Estados antecipam vacinação de 2ª dose, mas Pará mantém recomendações do Governo Federal
Ministério da Saúde permanece com o intervalo de 4 a 12 semanas, mas alguns estados já encurtaram o prazo
Uma nova variante do coronavírus causador da covid-19 já está presente no país, a Delta. Identificada pela primeira vez em outubro do ano passado, na Índia, a variante já foi registrada em mais de 75 países. No Brasil, numa medida de contenção, alguns estados já atualizaram os intervalos entre cada aplicação de vacinas da AstraZeneca. O Pará ainda segue as instruções do Governo Federal.
O Ministério da Saúde mantém a recomendação de intervalo de 12 semanas (três meses) entre as doses. Mesmo sem orientação do governo, o prazo foi encurtado por vários estados, como: Pernambuco (60 dias), Acre (45 dias), Ceará (60 dias), Espírito Santo (70 dias) e Piauí (70 dias). Alagoas e Sergipe fizeram antecipações no calendário de vacinação. São Paulo também manifestou essa intenção, mas o governo paulista informou que aguarda o aval da Anvisa.
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou que ''...atualmente o prazo entre a primeira e a segunda dose das vacinas Pfizer e Astrazeneca é de 12 semanas e que este intervalo não será mudado. Por fim, a Sespa informa que segue as recomendações do Ministério da Saúde.''
O Ministério da Saúde garante que "...acompanha a evolução das diferentes variantes do SARS-CoV-2 no território nacional e está atento à possibilidade de alterações no intervalo recomendado".
A variante tem sido motivo de preocupações por conta da velocidade de transmissão. No Brasil, a Delta já causou a morte de, pelo menos, duas pessoas. Uma variante é resultado de modificações genéticas que o vírus sofre. Quanto mais o vírus circula e é transmitido de uma pessoa para outra, maior é a possibilidade desse vírus ter variantes.
Em estudos preliminares com os imunizantes já aplicados no país, as vacinas da Pfizer e AstraZeneca mostraram ter mais de 90% de eficácia contra a variante Delta, depois de duas doses. A vacina Janssen também tem eficácia. Ainda não se tem dados sobre a eficiência da CoronaVac.
A melhor maneira de barrar a nova variante é a adesão à aplicação da segunda dose das vacinas. A baixa taxa de imunização completa é um risco para o combate a todas as versões do vírus. É necessário a população completar o ciclo dos imunizantes e continuar com medidas de proteção contra a covid-19, como o uso de máscaras e manter os cuidados básicos de higiene.
Em nota para a redação do portal G1, a AstraZeneca reafirmou que "...os estudos realizados até o momento demonstram que a vacina é eficaz na prevenção da covid-19 sintomática quando aplicada neste intervalo de tempo", de 4 a 12 semanas. A farmacêutica disse, ainda, que a vacinação com a segunda dose após 60 dias "foi avaliada em estudos clínicos – e, por isso, está aprovada".
(Karoline Caldeira, estagiária sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)
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