Cortejo fúnebre com cachaça e fogos de artifício chama a atenção no Pará

A tradição da vila de São João do Abade, em Curuçá, ocorre há mais de 200 anos e é chamada de “frete”

Lívia Ximenes
fonte

Um cortejo fúnebre em Curuçá, no Pará, chamou a atenção ao acontecer regado à música, cachaça e fogos de artifício. A tradição da Vila de São João do Abade ocorre há mais de 200 anos e objetiva celebrar a vida da pessoa que morreu, segundo o participante Alexandre Nascimento. Há cerca de 25 anos, o momento é chamado de “frete”. Confira abaixo.

VEJA MAIS

image Viúva de Charlie Kirk diz que perdoa autor de crime em funeral; Trump discursa contra opositores
Durante funeral em Utah, Erika Kirk defendeu mensagem de amor, enquanto ex-presidente afirmou que “odeia rivais”

image Funeral de Ozzy Osbourne: Kelly Osbourne usa os óculos escuros do pai na despedida

image Emoção e homenagens de amigos do Liverpool marcam funeral de Diogo Jota e André Silva

O trecho percorrido é de 4,5 km, da vila até o centro do município, no Cemitério São Bonifácio. Alexandre, que é criador de conteúdo e empreendedor, explica que a família entrega o caixão às pessoas que fazem o “frete”. “São muitos populares e vamos revezando o peso até o cemitério. Lá dentro já não tem fogos nem bebida. Quem quiser beber ou soltar fogos, fica do lado de fora”, diz.

A tradição começou quando os moradores de São João do Abade não tinham acesso facilitado a Curuçá e a serviços funerários, fazendo com que o caixão fosse improvisado com tábuas de Marupá — madeira leve e fácil de encontrar na Amazônia. Ainda conforme Alexandre, “os amigos e vizinhos se reuniam para ajudar nos preparativos, bebendo cachaça e fazendo o cortejo a pé até o cemitério.”

O cortejo, entretanto, é reservado para algumas pessoas e alguns acontecem sem festa. De acordo com a professora Valéria Sales, o funeral possui regras, participação da comunidade e divisão de tarefas. Enquanto os homens jogam baralho ou dominó na frente da casa do falecido, para fazer companhia aos familiares, as mulheres assumem a cozinha e garantem alimento a todos. Durante o trajeto até o cemitério, os homens carregam o caixão até determinada parte e, dali em diante, o trecho é assumido pelas mulheres.

Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞
Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ