Meteorologistas minimizam riscos de alerta laranja emitido pelo Inmet
Alerta é de médio risco de chuvas intensas, que deve ser mais focado no Maranhão. Chuvas fortes continuam em Paragominas
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta laranja — o segundo entre três níveis de gravidade — para o nordeste do Pará e para uma boa parte do Maranhão. Isso representa um acumulado de chuvas fortes e que pode gerar problemas de média ou alta complexidade. No entanto, o Segundo Distrito de Meteorologia (Disme / Inmet), que fica em Belém, descartou riscos. Por outro lado, aponta que as chuvas no sul e oeste paraenses continuam, ainda que menos fortes.
José Raimundo Abreu, meteorologista e coordenador do 2º Disme, inclusive aponta uma melhoria no clima nesta quinta-feira (5), justamente para a região alvo do alerta laranja. Se ocorrer alguma chuva, já que trata-se da natureza e alguns fenômenos podem ocorrer mesmo, será em áreas muito localizadas. Tem sido assim nos últimos dias. Por exemplo: de sábado para domingo passados, choveu 150 milímetros em Salinópolis. Mas nem de longe deu tudo isso para a Região Metropolitana de Belém.
Por outro lado, o meteorologista aponta que as chuvas na área de Paragominas, Parauapebas e Tucumã devem continuar. Não tão fortes e provocando estragos, como nos últimos dias, em que mais de 100 milímetros de chuva caíram. Ainda vai chover bastante, mas com menor gravidade. Possivelmente, a previsão é para 50 milímetros. O alerta vale até as 9h desta quinta-feira.
Cabe lembrar que o segundo Distrito de Meteorologia (Disme / Inmet) já alertou que o mês de março deve chover tanto quanto fevereiro. Os temporais devem ocorrer, predominantemente, à tarde e à noite. A previsão é de que sejam 500 milímetros de chuva (foi quanto deu em fevereiro).
O cálculo do volume de chuvas é feito ao medir a quantidade de chuva (altura da lâmina da água formada) que caiu numa área de 1 metro quadrado. Para isso, é usado um aparelho chamado pluviômetro. Cada milímetro de chuva equivale a 1 litro de água. Ou seja, 100 mm de chuva são 100 litros de água, o mesmo que cinco garrafões de água mineral de 20 litros caindo no mesmo local de 1 metro quadrado.
Só em Paragominas já choveu o esperado para o mês todo
Nos últimos quatro dias, como informa a Prefeitura de Paragominas, o índice pluviométrico foi de aproximadamente 400 mm. O índice era o previsto para todo o mês de março. Com as chuvas fortes, o nível do rio Uraim ultrapassou o limite máximo de 5 metros da régua de medição, localizada na captação de água da Sanepar (Agência de Saneamento de Paragominas), chegando ao maior nível já registrado. Uma pessoa já morreu na enxurrada.
Em nota, a Prefeitura de Paragominas informa que, na madrugada desta quarta-feira (4), a água invadiu as salas de painéis elétricos da Estação de tratamento de água (ETA), gerando uma pane e interrompendo totalmente o funcionamento. Como consequência, parte da cidade ficou desabastecida nas primeiras horas do dia. O problema já foi solucionado e aos poucos o abastecimento está voltando a sua normalidade.
Em outro ponto, a adutora que abastece parte das Promissões e Guanabara foi levada pela força das águas da chuva. Equipes da Sanepar solucionaram o problema de forma provisória e trabalham na reconstrução do equipamento.
"Alguns pontos ainda estão com trânsito interrompido, temporariamente, aguardando o nível da água baixar para liberação da via; ou por tempo indeterminado, por conta do rompimento ou perigo de ruptura de pontes. Informações oficiais acerca do trânsito estão sendo atualizadas, a todo momento, nas páginas oficiais da prefeitura de Paragominas no Facebook e no Instagram", complementou a prefeitura.
Não houve o rompimento de nenhuma barragem. A prefeitura, através da Secretaria de Meio Ambiente, ainda em 2019 e início de 2020, determinou o esvaziamento e vistoriou todas as barragens próximas ao município e constatou que não há perigo algum de ruptura.
Ainda na nota, a prefeitura explica que "Técnicos estão analisando os pontos alagados e os danos causados. A avaliação preliminar é que todos os locais que sofreram inundações são resultado de uma chuva intensa como nunca havia sido registrada em Paragominas. O índice extrapola toda a capacidade de escoamento dos rios. Além disso, o rio Uraim recebeu uma sobrecarga de água de uma outra bacia hidrográfica, localizada próximo ao município, e contribuiu para o extravasamento e inundação das planícies próximas aos igarapés localizados na região urbana".
A prefeitura de Paragominas decretou estado de emergência, o que significa receber mais rapidamente apoio de órgãos federais e estaduais, além de possibilitar compra mantimentos e contratar serviços com menos burocracia de acordo com a necessidade imediata.
Todas as secretarias municipais, defesa civil municipal, corpo de bombeiros, polícia militar e outros órgãos públicos, além de voluntários, estão nas ruas fazendo a relocação das famílias que estão com suas casas alagadas e abrigando-as em locais seguros de familiares ou pontos públicos de apoio. Até o momento, três famílias estão em abrigos municipais e outras 15 foram realocadas para casas de parentes ou amigos.
A previsão do Inmet é de chuva forte para os próximos dias. Portanto, até que a situação se normalize, a orientação da prefeitura é que famílias que moram próximo aos leitos dos rios Paragominas e Uraim, além das valas hidráulicas (locais por onde as águas da chuva percorrem), procurem se abrigar em locais seguros.
O número de telefone da Defesa Civil está disponível 24h para casos de emergências, retirada de pertences e todo tipo de auxílio necessário para garantir a segurança dos atingidos. O número é (91) 99114-7545.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA