Xi Jinping culpa Israel em primeira declaração sobre conflito com Irã; Putin adota neutralidade

Presidente da China expressou discordar das ações de Israel, que atacou o Irã no dia 13 e deu início à série de retaliações entre os dois lados

Estadão Conteúdo
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Os presidentes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, realizaram as primeiras declarações sobre a guerra no Oriente Médio desde os ataques de Israel contra o Irã na semana passada, que desencadearam o conflito. Xi responsabilizou Israel pela situação e defendeu a redução das hostilidades. Putin declarou que a Rússia adota uma posição de neutralidade e que não vai "forçar ninguém a nada".

O líder chinês acrescentou que a China está pronta para atuar com os envolvidos para "restaurar a paz e a estabilidade". Antes, o Ministério de Relações Exteriores da China urgiu os países aliados de Israel a pressionarem o país contra um conflito maior.

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As declarações de Xi foram feitas em Astana, capital do Cazaquistão, durante uma cúpula com os países da Ásia Central na terça-feira, 17. "Todas as partes devem trabalhar para acalmar o conflito o mais rápido possível e evitar uma nova escalada de tensões", disse o líder chinês, citado pela agência de notícias chinesa Xinhua.

Xi Jinping expressou discordar das ações de Israel, que atacou o Irã no dia 13 e deu início à série de retaliações entre os dois lados que seguem em curso.

"Nós nos opomos a quaisquer ações que infrinjam a soberania, a segurança e a integridade territorial de outros países. Conflitos militares não são a solução para os problemas, e o aumento das tensões regionais não se alinha com os interesses comuns da comunidade internacional", declarou o líder chinês. "As ações militares de Israel contra o Irã levaram a uma escalada repentina de tensões no Oriente Médio, o que preocupa profundamente a China", acrescentou.

Mais cedo, o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China Guo Jiakun afirmou que as autoridades chinesas se comunicam com Irã, Israel e outros países para promover um cessar-fogo. O ministério também informou que o país está retirando os chineses que estão nos dois países em guerra.

"A China apela a todas as partes relevantes, especialmente os países que têm uma influência especial sobre Israel, para que assumam suas devidas responsabilidades, tomem medidas imediatas para acalmar a situação tensa e evitar que o conflito se intensifique e se espalhe", disse Guo, sem nomear diretamente o principal aliado de Israel e seu principal rival, os Estados Unidos.

Maior compradora de petróleo do Irã, a China não deve se envolver na defesa militar do país. A imprensa e os analistas chineses avaliam que, apesar dos profundos interesses econômicos na região, Pequim não tem poder para influenciar as partes em conflito e prefere evitar se envolver em questões de outra região.

Em contrapartida, a opinião pública do país pede aos EUA que adotem posição pacífica no conflito, em vez de inflamar o conflito. "O simples fato de os EUA estarem cogitando o envolvimento é, em si, um sinal muito perigoso", escreveu o editorial do jornal chinês People Daily, alinhado ao Partido Comunista da China, na quarta-feira (quinta-feira no horário local).

O envolvimento dos EUA é discutido pelo presidente norte-americano Donald Trump, que disse que o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, é "um alvo fácil" para os militares do país.

Entretanto, a posição de Trump desde a semana passada é dúbia e deixa dúvidas se os americanos se juntarão a Israel nos ataques contra os iranianos. Até o momento, os EUA se engajam somente na defesa israelense. "Podemos ou não atacar o Irã", declarou Trump na quarta-feira, em mais uma demonstração de dubiedade.

Putin defende acordo para solucionar conflito

O presidente russo, por outro lado, falou sobre a guerra no Oriente Médio durante uma coletiva de imprensa nesta quarta com agências de notícias internacionais. Questionado pelo editor executivo da agência de notícias Reuters sobre se permitiria o fim do regime dos aiatolás no Irã, país no qual é próximo, Putin defendeu "encontrar maneiras para que todas as partes em conflito cheguem a um acordo". "É necessário agir com cautela, mas estou confiante de que uma solução pode ser encontrada", disse.

Apesar da declaração, ele enfatizou que a Rússia vai adotar uma posição neutra.

As declarações acontecem enquanto outros líderes mundiais continuam a monitorar de perto o conflito entre Israel e o Irã e pedem pela diminuição das hostilidades. Na terça, os líderes do G7, reunidos para uma cúpula no Canadá, também pediram pela redução do conflito, incluindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza - que continua sob ataque de Israel. A declaração, no entanto, não mencionou um cessar-fogo com o Irã.

Na segunda-feira, países árabes e muçulmanos liderados pelo Egito também fizeram uma declaração contra o conflito e condenaram os ataques de Israel.

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