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Guerra da Ucrânia: Os impactos na economia mundial e paraense

Grandes grupos dos setores logísticos de exportação de commodities de grãos encontram-se instalados no município de Barcarena, Santarém e Itaituba

Luiz Carlos Souza Filho/ Especial para O Liberal

Não é de hoje que o mundo já conhece o estado do Pará, não apenas pelas belíssimas riquezas naturais amazônicas aqui existentes, mas também como um player de peso no mundo dos negócios internacionais devido sua vocação de exportações de commodities como: grãos e minérios.

Desde 24 de fevereiro de 2022, quando iniciou a guerra da Rússia x Ucrânia, as mudanças no cenário econômico mundial interferiram diretamente em toda economia paraense. Com a incerteza sobre o final da guerra, é possível avaliar que alguns impactos ainda estão por vir na logística mundial. Algumas consequências certamente ainda afetarão países e empresas de qualquer forma.

Grandes grupos dos setores logísticos de exportação de commodities de grãos encontram-se instalados no município de Barcarena, Santarém e Itaituba. Estas empresas são responsáveis por grandes movimentos de cargas nos portos paraenses. Ao entorno destas corporações, localmente existe o setor terciário composto pelas atividades de comércio e serviços que também sofrem com toda a crise logística brasileira.

Uma consequência que apareceu desde o início do conflito foi o aumento do preço do barril do petróleo. Com a Rússia sendo um dos maiores produtores de petróleo do mundo e sofrendo sanções de diversos países, a demanda pela commodity aumentou e consequentemente o preço.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), todos os combustíveis brasileiros estão na lista dos 10 itens com maiores aumentos dos últimos 12 meses. No período, o etanol já sofreu um aumento de 67%, a gasolina 42%, o diesel 41% e o GNV 39,5%

O preço do óleo diesel subiu pelo 6º mês consecutivo nos postos de combustíveis. O valor médio chegou a R$7,10 no país, o que representa uma alta real corrigida pela inflação de 25,9% no ano. Está no maior valor da série histórica. Os dados são da ANP (Agência Nacional Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O preço do diesel vendido nas bombas superou a máxima histórica anterior, de R$ 4,85 em outubro de 2005, em maio de 2021. Agora, chega a R$ 7,10 no país. Já o óleo diesel S10 subiu 33% em 2022. Chegou ao preço médio de R$ 7,22 no país. A alta foi de 57,9% em 12 meses.

Sendo assim, a tendência é que o preço continue a subir em médio prazo, isso sem contar com a inflação brasileira que tende a agravar ainda mais a situação. Em outras palavras, as corporações exportadoras, caminhoneiros, comerciantes e prestadores de serviços locais sofrem os impactos com contínuos reajustes de valores sobre os combustíveis.

Na prática, o frete fica mais caro, ocasionando um efeito em cascata nas micros e macros economias. Nas gôndolas dos supermercados paraenses, o valor do óleo de soja já soma inúmeros aumentos em um curto espaço de tempo, inflacionando valores de alimentos processados em restaurantes e na indústria. Os pneus também tiveram seus valores acrescidos por conta da crise mundial, o que aumentou ainda mais os valores praticados pelas transportadoras sob o frete de cargas.

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) já alertou para uma possível desaceleração da economia mundial em um ponto percentual e um crescimento da inflação global em 2,5 %. 

Já não o bastante os prejuízos humanitários que o conflito traz, a guerra ainda pode representar uma grande mudança nas operações logísticas de todo mundo, onde cada vez mais empresas, clientes e sociedade são impactados.

Os desafios para os próximos anos são muitos e como as  empresas deverão seguir neste novo cenário? Tecnologia é a palavra chave para maior eficiência em seus processos. Para muitos, a Logística 4.0, então, nada mais é do que uma evolução natural da gestão de transportes. Plataformas de controle e gestão com dashboard, conseguem reduzir em até 30% os custos da operação logística.

Sem dúvida, as matrizes logísticas de abastecimentos de produtos de bens e consumo, terão que aprender a conviver com anos de instabilidade e incertezas à frente. Mas com pitadas de boas ideias, novas tecnologias, o homem sempre encontrará novos caminhos a prosperar neste mundo e encher os celeiros dos países com grãos de esperança de um futuro próspero e promissor.

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