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É Pará Isso: o Marajó e a estética da navegação fluvial pela arte dos Abridores de Letras; vídeo

Esses artistas da navegação dão novos visuais às embarcações em Muaná, como conta Ronny Silva

Alan Bordallo / Especial para O Liberal

Nos cascos das embarcações que navegam pelos rios do Pará é comum vermos os nomes gravados de uma maneira peculiar: letras de forma, normalmente coloridas, com sombreados e arabescos que traduzem uma estética única. Este é o trabalho dos abridores de letras, pintores responsáveis por dar a lanchas, navios, rabetas e “popopôs” sua personalidade. A cultura dos Abridores de Letra é rica e há diferença de estilos por onde se vai no Pará. Ronny Silva (@ronny_silva_makeup) nos mostra o trabalho dos Abridores de Letra de Muaná.


Esta arte de traços coloridos é tipicamente ribeirinha. E o trabalho destes artistas começa no mesmo momento em que a embarcação, seja ela de que porte for, está nascendo: ainda no estaleiro. É lá, quando o casco acabou de ganhar sua pintura, que os Abridores começam a demarcar o espaço que usarão para gravar o nome da embarcação, primeiro traçando as finas linhas de referência para depois encorpá-las com as formas, cores e sombras que darão um aspecto único para a embarcação.

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Uma das curiosidades deste trabalho é que estes artistas cobram seu serviço por letra. Então, quanto maior o nome que você pretenda dar à sua embarcação, naturalmente maior será o custo. Outro fato incomum deste ofício é que alguns destes artistas, apesar de trabalharem com letras são analfabetos: guiam-se exclusivamente pelas formas e cores que estão habituados a trabalhar. É um ofício ancestral, quase hereditário, que em muitos municípios virou uma tradição até familiar.

Cada município com tradição em navegação e construção de embarcações tem suas características nas letras usadas para nomear os barcos. Podem variar as cores, os traços e tamanhos que os artistas utilizam.

A cultura ribeirinha de “abrir letras” nos barcos que flutuam pela Amazônia foi o assunto de Ronny Silva em seu vídeo mais recente do É Pará Isso. Ele é um dos seis embaixadores do projeto "É Pará Isso", desenvolvido pelo Grupo O Liberal e Meta (Facebook/Instagram) e com apoio do Centro Internacional para Jornalistas (ICFJ), Associação Nacional de Jornais (ANJ) e Associação Nacional dos Editores de Revistas (Aner).

Durante os meses de junho e julho, seis produtores de conteúdo vão mostrar em vídeos o potencial cultural, turístico e histórias de diferentes regiões do Estado. As produções são divulgadas nas redes sociais de O Liberal (@oliberal) e estão disponíveis em OLiberal.com/e-para-isso.

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