Alunos das Usinas da Paz levam arte coletiva para COP 30 com apresentações originais
Iniciativa reúne estudantes dos cursos de dança contemporânea e música instrumental das UsiPaz da Cabanagem e Bengui, em Belém
A arte e o talento desenvolvidos nas comunidades atendidas pelas Usinas da Paz vão ganhar projeção internacional durante a programação da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). Nesta segunda-feira (17), crianças e jovens atendidos pelos complexos de cidadania do Governo do Estado se apresentam no Pavilhão Pará, na área da Green Zone, em Belém.
O evento reune estudantes dos cursos de dança contemporânea e música instrumental das Usinas da Paz dos bairros da Cabanagem e do Bengui, ambas na capital.
A apresentação de dança será feita por alunos da Usina da Paz Cabanagem, com a coreografia “Ressoar”. Uma performance contemporânea que expressa, por meio de movimentos, as conexões entre o ser humano, a preservação da natureza e o futuro sustentável que a Amazônia inspira. O grupo se preparou intensamente nas últimas semanas, com técnica e emoção em cada ensaio.
Realização de sonhos
Para a aluna Karoline Santos, moradora do bairro, participar da COP 30 é a realização de um sonho e uma oportunidade de mostrar o poder transformador da arte. “A dança me ensinou a ter mais confiança e acreditar que posso chegar a lugares que nunca imaginei. Estar na COP 30 é uma chance de mostrar o que aprendemos e o quanto a Usina mudou nossas vidas”, destacou Karoline.
O estudante Wilk Vasconcelos conta que foi por meio das oficinas que descobriu seu talento e o sentido da dança em sua vida. “Eu me encontrei na dança. Ela me transformou e me fez enxergar novas possibilidades. Agora quero levar esse papel transformador da arte para outras pessoas e mostrar o quanto ela pode mudar histórias, como mudou a minha”, afirmou.
Já a apresentação musical ficará por conta de 17 alunos atendidos pela Usina da Paz Pe. Bruno Sechi, no bairro do Bengui. Eles vão apresentar um repertório instrumental com violinos. O projeto é resultado das oficinas de música promovidas pela Usina, que oferecem formação gratuita e incentivam o desenvolvimento artístico e social dos jovens.
A violinista Thalia Andrade, de 21 anos, vê na oportunidade a confirmação de um caminho que começou dentro das oficinas da Usina. “Foi aqui que descobri minha paixão pela música. Graças às aulas, conquistei uma bolsa na orquestra do Sesc e continuo aprendendo todos os dias. Agora, poder tocar na COP 30 é uma emoção enorme e um orgulho representar a nossa comunidade”, contou.
O jovem Jhonata Rafael, de 14 anos, também vive a expectativa da estreia em um evento de alcance mundial. “Nunca imaginei que teria a chance de tocar em um evento internacional. É uma responsabilidade grande, mas também uma alegria imensa. A gente quer mostrar que os jovens da Usina da Paz têm talento e muita dedicação”, afirmou.
As apresentações integram a programação do Governo do Pará na COP 30, destacando a importância das Usinas da Paz como espaços de transformação social e valorização do potencial das comunidades. A iniciativa mostra que, além de políticas públicas e ações ambientais, o Estado leva à conferência mundial uma mensagem de arte, esperança e protagonismo juvenil.
Transformação social
A secretária de Articulação da Cidadania, Elieth Braga, destacou o simbolismo da participação dos alunos na conferência. “Levar os jovens das Usinas da Paz para um palco internacional, como a COP 30, é mostrar ao mundo o quanto o Pará acredita na força da juventude e na transformação social por meio da arte e da educação. Cada apresentação representa um sonho que se concretiza e reforça o compromisso do Governo do Estado em oferecer oportunidades que mudam vidas e fortalecem nossas comunidades”, afirmou.
Usinas da Paz
As Usinas da Paz são complexos de cidadania implantados pelo Governo do Pará com o objetivo de promover inclusão social, reduzir a violência e melhorar a qualidade de vida da população em áreas vulneráveis.
O projeto faz parte do Programa Territórios Pela Paz (TerPaz), iniciado em 2019, e, desde outubro de 2021, quando foi inaugurada a primeira unidade, já garantiu mais de 10,9 milhões de atendimentos em diversas regiões do Estado, com mais de 70 tipos de serviços gratuitos oferecidos em áreas como saúde, educação, esporte e lazer, capacitação profissional, arte e cultura, inclusão digital, além de atividades voltadas à sustentabilidade e ao empreendedorismo.
Atualmente, estão em funcionamento 18 Usinas da Paz, sendo cinco na capital (Jurunas/Condor, Guamá, Terra Firme, Bengui e Cabanagem) e outras treze em municípios da Região Metropolitana de Belém e do interior: Ananindeua, Marituba, Benevides, Castanhal, Capanema, Moju, Bragança, São Miguel do Guamá, Abaetetuba, Tucuruí, Marabá, Parauapebas e Canaã dos Carajás.
Serviço
As apresentações das turmas de música e dança das Usinas da Paz acontecem na próxima segunda-feira (17), às 9h e às 14h, respectivamente. Já na terça-feira (18), a turma de dança da Usina da Paz Cabanagem volta a se apresentar, no horário das 9h, dentro da programação do Pavilhão Pará, na Green Zone, localizada no Parque da Cidade.
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