Atos pela educação tomam as ruas e marcam instituições de ensino e pesquisa de Belém, Marabá e Altamira
Em apoio ao 30 de maio, mobilizações em defesa da educação iniciaram às 5 horas da manhã na capital paraense, e envolvem também os campi no interior
Os atos e paralisações convocadas na capital paraense, em apoio ao 30 de maio, o Segundo Dia Nacional em Defesa da Educação, iniciaram bem antes da caminhada marcada para a tarde desta quinta-feira (30) pelas ruas de Belém. Oito horas antes da concentração convocada para ocorrer às 16h na Praça da República, pelo menos seis instituições de ensino superior e pesquisa já amanheceram desde 8h da manhã com portões fechados e aulas suspensas - ou tiveram atividades programadas com paralisações parciais, para adesões de servidores, a partir das 13h de hoje, aos atos em defesa da pequisa e educação e contra a Reforma da Previdência.
Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Sul e Sudeste Pará (Unifesspa), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), Museu Paraense Emílio Goedi (MPEG), Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e Núcleo Pedagógico Integrado da UFPA (NPI) tiveram entradas fechadas ou reduziram atividades antes da caminhada desta tarde - que percorrerá quatro quilômetros, pelas avenidas Presidente Vargas e Nazaré, até o Mercado de São Brás.
ATO PELA EDUCAÇÃO
A caminhada da tarde desta quinta pretende repetir a adesão aos atos unificados realizados na capital no último dia 15 de maio, que levaram 30 mil alunos, professores, pesquisadores e servidores ligados a vários órgãos, além de diversas entidades, em outra caminhada pelas ruas da capital paraense.
O ato em Belém é convocado por várias entidades, acompanhando as adesões de várias capitais brasileiras. A Praça da República foi palco o último ato, realizado dia 15 de maio, e o Mercado de São Brás foi ponto de concentração dos grandes protestos da campanha eleitorais de outubro do ano passado, nas passeatas do movimento #EleNão.
Aulas também foram suspensas em algumas escolas da rede estadual. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), foi uma das entidades que pediu apoio de professores e estudantes ao ato desta quinta-feira.
A concentração foi iniciada às 16h, na Praça da República, no centro da capital paraense. Às 17h45 começou a caminhada do ato pela educação em Belém. A multidão deixou a Praça da República e segue pela avenida Presidente Vargas, rumo ao Mercado de São Brás.
Cerca de 40 mil participam da caminhada, que já percorreu a avenida Presidente Vargas e segue rumo ao Mercado de São Brás. O público foi estimado pela organização do evento.
Ouça a entrevista com Jorge Panzera, presidente do PCdoB no Pará:
CORTES
No Pará, os cortes orçamentários anunciados pelo governo federal vão implicar em uma perda de R$ 105,29 milhões no orçamento das quatro universidades federais em funcionamento no Estado do Pará. Na média, o valor reduzido corresponde a 31,22% do orçamento de R$ 337,24 milhões, previsto para essas universidades no ano de 2019.
Essa redução de recursos prejudica 63.025 estudantes atualmente matriculados em 28 municípios e pode representar a redução direta de 15.565 vagas nos campi federais do Estado. Ainda estão em risco 7.826 os trabalhos e estudos de mestrandos e doutorandos e 265 cursos superiores no Pará. Os dados são da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
MARABÁ
A Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), teve manhã marcada por protestos em Marabá, situada a 560 quilômetros de Belém, no Sudeste do Estado. Professores, alunos e servidores paralisaram atividades desde 8h da manhã desta quinta.
ALTAMIRA
O campus da Universidade Federal do Pará (UFPA) em Altamira, localizada a 830 quilômetros de Belém, no Oeste do Estado, também amanheceu com os portões fechados.
IFPA: FALTAS CONTRA ALUNOS
No campus de Belém do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), na Almirante Barroso, no Marco, as aulas foram normais na manhã desta quinta. Porém, alunos relataram que não foram autorizados a fazer assembleias na instituição, por duas vezes, ontem (29) e hoje (30) pela manhã.
Ainda assim, representantes estudantis dizem que um ônibus estará disponível na porta da instituição, às 15h, para dar transporte até à Praça da República, onde ocorre a concentração da caminhada - que sai às 16h rumo ao Mercado de São Brás.
Segundo os estudantes, essa mesma logística deu apoio aos atos do último dia 15 de maio - que reuniram mais de 30 mil pessoas em quatro horas de caminhada pelas ruas da capital, da Praça da República até a Assembleia Legislaliva do Estado.
Segundo os estudantes do campus de Belém do IFPA, no último ato alguns professores liberaram aulas, e outros não. Por isso, alunos denunciam que tiveram faltas registradas nos último protesto em defesa da educação. Eles temem que aconteça o mesmo esta quinta.
PORTÕES FECHADOS NA PERIMETRAL
Esta manhã a redação integrada de O Liberal percorreu a avenida Perimetral, que corta os bairros do Marco, Terra Firme e Guamá - e é o principal corredor a reunir instituições de conhecimento e pesquisa federais e estaduais do Pará na Grande Belém.
O trânsito esta quinta-feira estava nitidamente mais ameno que o normal, e vários portões de grandes universidades estavam cerrados desde as 8h da manhã.
Confira o balanço das movimentações que anteciparam o ato marcado para esta tarde:
NÚCLEO PEDAGÓGICO DA UFPA
Núcleo Pedagógico Integrado da UFPA, escola de aplicação ligada à Universidade Federal do Pará, amanheceu com portões cerrados. Alunos não tiveram aulas esta manhã e as atividades seguem paralisadas também durante a tarde.
EMBRAPA, SERPRO E ELETRONORTE
Na Perimetral, a sede do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) na avenida Perimetral segue com atividades normais, assim como a sede das Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A (Eletronorte), subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras).
Na Eletronorte, nas faixas de apoio dos urbanitários convoam para os atos contra a Reforma da Previdência, que também marcam o 30 de maio na capital paraense.
A sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Amazônia Oriental), está com expediente normal. Os portões não foram fechados e a Embrapa segue funcionando.
MUSEU GOELDI
Servidores do Museu Paraense Emílio Goedi (MPEG), que tem um campus de pesquisa na perimetral, na Terra Firme, e o Parque Zoobotânico, em São Brás, confirmaram que vão aderir ao ato de hoje, apesar da instituição não ter se manifestado oficialmente.
A Associação dos Servidores do Museu Goeldi decidiu aderi ainda na semana passada aos atos do 30 de maio. A manhã iniciou com atividades normais, mas os funcionários suspenderam atividades a partir das 13h.
UFRA
A Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) também manteve os portões fechados desde o início da manhã desta quinta. Alunos e servidores fizeram uma mobilização em frente ao campus da universidade, na avenida Perimetral, bo bairro da Terra Firme, durante toda a manhã.
O acesso ao campus universitário foi vedado. Os atos serviram à concentração de estudantes e servidores que participarão da caminhada que parte esta tarde da Praça da República, no centro de Belém, rumo ao Mercado de São Brás.
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