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Biomédico faz sucesso vendendo empadas na praia do Caripi

Ainda enquanto universitário de biomedicina, entre 2016 e 2018, Júnior arregaçou as mangas e foi trabalhar como vendedor ambulante, para ajudar os pais a pagarem a faculdade

Larissa Costa
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Há pouco mais de um ano em Barcarena, Edilson Júnior Xavier, de 30 anos veio de Moju para o município em busca de emprego na área da Biomedicina. Após empregado, mas ainda com dívidas, ele resolveu se lançar em uma segunda jornada de trabalho. Dessa vez o cenário não seria formal, mas paradisíaco: na praia do Caripi trabalhando como vendedor ambulante.

A venda de empadas na praia foi a solução que o biomédico encontrou de captar renda extra para sanar uma dívida que havia contraído quando ficou desempregado. “Estava recém-chegado em Barcarena e uma amiga do trabalho me deu essa ideia. Eu achei muito bacana porque já tinha essa experiencia de trabalhar na rua”, conta o biomédico que soma no currículo o trabalho como vendedor de canetas nos coletivos da grande Belém.

Ainda enquanto universitário de biomedicina, entre 2016 e 2018, Júnior arregaçou as mangas e foi trabalhar como vendedor ambulante, para ajudar os pais a pagarem a faculdade. “Inclusive viajei pra dois congressos fora do estado com o dinheiro da venda de canetas”, conta sobre como a veia empreendedora contribuiu na sua formação.
Júnior buscou inspiração e motivação na história de Rangel Reis, ambulante, que começou vendendo empada nos semáforos de Belém e conseguiu ampliar seu próprio negócio. “Trocamos experiências e hoje é meu amigo, muito parceiro que me ajuda muito também em relação às empadas”, explica.

A mãe não economiza elogios ao filho: “Sou suspeita, mas desde criança ele tem esse tchan pra negócio. Nunca gostou de depender totalmente da gente, sempre foi muito esforçado, com espírito batalhador. Não tem vergonha de trabalhar e nem das suas raízes. É uma pessoa simples que gosta muita de fazer amizades”, conta Valdirene da Silva, 51 anos. 

Mesmo quitando a dívida, o biomédico não quis renunciar ao trabalho de ambulante e muito menos dos clientes que conquistou. “Deu muito certo! As pessoas gostaram e o negócio foi crescendo, as pessoas foram tomando gosto. Consegui comprar um fogão industrial, comprei uniforme, criei um cartãozinho que entrego para os clientes. Sempre tentei trabalhar de forma muito bem organizada”, explica sobre o sucesso do negócio que recebeu o nome de Empadas da Cocoricote, em homenagem a filha caçula que recebeu o apelido carinhosamente. Júnior tem ainda mais duas filhas, de 6 e 4 anos de idade.

O vendedor se desdobra para dar conta da dupla jornada e explica como faz. “Durante a semana eu acordo 5h e vou para a cozinha preparar a massa das empadas. Às 7h vou para a clínica e volto pra casa 12h; tomo banho troco de roupa e vou para as empadas colocar o recheio nas forminhas. Às 17h, final do expediente na clínica, retorno pra casa e finalizo as empadas colocando a tampa e em seguida ponho pra assar. Depois disso tudo vou para a praia”, descreve sobre a rotina corrida durante a semana.

image Jornadas em ofícios diferentes: de biomédico a vendedor; uma renda extra para o sustento da família (Divulgação/ Arquivo Pessoal)

Aos finais de semana, o biomédico não descansa. “Todo final de semana a gente sai pra essa correria que começa 10h e termina às 19h”, conta Júnior que tem o apoio da esposa. “Encontro muitos pacientes na praia. Apesar de não ter doutorado, muitos me chamam de doutor. - Doutor o senhor por aqui!”, se diverte contando sobre as situações vividas como ambulante.

O biomédico explica que se descobriu no empreendedorismo e por isso não faz planos de deixar o negócio. “O que começou como uma renda extra hoje é a nossa principal fonte de renda. Por incrível que pareça o negócio das empadas é muito mais rentável do que o salário de biomédico”, revela. Apesar disso Júnior afirma que também não pensa em deixar de trabalhar como biomédico e vai tentar conciliar as duas atividades até onde for possível.

Com o lucro da Empada da Cocoricote, a família comprou um terreno, onde planeja erguer a casa própria e as futuras instalações do negócio próprio. Mobília nova para a casa também está entre as conquistas da família até agora, fruto do árduo trabalho com as vendas. “Enfrentamos dificuldades como todos que trabalham na rua. Eu acredito que a persistência é a palavra-chave pra todo mundo que quer empreender”, afirma Júnior.

 

 

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