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Fumantes têm maior risco de desenvolver sintomas graves da covid-19

Tabaco mata anualmente oito milhões de pessoas no mundo, alerta OMS

Dilson Pimentel
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Caso seja contaminada pela covid-19, uma pessoa que fuma tem maior risco de desenvolver sintomas graves da doença. É o que afirma o oncologista clínico Rodnei Macambira. “O pulmão fica mais debilitado. É um pulmão um pouquinho mais suscetível aos efeitos do vírus. A gente sabe que, de modo geral, o tabaco por prejudicar o sistema respiratório. Uma pessoa infectada pelo coronavírus pode ter a sua saúde mais ameaçada e, infelizmente, pode ter formas graves da covid 19”, acrescentou.

Leia maisCigarros eletrônicos não são diferentes do tabagismo e também podem causar dependência

O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. E a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Os números continuam altos em todo o mundo, mas é possível que a pandemia tenha contribuído para reduzir, pelo menos parcialmente, o número de fumantes. “De modo subjetivo, a ideia que nós temos é que a covid-19 deve ter provocado uma redução parcial do número de fumantes ao redor do mundo, tanto na compra do cigarro quanto no seu uso em lugares públicos”, disse o oncologista clínico Rodnei Macambira.

Ele ressaltou não haver dados objetivos sobre esse assunto. Nesta segunda-feira, 31 de maio, é o Dia Mundial de Combate ao Fumo. Por causa da pandemia, a maioria dos países adotou medidas restritivas. “A gente sabe que o hábito do tabaco é também aliado a um alto grau de aglomeração social. Pelo isolamento social, as pessoas devem ter tido uma tendência a uma diminuição no consumo desenfreado do tabaco, onde o consumo provavelmente está se dando maior a nível pessoal em suas residências do que aqueles consumos em lugares públicos, onde a maioria está fechado ou com diminuição em sua capacidade”, disse.

 

Uma doença crônica, o tabagismo causa dependência e é um fator de risco para várias doenças

Entre outros problemas de saúde, o cigarro provoca doenças pulmonares. Os pacientes que fumam têm predisposição a ter problemas circulatórios e, também, câncer. Ainda segundo oncologista clínico Rodnei Macambira, o tabagismo é uma doença crônica que causa dependência e é um fator de risco para várias doenças e para a morte ao redor do mundo.

Ele disse que o controle e as campanhas têm funcionado para reduzir o vício em cigarros. O uso do cigarro é elevadíssimo no mundo. Mas, mesmo o número sendo alto, ele disse que as campanhas educativas estimulam uma diminuição no vício sim no cigarro. “No Brasil, tem uma campanha muito feroz contra o tabagismo”, disse, citando as fotos nas carteiras de cigarro, falando dos malefícios causados pelo tabagismo. “Coisa que a gente não via no passado.

Essas campanhas vêm traduzindo uma diminuição e são um fator muito importante. Quando a gente informa pra população dos riscos, a gente consegue uma diminuição. Isso aí é um princípio básico da medicina preventiva, e eu não tenho dúvidas de que é por aí. Temos que continuar esse caminho importante”, afirmou.

Na antiguidade, explicou, o cigarro era visto como algo social. Era sinal de status, de nobreza, sinal de beleza. “Hoje a gente sabe que é bem diferente. A gente sabe que as pessoas que fumam têm certas dificuldades de encontrar locais para fumar, para exercer seu vício, para sentir esse prazer. E as campanhas precisam acontecer cada vez mais, porque só com a diminuição maior ainda do hábito de fumar a gente vai conseguir eliminar e reduzir doenças muito importantes e que ainda matam muitas pessoas em redor do mundo: doenças do pulmão, do coração e do câncer”, afirmou.

Tabagismo mata 8 milhões de pessoas por ano e são mortes evitáveis

De acordo com a Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), o tabagismo integra o grupo de transtornos mentais e comportamentais em razão do uso de substância psicoativa. Ele também é considerado a maior causa evitável isolada de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo.

A Organização Mundial da Saúde aponta que o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto desse produto, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de não-fumantes expostos ao fumo passivo. A OMS afirma ainda que cerca de 80% dos mais de um bilhão de fumantes do mundo vivem em países de baixa e média renda onde o peso das doenças e mortes relacionadas ao tabaco é maior.                       

O tabaco é uma planta (Nicotiana tabacum) cujas folhas são utilizadas na confecção de diferentes produtos que têm como princípio ativo a nicotina, que causa dependência. Há diversos produtos derivados de tabaco: cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, bidi, tabaco para narguilé, rapé, fumo-de-rolo, dispositivos eletrônicos para fumar e outros. No Brasil, a Resolução da Diretoria Colegiada n.º 46 de 2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), proíbe a comercialização, a importação e a propaganda de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar.

O tabagismo é uma doença que contribui para o desenvolvimento dos seguintes tipos de câncer: leucemia mielóide aguda; câncer de bexiga; câncer de pâncreas; câncer de fígado; câncer do colo do útero; câncer de esôfago; câncer de rim e ureter; câncer de laringe (cordas vocais); câncer na cavidade oral (boca); câncer de faringe (pescoço); câncer de estômago; câncer de cólon e reto; câncer de traquéia, brônquios e pulmão.

O tabaco fumado em qualquer uma de suas formas causa a maior parte de todos os cânceres de pulmão e contribui de forma significativa para acidentes cerebrovasculares e ataques cardíacos mortais. No Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo. R$125.148 bilhões são os custos dos danos produzidos pelo cigarro no sistema de saúde e na economia e 161.853 mortes anuais poderiam ser evitadas. Quanto às mortes anuais atribuíveis ao tabagismo: 37.686 correspondem à Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), 33.179  à doenças cardíacas, 25.683 a outros cânceres, 24.443 ao câncer de pulmão, 18.620 ao tabagismo passivo e outras causas, 12.201 à pneumonia e 10.041 ao acidente vascular cerebral (AVC).

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