No Pará, 35,2 mil pessoas ainda não compareceram para receber segunda dose contra a covid-19

O total de 35.276 pessoas ainda não retornaram para receber a segunda dose da vacina contra covid-19 no estado do Pará, segundo dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) computados até as 17h21 da última quarta-feira (12). Delas, dez mil são idosos, acima de 65 anos, de Belém, onde a prefeitura já fez inclusive quatro chamadas à imunização dos faltosos. Agora, a capital paraense planeja estratégias para conseguir alcançá-los, como a busca ativa. Ainda assim, Belém chega em apenas 4% de abstenção pela vacinação, ficando abaixo da média brasileira, a qual atinge 14%.

Mas não é somente Belém que apresenta número de pessoas que deixaram de comparecer para garantir a imunização completa contra o novo coronavírus (Síndrome Respiratória Aguda Grave - Sars-Cov-2). Em Marituba, que também está localizada na Região Metropolitana, após levantamento, a prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde (Sesau), identificou um total de 624 pessoas que não tomaram a segunda dose da vacina contra a covid-19 no município.

Segundo o diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), em Belém, o doutor Cláudio Salgado, a cidade atingiu 210 mil idosos com a primeira e segunda doses, porém, dez mil não apareceram para receber a imunização completa com a CoronaVac.

“Fizemos quatro chamadas desse público de idosos, com mais de 65 anos, para receberem a CoronaVac, mas dez mil não compareceram. Já atingimos 210 mil idosos e passamos da meta inicial, que era de 199 mil. Não devemos mais fazer chamadas, pois precisamos avançar com outros grupos. Mas estudamos uma forma para chegar até eles e, possivelmente, faremos uma busca ativa, por meio dos nossos agentes comunitários, indo nas casas”, explica Salgado.

O diretor da Sesma frisa ainda que, no dia 16 de junho, será a vez da segunda dose para os idosos, acima de 60 anos, que tomaram a vacina Astrazeneca/Fiocruz.  A vacinação ocorre em 20 pontos de Belém. É necessário levar os documentos de RG, cartão de vacinação e cartão do SUS.

Mortes e viagens podem ser razões para a abstenção

A Sespa destaca que estudos mostraram que a segunda dose vem completar alguma possível falha vacinal, assegurando a formação de anticorpos suficientes para a devida proteção vacinal com a aplicação da segunda dose.

Na opinião do doutor Cláudio Salgado, algumas razões que podem levar os idosos, em Belém, a não terem comparecido podem envolver mortes deles pela covid-19 ou por outras doenças ou mesmo natural. Viagens também são algumas possibilidades.

“A segunda dose é necessária, porque o percentual de proteção aumenta em até 90% com ambas as doses. Só com a primeira dose a pessoa pode ainda ter caso grave da covid-19. Com a imunização completa evita a morte”, enfatiza o diretor de Vigilância à Saúde da Sesma.

“Não temos como informar quais os motivos que levaram a pessoa que recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 não retornar ao Posto de Saúde para tomar a segunda dose”, diz a Sesau, em nota.

Contudo, a prefeitura de Marituba afirma que reforça o compromisso aos moradores do município, garantindo a segunda dose para eles. “Disponibilizamos vacinas em todos os Postos de Saúde do município, imunizando, inclusive, nas residências daqueles que se encontram acamados”, afirma a Sesau.

A Sesau destaca também que “a segunda dose é necessária para garantir o máximo possível da eficácia da imunização à pessoa que recebeu a primeira dose, de acordo com nota técnica do Ministério da Saúde. No caso da CoronaVac, pode ser tomada em até 45 dias após a primeira dose”, ressalta a Secretaria.

A Sespa informa que, se a pessoa perdeu o prazo para vacinação da segunda dose, ela deve procurar ser vacinada o mais rápido possível com a vacina do mesmo laboratório produtor da primeira dose. “Pois, o esquema da vacina só está completo com a segunda dose. Qualquer um dos laboratórios produtores das vacinas covid, tem a capacidade de oferecer a formação de anticorpos suficientes para a proteção contra a covid”.

As prefeituras de Ananindeua, Benevides e Santa Bárbara foram procuradas e ainda não se manifestaram sobre o assunto.