Covid-19 pode chegar a 153.160 casos e 5.767 óbitos acumulados no Pará, até segunda (27)
A projeção é feita por estudo da Ufra. No entanto, ela aponta permanência do Estado em 'situação estável'

Até a próxima segunda-feira (27), o Pará prevê chegar a um limite médio de ocorrência de cerca de 153.160 casos acumulados de covid-19 e 5.767 óbitos relaciondos à doença causada pelo coronavírus. A curva de registros confirmados no Estado mantém comportamento de subida, mas não acentuada. E a curva de óbitos deverá seguir o mesmo comportamento de subida moderada no período previsto. É o que afirma a projeção e os principais alertas que constam na 10ª edição do Boletim Covid Pará, divulgado na última quarta-feira (23) pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra).
A Ufra elabora o estudo em parceria com outras instituições em nível superior. O material é semanal e traz projeções sobre o comportamento da pandemia no Estado e suas 13 regiões de saúde, tanto dos casos casos confirmados acumulados quanto de óbitos da covid-19, a partir de dados oficiais da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa).
Mortes ainda crescem em regiões do Pará
Segundo explica Marcus Braga, doutor em Bioinformática e professor de Inteligência Computacional da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), em algumas das 13 regiões de saúde do Estado os óbitos ainda sobem. E, em outras, os casos acumulados também crescem. Porém, de forma geral, "o Pará permanece em situação estável".
Nesse momento, algumas regiões do Pará ainda merecem mais atenção. "Do ponto de vista da demanda de leitos de UTI, as regiões de saúde do Estado que merecem maior atenção são Xingu, Araguaia e Lago de Tucuruí. Os municípios de Redenção, Alenquer e Marituba ainda requerem um olhar mais atento, pois apresentam tendência de crescimento dos óbitos acumulados", afirma o pesquisador.
Quatro meses e meio de pandemia
A pandemia da covid-19, ocasionada pelo novo coronavírus, oficialmente chegou no Pará há quatro meses e 17 dias. No Estado, o primeiro caso foi confirmado da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars-Cov-2) ocorreu em 18 de março. A primeira morte confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) foi há três meses e 16 dias, exatamente dia 10 de abril, na Sexta-Feira Santa.
O objetivo do estudo é ofertar informações que sirvam a órgãos governamentais para ações antecipadas - inclusive com remanejamento de serviços e recursos hospitalares, para ajudar na melhoria da pandemia da covid-19 no Estado.
"Essas regiões que enfrentam problemas mais críticos precisam de tratamento mais intensivo e, para melhorar, depende de iniciativas do poder público em atacar", diz Marcus Braga.
No sistema de previsão do Boletim, que é de inteligência computacional, a previsão de óbitos diários é feita com a Rede Neural Artificial (RNA-2), que tem por objetivo ajustar o modelo de projeção de óbitos (RNA-1) levando em consideração os dados dos últimos 15 dias - o que inclui as subnotificações neste período. E serve de base para o modelo de previsão de recursos hospitalares (RNA-3). Segundo o estudo, esse procedimento funciona como um ajuste fino, a fim de atualizar os registros de óbitos em períodos passados, reduzindo, assim, o impacto de notificações atrasadas.
Demandas em UTIs de Tucuruí, Xingu e Araguaia
O atual boletim aponta que há algumas regiões de saúde que precisam de atenção do ponto de vista de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), como o Lago de Tucuruí, que tem 20 leitos de UTI, dois ocupados e 25 devem ser requisitados até segunda (27). Além do Araguaia, com 18 leitos de UTI, 16 ocupados e 25 devem ser necessários. Tem também a região do Xingu, que conta com 16 leitos de UTI, 13 ocupados e 36 devem ser precisos até segunda.
Na décima edição do boletim, as nove regiões de regulação de leitos no Pará contam com previsões até a próxima segunda (27), tendo total de 344 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e 1.013 leitos comuns, 180 médicos, 51 fisioterapeutas, 203 enfermeiros e 437 técnicos de enfermagem.
Casos confirmados e municípios
A acurácia (termo de acerto) do 10º Boletim nesta quinta-feira (23) estimava 146.457 casos confirmados acumulados e 5.638 óbitos acumulados no Pará. Os dados oficiais da Sespa para o mesmo dia foram 146.252 casos confirmados e 5.646 óbitos. Com isso, os percentuais de acertos médio previsto do estudo ficaram em 99,9% e 99,9%, respectivos.
Pela terceira semana consecutiva, o boletim apresenta também previsões para 40 cidades do Pará utilizando dados do Estado. São cidades que possuem hospitais regionais ou possuem quantidade considerável de habitantes, além de serem próximas às sedes das regiões de saúde.
"Isso permite um monitoramento da pandemia de forma mais localizada, alcançando não apenas as tendências para uma região, mas em nível de cidades, o que fornece mais recursos para uma atuação dos governos estadual e municipais no enfrentamento da crise epidemiológica", detalha Braga.
As cidades estudadas no Boletim Covid Pará são Abaetetuba, Alenquer, Altamira, Ananindeua, Barcarena, Belém, Bragança, Breves, Cametá, Capanema, Capitão Poço, Castanhal, Conceição do Araguaia, Igarapé-Açu, Itaituba, Juruti, Marabá, Marituba, Moju, Monte Alegre e Muaná. O estudo também observa Óbidos, Oriximiná, Paragominas, Parauapebas, Redenção, Rondon do Pará, Salinópolis, Salvaterra, Santa Izabel, Santana do Araguaia, Santarém, São Félix do Xingu, São Miguel do Guamá, Soure, Tailândia, Tomé-Açu, Tucuruí, Vigia e Xinguara.
Nesta 10ª edição, Braga destaca que o estudo continua também a apresentar a precisão das previsões feitas a cada boletim, "demonstrando que o modelo usado obteve mais de 95% de acerto nas projeções em comparação com os dados reais observados", frisa.
Além da Ufra, os estudos do Boletim Covid Pará são realizados pela Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), em colaboração com pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade do Estado do Pará (Uepa), por meio de equipe multidisciplinar, composta por especialistas em modelagem computacional, modelagem matemática, inteligência computacional, virologia, infectologia, genética, medicina, enfermagem e fisioterapia.
Acompanhe a projeção de limite médio de ocorrência de casos e de óbitos acumulados em todo o Pará e nas 13 regiões de saúde do Estado, até a próxima segunda-feira (27).
A covid-19 nas regiões*
(*casos acumulados / óbitos acumulados)
Pará - 153.160 casos - 5.767 mortes
Araguaia - 9.093 casos - 98 mortes
Baixo Amazonas - 10.955 casos - 416 mortes
Carajás - 27.905 casos - 442 mortes
Tucuruí - 4.132 casos - 201 mortes
Marajó I (Oriental) - 3.920 casos - 79 mortes
Marajó II (Ocidental) - 5.400 casos - 161 mortes
Metropolitana I - 34.114 casos - 2.548 mortes
Metropolitana II - 4.747 casos - 203 mortes
Metropolitana III - 13.627 casos - 583 mortes
Caetés - 8.087 casos - 308 mortes
Tapajós - 7.601 casos - 95 mortes
Tocantins - 14.886 casos - 448 mortes
Xingu - 8.694 casos - 184 mortes.
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