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Garrafas PET são reutilizadas na construção de tanques de peixes em Oriximiná

Para cada reservatório são necessárias entre 500 a 1.000 unidades de garrafas. Uma economia de R$ 35 mil redirecionada para projetos sociais em atendimento às condicionantes nas comunidades

O Liberal
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Garrafas PET (polietileno tereftalato) estão sendo utilizadas na montagem de tanques de peixes nas comunidades ao redor do rio Trombetas, no município de Oriximiná, oeste paraense. A equipe do projeto de apoio à piscicultura da Mineração Rio do Norte (MRN) é a responsável pela execução. Para cada reservatório são necessárias entre 500 a 1.000 unidades de garrafas.

De acordo com o analista ambiental, Nivaldo Silva, 9 mil garrafas são coletadas por mês. 50%, do total de garrafas, são direcionadas para doação às comunidades, e as demais são enviadas para empresas recicladoras, movimentando outras cadeias de valor. O processo economiza R$ 35 mil reais, destinados a projetos sociais de atendimento às comunidades.

Os tanques conseguem flutuar pela substituição das bombonas  – equipamentos que auxiliam na estabilidade da estrutura – pelas garrafas PET de dois litros, o que torna o uso sustentável, explica  Genilda Cunha, coordenadora do Programa de Educação Socioambiental (PES) da MRN. “Além de conscientizar os comunitários sobre o reaproveitamento das garrafas e promover a educação ambiental quanto ao descarte correto do resíduo, é realizada a capacitação para ensiná-los a usar as garrafas com segurança, na fabricação dos tanques. Para isso, a equipe investiu em pesquisas em parceria com a universidade regional para otimizar essas construções”, argumentou.

Miguel Canto, técnico em Aquicultura da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), conta que as garrafas foram utilizadas com o auxílio de um invento feito a partir da reutilização de câmara de ar de pneus de bicicleta e bomba de ar, que enchem as garrafas, auxiliando na flutuação. A criação é da equipe técnica do Grupo de Pesquisa em Fisiologia Ambiental (GPFA) da UFOPA,, diz. “A utilização das garrafas de forma comum, apenas fechando com a tampa, não suportaria a pressão da água, e isso faria com que elas perdessem a sustentação dos tanques com o tempo. Nós aprimoramos as garrafas com ar comprimido para que elas se tornassem mais resistentes. O resultado foi a produção de um tanque mais estabilizado e com maior tempo de duração, com uma estimativa de até dez anos de uso”, afirmou.

image Para cada reservatório são necessárias entre 500 a 1.000 unidades de garrafas. Reprodução / Yuri Moura-MRN

As mudanças são bem aceitas pela comunidade, é o que afirma a moradora da comunidade Bacabal, Maria Mota, conhecida como "Zuma". “Antes, tínhamos que sempre trocar as bombonas entre três e cinco anos, ou até menos. Além disso, os tanques afundavam e tínhamos que ir atrás de material para construir novos. Agora, a mineradora traz as garrafas e colocamos no tanque, fica mais firme para trabalhar e dura mais tempo flutuando na água, além de ser mais seguro”, declarou.

“Vovó Chiquinha” como é conhecida Francisca Gomes, trabalha há 10 anos com a criação de peixes na comunidade de Acapuzinho. Ela vê no projeto uma forma de ampliar os cuidados com o meio ambiente. “Quando a equipe chega na comunidade é uma alegria porque é para colaborar com a melhoria da nossa produção. Muitas pessoas jogam garrafas fora, às vezes de forma incorreta, poluindo o meio ambiente. Com essa ideia, elas estão sendo úteis para a comunidade e, ainda, diminui os nossos custos. É muito bom ter a doação das garrafas e com a ajuda da tecnologia deles junto com a nossa experiência, podemos fazer uma troca de saberes”, relata.

Segundo Nivaldo Silva, analista ambiental da MRN, a empresa trabalha de forma integrada entre diversas áreas e junto à população. “Nós sensibilizamos a todos sobre a forma correta do descarte do resíduo, desde a separação até as formas de higienização. No caso do descarte das garrafas, os moradores do distrito de Porto Trombetas fazem essa entrega da forma correta, o que colabora para triagem do material antes de enviarmos às comunidades. A população é parte integrante desse processo”, comemora.

Genilda Cunha com a substituição das bombonas plásticas de 50 litros pelas garrafas PET de dois litros, há uma economia de cerca de R$ 35 mil que será redirecionada para projetos sociais em atendimento nas comunidades.

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