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Atentado em Oslo: 'Estou com mais raiva do que tristeza', diz brasileiro que estava em bar gay

Duas pessoas morreram e outras 21 ficaram feridas após o ataque, na véspera da parada LGBTQIA+ na cidade.

Carolina Mota
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Um ataque contra a comunidade LGBTQIA+ em Oslo, causou pânico e revolta entre os moradores da cidade, na Europa. Na véspera da parada LGBTQIA+, uma das mais tradicionais do continente, um homem parou em frente a um bar gay da capital, London Pub, e atirou contra os frequentadores, deixando duas pessoas mortas e outras 21 feridas.

O brasileiro Rodrigo Blum-Jansen, de 37 anos, gerente de um escritório de arquitetura da cidade, estava entre as vítimas, que se refugiaram em um porão do local após os tiros. Rodrigo relatou o pânico que viveu escondido no subsolo e conta que, agora, a cidade acostumada com poucos casos de violência, vive um sentimento de revolta.

"Estou com mais raiva do que tristeza. O bar gay é muito mais do que um lugar de diversão. É o único lugar que eu posso me sentir 100% eu mesmo, e isso para mim é um ato político. É como se estivesse em uma festa em casa, e alguém que não gosta desta festa veio e apagou as luzes", disse.

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"Ouvi o barulho dos tiros mas achei que eram copos de vidro caindo no chão, então nem dei muita atenção. A cidade é tão tranquila que jamais pensaria que seriam tiros", relatou. "De repente, veio uma onda de pessoas na nossa direção, empurrando e gritando que estavam atirando. Esta é uma frase que jamais ouvimos aqui".

O grupo quebrou uma porta que dá para um porão. Havia um homem ferido, segundo relato "Ele caiu de barriga para o chão, e ele tinha um buraco na nuca, mas conseguiu se levantar e andar devagar".

No subsolo, o brasileiro percebeu que se tratava de um beco sem saída. "Não tinha janela, não tinha nada. Eu logo pensei na boate Kiss, e depois em Utoya (ilha ao lado de Oslo onde, em 2011, um atirador invadiu um encontro de jovens e matou 69 deles). Olhei para um amigo e disse: é isso, acabou".

Cerca de 15 minutos depois a polícia chegou ao subsolo em busca de feridos. "tinha muita gente com sangue no corpo", contou.

Quando saíram, o cenário já não era a Oslo de sempre: a área estava isolada, com coisas jogadas no chão, e helicópteros sobrevoavam o local.

Liberado pela polícia, o brasileiro foi para casa ainda em choque. "Ninguém acreditava. No porão, nos perguntávamos: isso está mesmo acontecendo aqui?", relata.

O atirador, que segue detido, tinha registro na polícia norueguesa por ter se integrado a um movimento radical islâmico e sofrer de distúrbios mentais. De acordo com a polícia, ele se nega a prestar depoimento, dizendo que só falará em uma transmissão ao vivo.

Todas as celebrações do Orgulho LGBTQIA+ que aconteceriam no fim de semana na cidade, inclusive o desfile de sábado, foram canceladas por recomendação da polícia, após o episódio. No entanto, na segunda-feira (27), moradores de Oslo, inclusive o brasileiro Rodrigo Blum-Jansen, realizaram a Parada LGBTQIA+, mesmo proibida.

Carolina Mota, estagiária da redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política.

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