'Messi' dos amoladores: conheça o amolador famoso de Ananindeua
Evandro Ruiz trabalha há mais de quatro décadas como amolador em uma oficina na Cidade Nova 6

Quando o assunto é amolar facas, tesouras e alicates em Ananindeua, provavelmente alguém irá comentar sobre o senhor Ruiz. E não é para menos. Evandro Ruiz trabalha há mais de quatro décadas como amolador. Aprendeu tudo com seu pai, “reconhecido e bastante requisitado em toda cidade no passado”, diz Evandro, que hoje possui sua oficina na Cidade Nova 6.
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Mas durante um tempo o morador de Ananindeua quis lutar contra seu destino de amolador. Acostumado desde criança a ver seu pai trabalhando afiando instrumentos, Evandro não queria seguir a profissão. “Meu sonho era ser policial, mas praticamente fui obrigado a aprender o ofício”, diz.
Segundo filho de um total de oito irmãos, Evandro recebeu um pedido do pai durante a adolescência. “Meu pai pediu para ajudar a criar meus irmãos. Éramos oito e realmente precisava, a vida era muito difícil naquela época”, conta. Foi quando começou a ajudar frequentemente na oficina do pai, na época localizada na avenida Presidente Vargas, em Belém.
Mesmo dando os primeiros passos na profissão, Evandro decidiu seguir seu sonho e entrou para o Exército e logo depois para a polícia a partir dos 18 anos. No entanto, se decepcionou com a situação de algumas praças e decidiu retomar o rumo. “Com 18 anos fui para o Exército. Quando eu vi a miséria que muitos soldados viviam, pensei. Lembro que conversei com um sargento, que me disse que não tinha nada além de uma moto e ainda morava com a mãe. Foi quando decidi seguir o conselho de meu pai”, diz o amolador.
O “Messi” dos amoladores
Mesmo falando de forma divertida, Evandro não tem falsa modéstia. Os anos de experiência vindos de um negócio familiar lhe deram confiança plena no ofício que exerce. “Meu serviço é o mais caro de Ananindeua. Eu sou tipo um Messi dos amoladores, meu serviço é o mais caro, mas a qualidade é insuperável. Cobro 13 reais para amolar um item e dou um ano de garantia. O produto não irá desamolar antes desse tempo, o cliente pode ficar tranquilo. Não falta cliente”, diz.
Sua oficina fica em um cômodo na parte frontal de sua residência. Foi com o trabalho realizado no espaço que o homem conseguiu sustentar sua família ao longo dos anos. Apesar de atender a alguns serviços pontuais, os principais clientes de Evandro são estabelecimentos comerciais, salões de beleza, açougues e hospitais. A demanda é sempre grande. “Amolo mais de 200 peças por semana as vezes”, diz.
Perguntado se aceitou seu destino, Evandro se diverte falando do pai, mas sempre em tom de agradecimento. “No final, ele estava certo. Quando desempenhamos algo com qualidade diferenciada, não nos falta o pão. Às vezes tudo está à nossa frente e buscamos em outro lugar. Mas estava tudo escrito, acho que consegui honrar tudo que ele me passou. Pelo menos os clientes saem bem satisfeitos”, diz.
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