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Demissões e crise econômica jogam cerca de 85 mil paraenses para a rede pública de saúde

ANS aponta que 85.068 paraenses ficaram sem assistência médica particular nos últimos quatro anos

Redação Integrada

Muitos paraenses vinham conseguindo driblar a crise econômica cortando apenas o consumo supérfluo, mas as mudanças no cenário nacional exigiram atitudes mais incisivas para dar conta do orçamento. Uma delas tem sido abrir mão do plano de saúde. Levantamento feito pela Redação Integrada de O Liberal com base nos dados oficiais da Agência Nacional de Saúde (ANS) constatou que 85.068 pessoas ficaram sem a proteção da assistência médica particular ao longo dos últimos quatro anos, o que corresponde a quase 56 planos encerrados por dia.

No início do segundo semestre de 2015, às vésperas do País se afundar na pior recessão econômica desde 1990, o Estado contabilizava 893.442 clientes de planos de saúde. Já no último mês de julho esse número caiu para 809.259 - uma baixa de quase 10%. Para efeito de comparação, nesse mesmo quadriênio o decréscimo nacional foi de 6,2% (2,9 milhões).

O levantamento mostra que desde 2015 o Estado tem fechado o ano com saldo negativo de clientes adesos a planos privados de saúde. Atualmente, apenas 10,35% da população está coberta por eles. Os dados revelam que a crise econômica levou 85 mil paraenses a cancelarem os seus benefícios e se tornarem, exclusivamente, dependentes da já sobrecarregada e precária rede pública de saúde. Ao longo desse ano, o setor começou a mostrar sinais tímidos de recuperação. Com várias oscilações mensais, o total de vínculos no último mês de julho é 0,5% superior que o total de dezembro de 2018 (804.095) e 1,44% acima da marca de julho do ano passado (796.852).

Os dados se referem tanto para quem tinha plano individual, e que agora não consegue mais pagar - em 2019 os gastos com planos de saúde aumentaram 5,74% no Pará, mais que o dobro da inflação oficial de 2,40% no mesmo período -, como para quem ficou desempregado e acabou perdendo também o plano conveniado pela empresa.

Segundo o superintendente executivo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), José Cechin, a redução do número de beneficiários não está em desalinho com o que vem acontecendo no setor nos últimos anos. Cechin lembrou que, nos planos médico-hospitalares, o pico de queda no País foi sentido a partir de dezembro de 2014 e que 3 milhões de beneficiários deixaram os planos em 2015 e em 2016 – 1,5 milhão em cada ano, e mais um pouco em 2017.

“Foram mais de três milhões de perdas de vínculos de planos médico-hospitalares em 2015, 2016 e 2017. Desde então o setor veio andando de lado. Um momento sobe, um momento cai e fica oscilando em torno de 47,1 milhões e 47,2 milhões [de beneficiários]. Desta vez, oscilou para baixo”, disse Cechin. Apesar disso, houve aumento de 2,2% na quantidade de vínculos com pessoas de 59 anos ou mais, o que equivale a 147,3 mil novos contratos, ressaltou. 

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