Cigarros eletrônicos não são diferentes do tabagismo e também podem causar dependência

Uso desses produtos, que foram apresentados como alternativas para fumantes, é proibido no Brasil. Sensação de prazer é a mesma do cigarro comum,

Dilson Pimentel

O oncologista clínico Rodnei Macambira também falou dos “vapes” (abreviação de “vaporizador”) e os cigarros eletrônicos, sobre os quais surgiram discussões recentemente, principalmente por causa de alguns estudos americanos. É que algumas causas de mortes nos Estados Unidos foram associadas ao uso desses cigarros.

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“Esse tipo de uso é proibido pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A Sociedade Brasileira de Cardiologia e algumas sociedades americanas já vêm fazendo um alerta de que os cigarros eletrônicos não devem ser utilizados como terapia antitabagismo. Apesarem de serem, na teoria, menos nocivos que o tabaco tradicional, a gente não sabe ainda ao certo os riscos que eles podem incluir ao organismo. Mas a gente sabe que tem da tendência de “vapes” e cigarros eletrônicos causando dependência nos pacientes que os usam, aumento do índice de câncer e principalmente doenças cardiológicas”, afirmou.

A agência regulatória americana  e a Sociedade Brasileira de Oncologia, da qual o oncologista faz parte, informaram que já foram identificadas algumas substâncias cancerígenas nesse tipo de cigarro eletrônico. “A gente acredita que não deve ser estimulado o uso de cigarros eletrônico, ainda tem muito a se entender. Os riscos principalmente para um público mais jovem, adolescente, existem. A recomendação é que, nesse dia mundial de combate ao tabagismo, seu uso não deve ser estimulado”, disse.

Mesmo perigoso, fumar provoca sensação de prazer

Mesmo sendo um hábito tão perigoso, as pessoas, porém, continuam fumando. “Vamos lembrar que isso tem a ver com a dependência. As drogas como um todo causam um efeito dependente no organismo, tanto psíquico como físico. E, devido a isso, a gente tem a sensação do bem-estar. A principal substância que temos no tabaco é a nicotina, e ela é uma droga que causa dependência. É uma substância psicoativa. Provoca sensação de prazer, que vai induzir a pessoa a abusar e a depender desse prazer para se sentir mais feliz”, disse.

“A gente lembra que a dependência ao tabaco é incluída internacionalmente como uma doença. Quando a gente inala essa nicotina pelo cigarro, a gente vai provocar em nosso sistema nervoso central, no nosso cérebro, um estado emocional e comportamental diferente”, afirmou oncologista clínico Rodnei Macambira. “Da mesma foram que ocorre com outras drogas, maconha, cocaína, heroína, crack e álcool. Aí depois que vai entrar em contato com o nosso cérebro, o sistema nervoso central, vai estimular várias substâncias que nós chamamos de neurotransmissores, que vão estimular a liberação de hormônios, principalmente endorfinas e adrenalina que, por sua vez, vão estimular o prazer e com isso aquela boa sensação na pessoa que está fumando. Por isso muitas vezes a pessoa sabe que é perigoso, isso é muito comum. Às vezes, a pessoa tem um câncer provocado pelo cigarro, mas ela é dependente. Não consegue viver sem aquela sensação de prazer”, afirmou.

Sespa oferece oferece tratamento gratuito às pessoas que querem parar de fumar

A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou que, desde 2003, oferece tratamento gratuito às pessoas que querem parar de fumar.  Durante esse tempo, o Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante (CRATF) já atendeu 5.798 pacientes, dos quais 110 ainda estão em tratamento, sendo que aproximadamente cerca de 30 pacientes novos que procuram atendimento a cada mês.

A Sespa acrescentou que, devido à pandemia da covid-19, não haverá programação este ano em alusão a data de combate ao tabagismo. No entanto, o atendimento aos pacientes segue acontecendo normalmente no Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante (CRATF) que funciona de segunda a sexta-feira, das 7 às 17 horas, na Unidade de Referência Presidente Vargas (na avenida Presidente Vargas, 513), térreo. Para mais informações, o telefone é (91) 3242-5645.

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