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Indígenas mortos por coronavírus são enterrados de acordo com as tradições em Parauapebas

Distrito de Saúde Indígena acatou recomendação do MPF no fim de semana em que dois Xikrin foram vitimados pela covid-19

Redação Integrada, com informações do MPF
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Dois indígenas da terra Xikrin do Cateté, mortos por complicações da covid-19 em Marabá (PA), no último fim de semana, tiveram funerais dentro do território indígena, localizado em Parauapebas, seguindo as orientações de precaução para evitar o contágio, após recomendação do Ministério Público Federal (MPF) ao Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) Guamá-Tocantins.

O MPF tinha enviado a recomendação para que os indígenas pudessem ser enterrados dentro do território dos Xikrin, atendendo ao apelo dos parentes.  

Ao recomendar o traslado dos Xikrin mortos no último fim de semana para suas respectivas aldeias, o MPF pediu que as cerimônias fossem orientadas pelo Dsei para evitar a disseminação do novo coronavírus, evitando-se as aglomerações, manter as urnas funerárias fechadas, disponibilizar máscaras, água, sabão, papel toalha e álcool em gel 70% para higienização das mãos durante todo os rituais funerários e evitar, especialmente, a presença de pessoas que pertençam ao grupo de risco para agravamento da covid-19.

A recomendação ainda informava que todas as medidas devem ser dialogadas com as famílias e com as lideranças das comunidades indígenas.

Para o MPF, o protocolo do Ministério da Saúde para funerais de vítimas do novo coronavírus prevê uma série de cuidados para evitar contaminação, mas não tratou das particularidades dos povos tradicionais e deixou de garantir o enterro de seus membros com base nos costumes e tradições próprios.

No entendimento do MPF, por meio do diálogo intercultural, é possível assegurar os funerais dentro das terras indígenas, A recomendação garantiu diálogo entre o Dsei e a comunidade que permitiu tanto os cuidados sanitários quanto o respeito às tradições do povo Xikrin.

Os dois indígenas, uma jovem e um senhor idoso, estavam hospitalizados em Marabá e, ao saber das mortes, as lideranças Xikrin pediram às autoridades que os corpos fossem levados para a terra indígena para os sepultamentos de acordo com os costumes do povo.

Segundo o MPF, o Dsei preferia aplicar o protocolo do Ministério da Saúde sem considerar o direito das comunidades indígenas a manterem suas tradições. Foi então que o MPF fez a recomendação e garantiu diálogo entre o Dsei e a comunidade que permitiu tanto os cuidados sanitários quanto o respeito às tradições do povo Xikrin.

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