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Ansiedade na pele: veja o que fazer quando o estresse vira gatilho dermatológico

Problemas emocionais como estresse e ansiedade podem se manifestar de diversas formas no corpo

Laura Serejo
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Problemas emocionais como estresse e ansiedade podem se manifestar de diversas formas no corpo, e a pele é um dos primeiros lugares onde esses sinais aparecem. Alergias, urticárias, coceiras, queda de cabelo e outras reações podem surgir ou piorar em momentos de crise emocional.

A jornalista Laís Souza, de 25 anos, conhece essa realidade. Desde a adolescência, ela convive com os impactos da ansiedade, que começaram a se refletir no corpo ainda antes de receber o diagnóstico. “Os primeiros sintomas vieram com dores fortes no estômago, sensação de queimação, vômitos e crises de choro. Na pele, tive alergias a tecidos, urticárias nas pernas, braços e barriga. Também percebia que meu cabelo caía bastante depois que a crise passava”, conta.

Com o tempo, Laís conseguiu identificar situações que serviam como gatilho para as crises de ansiedade. “Percebi que lugares silenciosos e ambientes como velórios ou hospitais me faziam muito mal. Isso veio de traumas da infância. Então, hoje em dia, faço o possível para ficar em lugares com barulho, música ou deixo vídeos rolando no celular”, relata.

Impacto na autoestima e na rotina

Os efeitos da ansiedade impactaram diretamente sua autoestima e rotina. “Afeta até meu apetite. Tem dias que como tudo o que vejo, em outros fico sem comer. Às vezes não consigo sair do quarto. Se estou na rua, preciso voltar pra casa ou encontrar um lugar pra me sentar. Dormir é o que mais ajuda, mas nem sempre consigo, então coloco vídeos ou músicas pra ocupar minha cabeça”, explica.

Em algumas crises, os sintomas na pele chegaram a impedi-la de sair de casa ou até mesmo de trabalhar. “Já deixei de sair porque meu corpo coçava inteiro e eu sentia como se estivesse queimando de dentro pra fora. Tinha dificuldade até de vestir roupa”, lembra.

Depois de perceber a relação entre a ansiedade e os problemas na pele, Laís buscou ajuda profissional. “Comecei a fazer terapia com 19 anos, mas antes não entendia o que era. Passei por uma psicóloga, não me adaptei. Fiquei quase um ano sem terapia até encontrar outro profissional, e aí consegui manter constância. Hoje faz cinco anos que faço terapia todo mês, e foi a melhor coisa que fiz por mim. Com isso, entendi as raízes da ansiedade e como lidar com meus pensamentos acelerados”, afirma.

Mudanças de hábitos ajudaram a controlar as crises. “Cuido mais da pele, hidrato, protejo do sol. Isso me dá uma sensação de limpeza e alivia a ansiedade. Quando sinto a pele reagindo, tomo banho de água gelada, que acalma a quentura. E quando estou muito ansiosa, controlo a respiração, procuro um lugar arejado, com som, ou coloco música no celular”, conta.

Para Laís, entender a ansiedade foi essencial para lidar melhor com os sinais que o corpo manifesta. “A terapia é o melhor jeito de entender esses sentimentos. Você descobre que a ansiedade não é tão grande quanto parece e que não vai sumir, mas é possível aprender a conviver com ela”, finaliza.

Dermatologista explica relação entre estresse e doenças de pele

Segundo a dermatologista Daniela Rodrigues, situações de estresse e ansiedade podem agravar uma série de doenças de pele. “Doenças de pele como acne, eczema, vitiligo, psoríase podem ser agravadas pelo estresse. O estresse libera o hormônio cortisol, que vai agir na pele favorecendo o aparecimento de diversas doenças”, explica.

A profissional destaca que quando o nível de cortisol está alto, a pele fica mais vulnerável. “O hormônio do estresse prejudica a produção de lipídios e ceramidas, que formam a barreira de proteção. Assim, a pele fica mais suscetível a danos, como vermelhidão, coceira, ressecamento ou até mesmo lesões”, detalha.

Ela também alerta que doenças com fundo emocional costumam ter períodos de melhora e piora. “O paciente precisa estar ciente de que o quadro é cíclico. Quando o médico já tentou diversos tipos de tratamento e o paciente não responde, é hora de procurar uma ajuda psicológica”, reforça.

Para controlar a ansiedade, a especialista destaca a importância de buscar atividades que tragam prazer. “Sou muito a favor do esporte. Acho que o esporte é um grande aliado no tratamento da ansiedade, mas o paciente tem que buscar algo que lhe dê prazer. Pode ser na oração, na meditação, no esporte ou outros que lhe tragam paz”, concluiu.

*Laura Serejo (estagiária de jornalismo, sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do núcleo de Atualidades)

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