Manuel Ayres, médico e professor emérito da UFPA, morre aos 100 anos
Manuel Ayres morreu em Belém, deixando um legado que atravessa gerações na ciência, na saúde e no serviço público

O Pará perdeu, neste domingo (24/8), um de seus nomes mais ilustres na medicina, na educação e na vida pública: o médico pediatra, geneticista e professor emérito da Universidade Federal do Pará (UFPA), Manuel Ayres. Ele morreu em Belém, aos 100 anos, deixando um legado que atravessa gerações na ciência, na saúde e no serviço público.
O falecimento foi confirmado pelo Tribunal de Contas do Estado do Pará (TCE-PA), onde Ayres atuou como conselheiro e chegou a presidir a Corte. Em nota, o órgão manifestou pesar e destacou a trajetória do ex-presidente, ressaltando sua contribuição ao controle externo e à vida pública.
“É com profundo pesar que o Tribunal de Contas do Estado do Pará recebe a notícia de falecimento do conselheiro aposentado e ex-presidente da Corte de Contas paraense, Manuel Ayres, ocorrido na madrugada deste domingo (24), em Belém.
Com uma trajetória dedicada à medicina, Manuel Ayres, foi professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e exerceu o cargo de Secretário de Saúde do Estado, tinha 100 anos e deixa um grande legado no controle externo e na vida pública.
Neste momento de dor, manifestamos condolências aos familiares, membros e servidores do TCE-PA e demais amigos, rogando a Deus para que encontrem o conforto necessário”, diz o comunicado.
Natural de Óbidos, no oeste do Pará, Ayres nasceu em 9 de janeiro de 1925. Ainda jovem, cursou o ginásio no colégio Pedro II, em Manaus, e depois estudou no colégio Estadual Paes de Carvalho, em Belém, onde se preparou para o vestibular de Medicina. Formou-se em 1948 pela então Faculdade de Medicina e Cirurgia do Pará, especializando-se em Pediatria e obtendo a livre-docência em Pediatria e Puericultura.
Nos anos 1960, iniciou seus estudos em Genética com o professor Francisco Salzano, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), experiência que marcou sua atuação como docente na UFPA. Foi um dos fundadores do Centro de Ciências Biológicas da instituição, hoje Instituto de Ciências Biológicas (ICB), considerado um dos pólos mais relevantes de pesquisa da universidade.
Além da carreira acadêmica, Ayres também ocupou cargos de grande responsabilidade na administração pública. Foi secretário de Estado de Saúde entre 1975 e 1979, no governo de Aloysio Chaves, período em que enfrentou importantes desafios da saúde pública no Pará. No ano seguinte, assumiu como conselheiro do TCE-PA, cargo no qual permaneceu até a aposentadoria.
Pesquisador reconhecido, publicou mais de 50 artigos científicos em revistas internacionais, fundou o periódico “Raízes” e criou o BioEstat, software de bioestatística amplamente utilizado nas ciências biomédicas. Sua atuação inovadora uniu medicina, ensino e pesquisa, influenciando diferentes áreas do conhecimento.
Em fevereiro deste ano, Manuel Ayres foi homenageado por ocasião do seu centenário em cerimônia realizada no salão nobre do Instituto de Ciências Médicas da UFPA, em Belém. O evento celebrou sua contribuição para a formação de profissionais e para o fortalecimento da pesquisa científica na região.
Figura de destaque no Pará e no país, Ayres deixa como herança não apenas sua produção acadêmica e científica, mas também o exemplo de dedicação à saúde pública e à educação.
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