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Cientistas encontram pequenas crateras com água na superfície da Lua

Pesquisadores acreditam que a descoberta pode ser muito útil no futuro para os próximos exploradores

Emilly Melo

Um estudo publicado na revista Nature Geoscience, nesta segunda-feira (27), afirma que foram encontradas pequenas crateras com água na superfície da Lua, após analisar amostras de uma missão chinesa de 2020. 

Os pesquisadores acreditam que a formação dos líquidos acontecem devido aos impactos violentos de pedras que vagam pelo espaço e se chocaram contra o solo lunar.

“A Lua está constantemente sendo atingida por impactos fortes de micrometeoros e meteoros maiores, por exemplo, que criam esferas durante um evento e envolve grandes cargas de energia”, explicou Sen Hu, cientista chinês da academia chinesa de ciências de geologia e geofísica e um dos co-autores da pesquisa.

O vento solar também é um fator que contribui no processo de formação das dessas pequenas gotas de água, pois distribui várias partículas de carga, com prótons e elétrons. 

“A água que se produz através de vento solar acontece após uma reação entre hidrogênio e oxigênio presentes nas pequenas crateras da superfície lunar”, continuou Sen Hu, explicando depois que as esferas na superfície da Lua funcionam como “esponja” para a água.

A descoberta, segundo a avaliação dos cientistas, pode ser de extrema importância para futuras expedições na Lua. Apesar de não apresentar reservatórios de água como a terra, os investigadores acreditam que partes recônditas da Lua escondem muita água. 

“A água é o bem mais procurado por permitir uma exploração sustentável de superfícies planetárias. Saber como a água é produzida, armazenada e reabastecida perto da superfície lunar pode ser muito útil no futuro para os próximos exploradores, tanto para extrair como utilizar a água para fins de exploração”. 

Os investigadores classificam essa descoberta como uma grande promessa para o futuro e acreditam que a água que se encontra dentro dessas esferas pode ser liberada através de um processo de aquecimento que, ao libertar vapor, daria origem à água através da condensação. 

Foram retirados cerca de 1,7 quilogramas de solo durante a missão chinesa Chang’e-5 que incluía 32 esferas com água. A cápsula que trouxe estas amostras caiu na zona da Mongólia. Esta missão chinesa é a primeira a trazer solo lunar depois das missões soviéticas (170 gramas) em 1969 e dos Estados Unidos (382 quilogramas) em 1972. 

(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do Núcleo de Política)

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