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Amores que marcam: conheça as histórias de quem tatuou o nome do ex e se arrependeu

O amor segue sendo a principal motivação para alguém se tatuar, mas nem sempre a decisão é livre de arrependimentos

Igor Wilson

Para recordar. Para homenagear. Para ser parte de um grupo. As tatuagens se projetam sobre a pele e o tempo. E talvez por isso sejam alvo do desejo de muitas pessoas. São amores que marcam. O amor, inclusive, segue sendo a principal motivação para alguém se tatuar. “Posso dizer que 70% vem com o intuito de homenagear alguém por amor. Segue sendo a maior motivação para se tatuar", diz Susi Martins, do Macgayver Tattoo, em Ananindeua. Ela sabe porque são os clientes que lhe contam. “Sempre somos um pouco psicólogos também, escutamos muitas histórias”, diz.

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Susi se refere a histórias como a de Yuri Reis, nome ficticio, que pode ser considerado como alguém apaixonado por tatuagens e pelo amor. Aliás, amor e tatuagem andam juntos para este morador de Ananindeua que prefere não revelar seu nome verdadeiro. Com o bom humor carregado de gírias que são a cara do Pará, Yuri se diverte ao contar a história de cada tatuagem que fez para antigas namoradas e depois mandou cobrir. A primeira, feita aos 16 anos, foi por causa de uma ingenuidade adolescente.  

“Foi minha primeira namoradinha. Aquela empolgação de um primeiro relacionamento, parecia que nunca tinha conhecido nenhuma mulher na vida né!? Aí fiz na empolgação essa tatuagem. Fiquei todo feliz porque logo depois ela fez o meu nome também. O cara pensa que vai ser para sempre, que é tudo lindo, e acaba fazendo essa burrice. Hoje em dia me arrependo muito dessa”, diz, mostrando o local onde hoje outras tatuagens cobrem sua perna esquerda, onde estava o nome de seu “primeiro amor”.  

“O namoro não durou um ano, mano [risos]. Na época meus pais não sabiam, porque ficava na minha perna, mas foi um sofrimento até arrumar dinheiro para mandar cobrir com outro desenho. Foram muitas diárias de trabalho para mandar cobrir com essa carpa azul aqui, nem dá pra ver mais nada”, mostra. 

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Tatuar o nome do amado continua sendo a preferência dos clientes

Quando se fala no mundo das tatuagens, as tendências vão e vêm muito rápido. Mas não quando se fala de amor. Na primeira década dos anos 2000, a moda era tatuar o nome do companheiro(a). Com o passar dos anos, outras formas de homenagem foram surgindo, como tatuar desenhos ou símbolos que representem a pessoa homenageada sem a necessidade de tatuar seu nome. No entanto, para Susi e outros profissionais de Ananindeua, marcar o nome do amado(a) na pele continua sendo a forma preferida pelos clientes.

"A maior parte ainda é formada por pessoas que querem tatuar o nome do companheiro, mas essa tendência está mudando um pouco. Hoje também muitos procuram fazer outros desenhos, símbolos, que não precise ser o nome das pessoas. Assim, se terminar ou se distanciar, fica mais fácil, nem precisa cobrir muitas vezes”, diz Suzi, que se diverte com alguns casos de clientes como Yuri. 

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"Temos uma cliente aqui, que não podemos revelar o nome, que faz algo semelhante. Ela já tatuou o nome do namorado, depois brigou e pediu para fazer outra por cima. Depois reatou e pediu para fazermos o rosto dele em outro lugar. Depois mandou cobrir o rosto quando brigou novamente. Ela está fechando um braço inteiro com cobertura. Ela faz a tatuagem, passa dois meses, briga, depois cobre novamente. Tem partes que já estão só pintadas de preto mesmo", conta Susi.  

Para Yuri, a tatuagem do nome é a verdadeira prova de amor. Desenhos ou símbolos nunca cogitou. E assim foi com seu segundo, terceiro e quarto relacionamento. Os hormônios aflorados na pele de quem tem vinte e poucos anos também o enganou como na adolescência. “Acreditei que a segunda namorada era a mulher que sempre esperei”, diz. Em apenas alguns meses de relacionamento e alguns “rocks” inesquecíveis, o morador de Ananindeua fez uma surpresa ao chegar na casa da namorada certo dia.  

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“Mais uma vez empolgação né. Mas dessa vez não foi algo infantil como na primeira. Eu queria me achar o garanhão, naquela época quem tinha tatuagem com nome de mulher era bem visto entre as meninas mesmo. Aí já viu, acabei fazendo a mesma besteira de novo”, conta de forma bem humorada, mostrando a tatuagem de um arranjo de flores que fez por cima do nome do antigo amor.  

Yuri, perserverante, também fez uma tatuagem com o nome da terceira mulher com quem se relacionou de forma mais séria. Apesar das homenagens em forma de tinta na pele, cada namorada representou uma fase da vida. “Não se trata apenas da lembrança da pessoa, mas de uma época”, diz. A terceira vez que Yuri decidiu homenagear uma namorada com uma tatuagem foi por causa da cobrança que a moça fazia. “Ela dizia que eu tinha feito para outras que ficaram menos tempo comigo, então podia fazer uma para ela. Aí já viu né. Studio de tatuagem aí vou eu”, diz em tom de brincadeira.  

Atual também está marcada na pele

Hoje Yuri jura que encontrou o amor eterno. Sua quarta tatuagem em homenagem a um relacionamento afetivo não foi para uma namorada, mas sim para sua esposa, mãe de sua filha. E engana-se quem pensa que ele foi cobrado. Yuri, nome fictício de nosso personagem, realmente acreditou e hoje diz que valeu a pena.  

“Fiz essa da minha esposa e da minha filha. A quarta e última. Não são como as de antes. Estamos mais maduros, cascudo né. Não somos namorados, somos marido e mulher, e ela é mãe da minha filha, se tem alguém que merece é ela”, diz.  

Processo de cobertura 

A cobertura, também chamada de Cover-Up, é a técnica mais usada no Studio por quem quer se livrar de uma tatuagem, principalmente aquelas que marcam ex relacionamentos. Muitas vezes o relacionamento não dá certo e a pessoa quer se livrar daquela lembrança, e a melhor opção, muitas vezes, é cobrir. 

O processo de cobertura deve ser feito sempre por um profissional experiente e que domine a técnica. Pois é um processo mais complexo, onde estudamos a tatuagem do cliente e levamos em consideração alguns fatores como: a cor, pigmento, tamanho e o local da tatuagem a ser coberta. Para poder definir junto ao cliente o melhor desenho e técnica a ser utilizada ali. Respeitando as preferencias dele, e claro, garantindo um resultado satisfatório.