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Mesmo com leitos de internação abertos na pandemia, Pará e Belém ainda têm déficits

As informações foram apuradas pelo Conselho Federal de Medicina junto ao Ministério da Saúde

Cleide Magalhães

No Pará, foram abertos 1.232 leitos na pandemia do novo coronavírus para atendimento aos pacientes confirmados ou com suspeita de infecção pela covid-19. Sem o incremento desses leitos, a perda estava em 1.096 e agora fica em 136 leitos. Já em Belém, capital do Estado, foram abertos 377 leitos na pandemia e a carência está em 309, pois 68 foram reduzidos, de 2011 a 2020. Os leitos de internação são aqueles destinados a quem precisa permanecer num hospital por mais de 24 horas. Em todo o País, foram habilitados 22.810 novos leitos de internação.

As informações foram apuradas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) junto ao Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) do Ministério da Saúde. O CFM considera que é a primeira vez, em pelo menos dez anos, que esse tipo de infraestrutura volta a aumentar no País. Com o fim da pandemia, a expectativa do CFM é de que estes leitos, muitos deles nos chamados hospitais de campanha, voltem a ser desativados.

"Enquanto os gestores – ao longo de diferentes governos - seguiam fechando leitos, milhares de brasileiros aguardavam, e ainda aguardam, na fila do SUS para realizar uma cirurgia eletiva, por exemplo”, lembra o presidente do CFM, Mauro Ribeiro.

Segundo Ribeiro, a abertura de novos leitos seria um passo importante rumo ao equilíbrio entre a capacidade de atendimento e a necessidade daqueles que dependem do SUS. Na avaliação dele, espera-se que "essa medida, aparentemente pontual e temporária, seja o início de uma verdadeira mudança para a assistência hospitalar na rede pública, com a manutenção do total dos leitos habilitados, ou ao menos parte deles, para assegurar melhor atendimento para brasileiros com outros agravos de saúde, que aguardam por atendimento".

O ritmo de queda nos leitos de internação foi interrompido entre fevereiro e março deste ano, período em que foi publicada a Portaria nº 237/SAES/MS, de 18/03/2020, que permitiu a habilitação de leitos de internação hospitalar para atendimento de pacientes com covid-19.

Estados e capitais

Ainda de acordo com o CFM, durante o período em que estiveram abertos, é possível verificar que essa infraestrutura fez a diferença na rede hospitalar de muitos lugares.

O primeiro secretário do CFM, Hideraldo Cabeça, acredita que o atual cenário ainda revela a face negligenciada do SUS, mas avalia que é possível reverter esse quadro com a adoção de medidas efetivas. “Sufocados com o congelamento da chamada Tabela SUS, muitos hospitais, sobretudo os filantrópicos, fecharam leitos ou até mesmo as portas nos últimos anos. Esperamos que os gestores tomem a experiência com a covid-19 como lição à necessidade de organizarem e aprimorarem suas estruturas hospitalares”, destaca.

Outra constatação do CFM é que enquanto os 163 milhões de brasileiros que dependem exclusivamente do SUS perderam cerca de 12% dos leitos públicos, as redes suplementar e particular aumentaram em 4% o número de unidades no mesmo período.

Confira a evolução de leitos por estado e capital.

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