45 costureiras recebem capacitação à produção de 80 mil máscaras

Além de ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus, 45 costureiras de sete bairros de Belém, Ananindeua e Marituba têm a chance de conseguir renda de, no mínimo, R$ 1 mil mensal com a produção de máscaras coloridas e de tecido em algodão. Na manhã desta terça-feira (14), elas começaram a receber capacitação, que dura três dias, no programa “Costurando a Paz”. Na ação, elas vão se aperfeiçoar na confecção dos produtos e a meta é que 800 mil máscaras sejam produzidas. As máscaras serão distribuídas, gratuitamente, aos moradores de Belém, nos bairros do Guamá, Terra Firme, Jurunas, Cabanagem e Benguí; de Ananindeua, no bairro do Icuí-Guajará, e de Marituba, no bairro Nova União. São áreas atendidas pelo programa Territórios Pela Paz (TerPaz), do Governo do Estado. 

Uma das costureiras que estava na Fábrica Esperança, no bairro de Fátima, em Belém, onde ocorre a capacitação, era Eurídice Oliveira. Ela, que tem 45 anos e mora no Bengui, conta que entende de costura básica e está satisfeita com a oportunidade de aprender a utilizar máquinas de costurar mais moderna. Além de aliar isso ao aumento da renda, prejudicada na pandemia da covid-19. 

"Costuro há mais ou menos 20 anos, mas faço coisas básicas às pessoas de casa e da vizinhança. Desde o começo da pandemia, estou fazendo máscaras, em casa, para vender, mas a venda foi boa só no começo, porque muita gente passou a vender também. Agora, tive essa oportunidade e vou aproveitar, pois vou ganhar proveito desse trabalho. Veio em boa hora para me ajudar a sair do aperreio e conseguir um dinheiro a mais. Com a pandemia, as dificuldades estão terríveis. Agora vai tudo melhorar, porque vou aprender coisas novas aqui e fazer minha produção em casa", disse a costureira, que vive com uma neta. 

Essa oportunidade chegou também para Rafaela Cardoso, 30 anos. Ela é esteticista e filha de costureira aposentada, mas conta que ainda não sabe costurar. Porém, está disposta a aprender para melhorar de vida. "É uma chance boa, porque trabalho colocando cílios postiços, mas estou parada em casa, sem renda, por conta da pandemia. Minha expectativa é conseguir alguma renda para ajudar minha mãe. Acho que não vai ser difícil. O mais importante é ter boa vontade", afirma  Rafaela, que tem três filhos, de 2 a 13 anos, e foi beneficiada pelo bairro da Cabanagem.   

Segundo Delma Coelho, coordenadora da ação "Costurando a Paz", a iniciativa é do Governo do Estado, por meio da Secretaria Estratégica de Articulação da Cidadania (Seac), em parceria com a Fábrica Esperança. A finalidade é capacitar 45 costureiras, moradoras dos sete bairros atendidos pelo programa Territórios Pela Paz (TerPaz), para a produção de 80 mil máscaras, que serão distribuídas a moradores dos mesmos bairros. As capacitações ocorrem nesta terça-feira (14) e nos dias 16 e 20 de julho, das 9h às 10h e das 15h às 16h.

"Queremos fomentar o empreendedorismo das mulheres desses territórios, já que cada costureira ganhará uma porcentagem em cima das máscaras produzidas. A maioria delas já costuram, mesmo que seja o básico. Elas também tiveram prejuízo financeiro com o cenário de distanciamento social. Na medida em que vão produzindo, elas recebem e podem alcançar até R$ 1 mil por mês. Além disso, a ação ajuda a sociedade no combate e na prevenção do novo coronavírus, uma vez que as máscaras produzidas vão voltar para os território e distribuídas aos moradores", explica Delma Coelho.