Comemorações tomam ruas de Israel e de Gaza; Hamas cobra Netanyahu sobre lista de prisioneiro
Israelenses e palestinos comemoraram o anúncio do cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas na noite de quarta-feira, 8. Mesmo com muitos detalhes ainda a serem acordados, muitos expressaram alívio com o progresso.
Na chamada Praça dos Sequestrados, em Tel-Aviv, israelenses cantaram, dançaram e ergueram bandeiras israelenses e americanas. Einav Zangauker, mãe do refém israelense Matan Zangauker, disse a jornalistas que quer dizer ao filho que o ama. "Se eu tenho um sonho, é ver Matan dormir em sua própria cama", disse ela.
Na primeira fase do acordo, todos os reféns israelenses serão libertados pelo Hamas. Cerca de 48 estão em Gaza, mas apenas 20 são considerados vivos.
Na Faixa de Gaza, palestinos também celebraram o possível fim das hostilidades. Alaa Abd Rabbo classificou o anúncio como "um presente dos céus". "Este é o dia pelo qual estávamos esperando", disse Rabbo, que era originalmente do norte de Gaza, mas foi forçado a mudar-se várias vezes durante a guerra. "Queremos voltar para casa."
Ayman Saber, um palestino de Khan Younis, afirmou que planeja retornar à sua cidade natal e tentar reconstruir sua casa, que foi destruída no ano passado por um ataque israelense. "Vou reconstruir a casa, nós reconstruiremos Gaza", disse ele.
Acordo
O gabinete de Segurança de Israel irá se reunir às 18h no horário local (12h no horário de Brasília) desta quinta-feira, 9, para analisar o acordo de cessar-fogo que foi acordado na noite de quarta-feira, 8. A coalizão do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu deve votar para aprovar a proposta depois da reunião.
Tel-Aviv aponta que o cessar-fogo só entrará em vigor após a aprovação do acordo, mas o Exército israelense já anunciou que estão se preparando para a retirada parcial das tropas da Faixa de Gaza.
Nenhuma das partes indicou uma data exata para a libertação dos reféns israelenses e prisioneiros palestinos, mas o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indica que a libertação deve ocorrer dentro de 72 horas após o início do cessar-fogo. O republicano apontou em uma entrevista que os reféns poderiam voltar na segunda-feira, 13, mas não demonstrou certeza.
Israel não anunciou onde as suas tropas ficariam realocadas dentro de Gaza e apontou que a Cidade de Gaza segue sendo uma zona de combate ativa.
Divergência
Cerca de 20 sequestrados vivos seriam trocados por 250 prisioneiros que estão cumprindo penas de prisão perpétua em Israel e 1.700 residentes de Gaza que foram presos durante a guerra. Os corpos de 15 palestinos seriam trocados por cada refém israelense morto.
Mas as partes ainda estão negociando a troca. Mahmoud Mardawi, um oficial do Hamas, sugeriu que Israel e o grupo terrorista estavam divergindo sobre os nomes dos prisioneiros palestinos que serão libertados como parte do acordo. "Parece que Netanyahu está empenhado em explodir o acordo de cessar-fogo antes de sua implementação, ao retroceder nas listas de prisioneiros," disse ele em uma publicação no X. (Com informações da Associates Press)
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