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Mortes por dengue mais que dobram no Pará em 2025, aponta Ministério da Saúde

Até a 39ª semana epidemiológica deste ano, encerrada em 27 de setembro, foram confirmados 25 óbitos, dos quais sete ainda estão em investigação, contra 11 mortes no mesmo período do ano passado

Gabriel Pires
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As mortes por dengue no Pará mais do que dobraram nos primeiros nove meses de 2025, no comparativo com o mesmo período de 2024. Até a 39ª semana epidemiológica deste ano, encerrada em 27 de setembro, foram confirmados 25 óbitos, dos quais sete ainda estão em investigação, contra 11 mortes no mesmo período do ano passado. Os dados são do Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde e foram atualizados até a última quinta-feira (2).

Em relação aos casos prováveis, ainda de acordo com os dados do Ministério da Saúde, houve redução: em 2025, o estado soma 16.472 notificações, enquanto no ano passado foram contabilizados 19.235 registros. Em 2025, a 39ª semana epidemiológica encerrou no dia 27 de setembro, enquanto em 2024 foi no dia 28 de setembro. Os dados do calendário epidemiológico iniciam na 1ª semana, a partir do dia 1º de janeiro de cada ano.

Por outro lado, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou, em nota, que o Pará registrou 15.532 casos confirmados em 2024, com 7 óbitos. De janeiro a setembro de 2025, foram 11.421 casos da doença. Já em 2023, houve 3.718 ocorrências, com 1 óbito. Os municípios com mais casos de dengue são Parauapebas, Pacajá e Belém, enquanto Santarém Novo, Santa Cruz do Arari, Ourém, Marapanim, Quatipuru e Cachoeira do Piriá apresentaram os menores índices.

A Sespa ressaltou que continua trabalhando em conjunto com os 144 municípios paraenses no controle da dengue. À população, a Sespa orienta que procure a unidade de saúde mais próxima da sua casa em casos de sinais e sintomas da doença e tire 10 minutos por semana para averiguar a existência de criadouros do mosquito em casa e áreas do entorno.

E ainda, as principais medidas de prevenção, conforme a Sespa são: manter a caixa d’água, tonéis e barris de água bem fechados; colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira fechada; não deixar água acumulada sobre a laje; manter garrafas com boca virada para baixo; acondicionar pneus em locais cobertos; proteger ralos sem tampa com telas finas; manter as fossas vedadas; encher pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda e lavá-los uma vez por semana.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informa que em 2023 foram notificados 1127, confirmados 433 e óbito 0. Em 2024, foram notificados 6280, confirmados 3246 e 4 pessoas vieram a óbito. Em 2025 até a semana epidemiológica 39, foram notificados 2211, confirmados 749 e duas pessoas vieram a óbito. 

As unidades de urgência e emergência da SESMA, têm profissionais capacitados quanto ao manejo clínico de dengue preconizado pelo Ministério da Saúde, portanto são referências para o atendimento de casos suspeitos e confirmados, caso o paciente evolua com sinais de gravidade e necessite de um suporte avançado o hospital de referência é o Hospital Universitário João de Barros Barreto. 

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Dengue no Brasil tem queda no número de casos e óbitos

Em todo o Brasil, 1.656.582 casos prováveis de dengue foram registrados em 2025. Até o final da 39ª semana epidemiológica, 1.665 mortes pela doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti foram confirmadas, com outros 310 óbitos ainda sob investigação. Em comparação, no mesmo período de 2024, houve 6.421.864 casos prováveis e 6.213 mortes, além de 313 óbitos sob investigação.

São Paulo lidera ranking de casos e mortes no país

Neste ano, o estado de São Paulo registra a maior parte dos casos de dengue, com 882.444 notificações. Entre outros estados com números expressivos estão: Minas Gerais (157.428), Paraná (106.005), Goiás (93.950) e Espírito Santo (92.761). No total de óbitos dos cinco maiores estados com mortes, São Paulo também está no topo do ranking entre as unidades federativas, com 1.090 registros. Paraná (138), Minas Gerais (129), Goiás (83) e Rio Grande do Sul (51) também figuram entre os estados mais atingidos.

Identificação de sintomas e sinais de alarme

A dengue, conforme informações do Ministério da Saúde, é uma doença febril aguda, sistêmica, dinâmica, debilitante e autolimitada. Embora a maioria dos pacientes se recupere, alguns podem desenvolver formas graves, inclusive fatais. Quase todas as mortes por dengue são evitáveis e dependem, na maioria dos casos, da qualidade da assistência médica e da organização da rede de serviços de saúde.

Qualquer pessoa que apresente febre alta (39°C a 40°C) de início súbito e pelo menos dois dos seguintes sintomas — dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos — deve procurar imediatamente um serviço de saúde para receber tratamento adequado.

No entanto, de acordo com o MS, é importante permanecer em alerta após o período febril. Com a diminuição da febre (geralmente entre o 3º e o 7º dia do início da doença), podem surgir sinais de alarme que indicam uma piora no quadro do indivíduo. Esses sinais, caracterizados por extravasamento de plasma dos vasos sanguíneos e/ou hemorragias, são:

  • dor na barriga intensa;
  • vômitos frequentes;
  • tontura ou sensação de desmaio;
  • dificuldade de respirar;
  • sangramento no nariz, gengivas e fezes;
  • cansaço e/ou irritabilidade.

Transmissão e tratamento da dengue

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o vírus da dengue (DENV) é transmitido ao homem principalmente pela picada de fêmeas infectadas do mosquito Aedes aegypti. Casos de transmissão vertical (de mãe para filho durante a gravidez) e por transfusão de sangue são raros.

O tratamento da dengue baseia-se nas manifestações clínicas apresentadas, não sendo necessários exames específicos. Para auxiliar no diagnóstico clínico, existem técnicas laboratoriais disponíveis para identificar o vírus (até o 5º dia do início da doença) e pesquisar anticorpos (a partir do 6º dia do início da doença). Repouso e ingestão de líquidos são recomendados.

Prevenção e vacina no SUS

Em 21 de dezembro de 2023, a vacina contra a dengue foi incorporada ao Sistema Único de Saúde (SUS), marcando um passo importante para classificar a dengue como mais uma doença imunoprevenível. O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público de saúde, de acordo com o Ministério da Saúde.

Portanto, em períodos fora da sazonalidade da doença, é crucial adotar ações preventivas, como o uso de telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão, a remoção de recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos, a vedação de reservatórios e caixas-d'água, a desobstrução de calhas, lajes e ralos, e a participação na fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue executadas pelo SUS.

Ações e Recomendações

O Município de Belém recomenda à população os seguintes cuidados para evitar o surgimento de focos de mosquitos, principalmente o Aedes aegypti , transmissor de Arboviroses entre elas a Dengue, Zika Vírus e Chikungunya, mais susceptíveis em nossa capital:

- Evitar jogar lixo nas ruas, becos, vilas, quintais, etc, de maneira desordenada, fora dos horários de coleta e propiciando acúmulo de água e geração de focos;
- Evitar o acúmulo de entulhos e objetos jogados nos quintais, especialmente em áreas desprovidas de cobertura, pois as chuvas podem ocasionar o surgimento de focos também;
- Permitir, sempre que oportunizada a visita do Agente de Combate às Endemias (ACEs), em sua casa, para receber orientações educativas e cuidados quanto a prevenção no combate às doenças endêmicas do nosso território;
- Diante da suspeita de uma destas doenças, por meio dos sintomas mais comuns como: dores de cabeça, dores nas articulações, dores musculares, dores retroorbital, procure uma Unidade de Saúde mais próxima de sua casa, para recebimento de cuidados e notificação do caso.
- além disso, todos os dias,  em todos os bairros de Belém, temos Agentes de Combate às Endemias, visitando casas, com periodicidade de dois meses cada visita aquele mesmo imóvel, realizando a eliminação de criadouros de mosquitos, bem como, tratamento com Larvicida para eliminar formas imaturas que, porventura, forem encontradas. Estes mesmos ACEs , quando encontram pessoas com sintomas, realizam Bloqueios de Transmissão Viral, encaminham os sintomáticos à Unidade de Saúde,  também fortalecem a vigilância nos locais de grande concentração de pessoas, chamados Imóveis Especiais, para evitar a proliferação de mosquitos na fase adulta e que possa levar o vírus à mais pessoas. Ainda, realizam controle nos Imóveis chamados de Pontos Estratégicos, por abrigarem grande quantidade de depósitos, por sua condição existencial, como Cemitérios, sucatarias, borracharias, etc. As visitas nestes locais são realizadas a cada 15 dias.
- Por fim, o Município de Belém, por meio da SESMA, e operacionalmente por meio dos ACEs, vem realizando desde o mês de agosto, a Instalação das EDLs ( Estações Disseminadoras de Larvicida), em casas previamente autorizadas pelos moradores. O objetivo das Instalações de EDLs é, exatamente, fazer com que a própria fêmea do mosquito Aedes aegypti, ao pousar na armadilha, se contamine com larvicida e, ao mesmo tempo, ao se deslocar em busca de novos depósitos para realizar a desova , acabe por ali deixar também, o larvicida, contaminando o referido depósito e impedindo a proliferação da espécie.

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