliar a capacidade técnica e operacional desses estabelecimentos, o Ministério da Saúde verifica se a oferta de serviços disponibilizada atende as necessidades do SUS nos estados e municípios.
Com o pedido de adesão aprovado, os estabelecimentos de saúde são credenciados e passam a fazer parte de uma espécie de prateleira de serviços, que poderá ser consultada pelos gestores de saúde municipais e estaduais. Esses serviços serão usados para suprirem as necessidades locais e regionais em seis áreas prioritárias: oncologia, ginecologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia. Atualmente, o Ministério da Saúde analisa 190 manifestações de interesse dos hospitais privados e filantrópicos.
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