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Comunidades do interior da Região Norte concentram 37,7% das 5 milhões de crianças fora da escola

Pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alerta para agravamento do quadro na pandemia

Eduardo Laviano
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Uma pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), divulgada nesta quinta-feira (29), aponta que mais de 5 milhões de crianças e adolescentes estavam sem acesso aos estudos no Brasil no fim de 2020, o ano da pandemia de covid-19. Deste total, quatro em cada dez tinham de 6 a 10 anos, a faixa etária mais afetada pela exclusão escolar. Desse grupo, 69,3% são crianças pretas, pardas ou indígenas.

Entre as regiões do país, Norte e Nordeste concentram os maiores percentuais. A maior exclusão da população de 6 a 17 anos está em Roraima, onde 38,6% desta parcela da população está sem estudo. Em seguida vem Amapá (35,7%), Pará e Amazonas (ambos com 32%), Bahia (30,7%) e Rio Grande do Norte (24,9%). Só a zona rural da região Norte responde por 37,7% do total de crianças de 6 a 10 fora da escola.

Antes da pandemia, crianças desta idade sem oportunidades de educação eram exceção. Em janeiro, o Unicef já havia divulgado a estimativa de que 5,2 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos estavam fora da escola ou sem atividades escolares. O número representa 13,9% do total da população com estas idades.

O salto foi considerável: de 1,1 milhão em 2019 para 5,1 milhões em 2020.

Brasil pode regredir 20 anos na edudação


As estimativas dos especialistas entendem que o fechamento de escolas durante a pandemia poderá fazer o Brasil regredir duas décadas no combate à evasão escolar.

Florence Bauer, representante da entidade no Brasil, destaca que os números fazem um alerta  para que ações sejam tomadas para reverter o quadro de maneira emergencial.

“É essencial agir agora para reverter a exclusão, indo atrás de cada criança e cada adolescente que está com seu direito à educação negado, e tomando todas as medidas para que possam estar na escola, aprendendo”, afirma Bauer.

Quase 6 em cada 10 cidades ainda discutem protocolos de segurança para reabrir escolas, aponta pesquisa Os dados apontam que, em novembro de 2020, havia 36,9 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. Entre eles: 35,4 milhões frequentavam a escola, 31,7 milhões recebia atividades escolares, podendo tê-las realizado ou não, 3,7 milhões não recebia atividades escolares e 1,5 milhão não frequentava a escola

A situação poderá afetar toda uma geração, afirma Bauer: “são crianças dos anos iniciais do Ensino Fundamental, fase de alfabetização e outras aprendizagens essenciais às demais etapas escolares".

Segundo ela, sem completar o ciclo de alfabetização, as crianças poderão sofrer reprovações e até abandonar as escolas. Ela defende a reabertura das salas de aula de modo seguro para garantir o estudo das crianças.

Quase 6 em cada 10 cidades brasileiras ainda discutem protocolos de segurança para reabrir escolas, aponta pesquisa Os dados apontam que, em novembro de 2020, havia 36,9 milhões de crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. Entre eles: 35,4 milhões frequentavam a escola, 31,7 milhões recebia atividades escolares, podendo tê-las realizado ou não, 3,7 milhões não recebia atividades escolares e 1,5 milhão não frequentava a escola

Exclusão é maior no interior


Na análise por áreas urbanas, a exclusão maior entre crianças de 6 a 10 anos está concentrada na zona rural, onde estão 16,5% dos casos. Na área urbana, são 12,6%.

Para o Unicef, é preciso agir para trazer crianças e adolescentes de volta às escolas, por meio de estratégicas diferenciadas, como a busca ativa, localizando as crianças e entendendo os motivos do abandonado com ajuda da família, e também campanhas educativas.

Além disso, o Unicef destaca o amplo acesso à internet como crucial para conter a evasão escolar. Segundo dados levantados junto às redes municipais de ensino, 48,7% das redes municipais relataram muita dificuldade dos estudantes no acesso à internet para a realização de atividades remotas.

Entre os professores, 24,1% também tinham dificuldades de se manterem conectados.

Seduc diz que identifica alunos com dificuldades


Em nota, a Secretaria de Estado de Educação diz que as taxas de rendimento escolar (aprovação, reprovação e abandono) são calculadas com base nos dados coletados na segunda etapa do Censo Escolar 2020, que ocorreu entre os dias 22/02 a 07/04 e só serão disponibilizados no dia 02/06/2021.

A secretaria afirma também que deu continuidade ao ano letivo com atividades e aulas não presenciais na rede estadual e que realiza a busca ativa escolar, em parceria com o próprio Unicef, para identificar os alunos que não tem acompanhado as atividades e trazer de volta à rotina de estudos.

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