'Gari gato': estudante é faixa preta em karatê e já tentou jogar pelo Remo; conheça a história

Não é de hoje que o trabalho do fotógrafo Felipe Marques vem repercutindo na internet e transformando a vida de vários paraenses. Essa semana, foi a vez de Rogério Trindade, apelidado de 'gari gato' de Belém, ver tudo mudar após suas fotos ganharem o coração dos internautas. O jovem chama a atenção pela beleza, por sua simpatia e o molejo para projetos artísticos. A equipe do Oliberal.com foi até a Praça do Carmo, no Bairro da Cidade Velha, conhecer um pouco da história e do trabalho do profissional, confira:

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Trabalhando há um ano e seis meses como gari, Rogério, de 23 anos, tem um grande amor e admiração pela área esportiva. Ele passou a se dedicar às artes marciais aos seis anos, quando treinava karatê, e aos 16 conseguiu se graduar como faixa preta. Com a modalidade, o jovem se tornou vice-campeão brasileiro de karatê, disputou inúmeros campeonatos e títulos paraenses.

Rogério Trindade, o 'gari gato', aos 14 anos, com o treinador Antônio Ari, conhecido como Sensei 'Camarão' (Foto: Arquivo Pessoal)

O incentivo para o esporte veio do pai, que também aconselhou o filho a tentar um novo ramo esportivo: o futebol. Rogério chegou a fazer uma avaliação no Remo, viajou para outros estados, participou de uma peneira no Cruzeiro, tentou outra em São Paulo, Fortaleza e Brasília, mas a carreira não decolou como ele esperava.

Rogerio Trindade durante o período de avaliação no Clube do Remo. (Foto: Arquivo Pessoal)

Sustento da casa e dos estudos

As poucas oportunidades surgidas fizeram o jovem perceber que precisava mudar seus planos para ajudar a mãe, Valdileni Trindade, de 43 anos, no sustento da casa. Orgulhosa do filho, A mãe, que trabalha como gari há 22 anos, conta que a condição financeira foi um empecilho para outras oportunidades no esporte e, por isso, o sonho precisou ser interrompido.

"Ele teve que interromper um pouco o sonho dele. Ele queria trabalhar, aí a empresa deu uma oportunidade. Hoje eu me sinto felizarda por ele trabalhar comigo, porque eu nunca esperava essa experiência dele como gari, e foi uma oportunidade que ele teve. Ele nunca abaixou a cabeça, ficou com um pouco de vergonha no começo, mas depois passou", diz ela.

Valdileni e Rogerio na Praça do Carmo, em Belém. (Foto: Amanda Gaspar / O Liberal)

Repercussão

Por ser tímido e nunca ter tirado fotos de maneira profissional, Rogério não imaginava que os registros iriam ganhar repercussão na internet, mas agradece todo o apoio e carinho que tem recebido dos internautas.

"É incrível! Eu ainda não consigo acreditar. É muita mensagem, muitas pessoas falando, eu sempre via com outras pessoas, mas quando chegou a minha vez eu fiquei assustado, eu não sabia o que fazer e o que falar. Só tenho que agradecer a Deus mesmo e a todos que estão gostando do meu trabalho", diz. 

Planos para o futuro 

'Gari gato' durante o ensaio do fotógrafo Felipe Marques. (Foto: Felipe Marques)

Apesar da repercussão das fotos e dos mais de dois mil novos seguidores no Instagram - e crescendo, Rogério pretende continuar com os estudos na área de educação física e se dedicar ajudando crianças paraenses. "Eu pretendo continuar nos meus estudos, no meu trabalho, que é de onde eu tiro para pagar a faculdade, pretendo ajudar as crianças como educador infantil e seguir em frente", destaca ele.

Mesmo querendo se dedicar como educador, o gari não deixa de lado uma possível carreira de modelo, já que mostrou que tem talento de sobra. "Nunca passou pela minha cabeça, mas se surgir a oportunidade, acho que vai ser legal", afirma.

(Estagiária Paula Figueiredo, sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de OLiberal.com)