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Trump atropela adversários no partido Republicano, e Biden segue o roteiro no Democrata

Políticos que enfrentam ex-presidente entendem de uma forma ou de outra primárias têm sido protocolares

Gustavo Freitas – Especial para O Liberal

O início das prévias norte-americanas continua cumprindo o seu caminho de previsibilidade, evidenciando os favoritos de cada partido, Donald Trump e Joe Biden, e eliminando os candidatos aventureiros. O partido Republicano caminha para o seu terceiro processo de votação nas primárias e, até o momento, Trump sequer teve indícios de dificuldades para vencer

No Caucus de Iowa e na primária de New Hampshire, foram necessários poucos minutos após o início da contagem de votos para que as emissoras declarassem o vencedor. Mesmo terminando em segundo lugar em Iowa, o governador da Flórida, Ron DeSantis, optou por suspender sua campanha e apoiar a candidatura de Donald Trump.

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Nos últimos dias, o governo tem adotado a narrativa de ser defensor dos direitos das mulheres, revivendo falas e atos de Donald Trump em prol de medidas mais restritivas contra o aborto. Durante seu mandato, o republicano indicou três juízes para a Suprema Corte, alterando a maioria progressista. Em 2020, a Corte reverteu Roe v Wade, uma jurisprudência que garantia o direito ao aborto desde a década de 70 no país.

Na economia, os números são bons. Na última quinta-feira, o Departamento de Comércio do país divulgou que o PIB dos Estados Unidos cresceu 2,5%, acima do esperado, enquanto o país atingiu o nível de pleno emprego. Curiosamente, Biden é visto como um presidente que não sabe como lidar com a economia.

Isto se deve ao fato de que, embora os números sejam positivos, os cidadãos americanos gastam hoje muito mais para fazer as compras do mês em relação a quatro anos atrás, quando Trump ainda era presidente. Portanto, para a classe média, os dados positivos não foram sentidos no bolso.

Aposta em outra candidatura

Dentro do partido Republicano, tem ganhado força o discurso de que os democratas não seguirão com a candidatura de Joe Biden. A ideia é alimentada, principalmente, por dois nomes: Donald Trump e Roger Stone.

Após a vitória na primária em New Hampshire, o ex-presidente disse em entrevista que não acredita que enfrentará a chapa Biden-Kamala Harris em novembro. Muitos republicanos não acreditam que os burocratas do partido Democrata aceitarão o destino eleitoral que está se desenhando diante da insistência na candidatura de Biden.

Roger Stone é um antigo estrategista político do partido Republicano, conhecido por conseguir o que quer, a qualquer custo. Famoso pela tatuagem do ex-presidente Richard Nixon nas costas, Roger foi um dos primeiros a enxergar viabilidade na candidatura de Trump ainda em 2015, e se tornou um de seus grandes conselheiros políticos durante o mandato. Agora, Roger Stone insiste que, na hora certa, Michelle Obama será a nomeada pelo partido Democrata para disputar as eleições, embora não haja qualquer evidência que indique essa possibilidade.

Quando se fala em política americana, é comum que os partidos Democrata e Republicano sejam refratados através de mascotes, o burro e o elefante. A história está ligada ao cenário político durante a guerra civil do país e, desde então, nunca mudou.

Na época, um famoso cartunista e satirista chamado Thomas Nast, representou diversas vezes o partido Democrata com um burro nos seus desenhos. Em 1879, fez um desenho famoso do animal teimoso, pendurado pelo rabo, a beira de um abismo de caos financeiro.

O “Pânico do Terceiro Mandaro”, um desenho de 1874, é popularmente conhecido como o motivo do partido Republicano ter adotado o elefante. Na época, o New York Herald, apoiador do partido Democrata, espalhou o boato de que o presidente Republicano, Ulysses Grant, iria concorrer ao terceiro mandato, o que não era bem visto no país. Nast desenhou Herald como um burro assustando outros animais com uma história falsa e, um deles, era um elefante desajeitado, prestes a cair do penhasco, representando o Republicano.

As sátiras de Thomas Nast eram famosas nos Estados Unidos e muito temidas pelos políticos. Nem ele mesmo se poupava. Simpatizante do partido Republicano, Nast representava o partido como uma criatura pesada que mais atrapalhava do que ajudava. Para ele, a política do país era um grande circo.

Desde então, o burro e o elefante nunca mais saíram do imaginário popular. Em convenções e eventos partidários, é comum encontrar uma diversidade de máscaras, adesivos, bottoms e cartazes dos animais para representar o lado político.

Pesquisa encomendada pela Reuters e Ipsos

Donald Trump: 40%(+6)

Joe Biden: 34%

Próximas primárias partidárias

Partido Democrata: 3 de fevereiro na Carolina do Sul

Partido Republicano: 8 de fevereiro em Nevada e Ilhas Virgens Americanas

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