Familiares denunciam falta de suporte a idoso com suspeita de AVC em UPA de Ananindeua
O neto do idoso gravou um vídeo e divulgou nas redes sociais, denunciando as condições da unidade de saúde

Familiares de um idoso de 63 anos denunciaram ao Grupo Liberal uma situação de descaso no atendimento da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Cidade Nova, localizada no bairro do Coqueiro, em Ananindeua. Eles relataram demora na transferência do paciente e na liberação de um leito em hospital de referência. O idoso deu entrada na unidade na manhã de domingo (12), com suspeita de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
“Até agora, não conseguimos nada. Estamos aguardando um leito e o laudo da tomografia, que só deve sair na sexta-feira”, afirma Paula Machado, filha do paciente.
Segundo os familiares, o idoso sequer passou por exames no domingo. Até a noite de segunda-feira (13), ele permanecia na UPA à espera de transferência. Diante das complicações causadas pelo AVC, a família reforça a necessidade urgente de encaminhamento a um hospital com estrutura adequada para atendimento especializado.
Denúncia nas redes sociais
Durante esse período, o neto do idoso gravou um vídeo e divulgou nas redes sociais, denunciando as condições da unidade. Na gravação, ele mostra a fachada da UPA e narra, com indignação, a situação enfrentada pelo avô, que segundo ele, estava em estado grave, sem avaliação médica adequada.
Falta de estrutura e materiais
Ainda na noite de domingo, os familiares afirmaram ter levado colchão, lençóis, medicações e até alimentos para o paciente, diante da falta de estrutura na unidade.
“Isso aqui é uma vergonha. Não tem lençol, não tem cobertor, não tem fralda. É Dia das Mães, um domingo, e eu tenho que vir trazer fraldas para o meu avô, que está internado aqui na UPA da Cidade Nova porque não tem nem colcha de cama”, relata o neto no vídeo.
Segundo ele, um dos profissionais de saúde orientou que uma acompanhante administrasse a medicação com o uso de uma seringa. “Não tem remédio, não tem funcionários. Trouxemos tudo de casa, até a medicação e os lençóis”, desabafa.
Em outro trecho da gravação, o familiar afirma que a família passou o dia tentando viabilizar a transferência do idoso para um hospital em Belém, mas esbarrou na ausência de profissionais, como médico, enfermeiro e assistente social — o que teria impedido qualquer encaminhamento. Os parentes classificam a situação como “desumana”.
“Infelizmente, estamos aguardando um leito. Pode até ser que a transferência dele já esteja no sistema, mas a funcionária que deveria cuidar disso, a assistente social, não veio trabalhar”, reclama o neto.
Outras situações semelhantes
No vídeo que viralizou, também é possível ver outros pacientes aguardando atendimento em macas dentro do mesmo quarto. Acompanhantes relatam a mesma falta de estrutura e ausência de conforto adequado.
Posicionamento
A Redação Integrada de O Liberal solicitou um posicionamento da Prefeitura de Ananindeua sobre o caso e aguarda retorno para atualizar esta reportagem.
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