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Vídeo fez brasileira financiar viagens e treinar em meio à elite da esgrima

Melhor atleta do país no florete, Bia Bulcão recorreu a campanha virtual, atraiu empresas e mudou-se para Itália por evolução. Foco agora é buscar apoio para o resto do ciclo olímpico

Jonas Moura
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Para sobreviver em um esporte de pouco apelo, Bia Bulcão, principal nome do país no florete, aceitou algumas missões: virou mulher de negócios, mudou-se para Frascati, na Itália, e passou a treinar seis horas por dia, na tentativa de subir de patamar na esgrima mundial. Com os Jogos Pan-Americanos de Lima no radar, ela tenta hoje carimbar o passaporte.

A atleta do Pinheiros, que disputa a etapa de Porto Alegre do Torneio Nacional Individual, conseguiu realizar o objetivo graças a um vídeo que criou para uma campanha de financiamento coletivo.

Embora tenha alcançado apenas 28% da meta estipulada, de arrecadar R$ 500 por mês, Bia conseguiu fazer com que a produção, na qual ela conta a sua história e mostra imagens de seus treinos e competições, chegasse a empresários.

O objetivo é pagar os treinamentos de esgrima no exterior, hospedagem e alimentação em competições internacionais e etapas da Copas do Mundo (são mais de oito por ano).

A esgrimista já conseguiu apoio de uma clínica de depilação, uma empresa de materiais médico-hospitalares e um estúdio de arquitetura.

– Desde o final do ano passado, queria ir pra Itália, onde o nível de treinos é bem mais alto, mas não consegui recursos. Montei uma estratégia e corri atrás de patrocínio. Conheci uma plataforma e tive ajuda dos amigos. Para quem é atleta, qualquer quantia vale, mas o legal foi que o vídeo viralizou bem e consegui apoio por meio da Lei de Incentivo – disse a esgrimista, ao LANCE!.


Em Lima, Bia já assegurou presença na disputa por equipes e só precisa manter a liderança após o evento de hoje para selar a participação no individual. A convocação será feita na semana que vem. Para os Jogos de Tóquio-2020, ela sabe que terá de retomar o lado empresária.

– Estou confiante. Fiquei confortável para o início do ano, mas ainda falta apoio para o segundo semestre. Conforme os resultados forem aparecendo, espero conseguir trazer mais empresas – afirmou Bulcão, que nos Jogos do Rio-2016 foi eliminada na segunda fase no florete individual.

Ciente de que a classificação para Tóquio será uma pedreira, diferentemente do que aconteceu no Rio, quando o Brasil teve vagas garantidas por ser sede, Bia traça objetivos grandes para o Pan de Lima.

– Realmente quero a medalha. Serão os meus terceiros Jogos Pan-Americanos. No último, ficamos em quarto no florete por equipes, após perdermos por um toque para o México. E é claro que, treinando na Itália, vou buscar uma vaga entre as melhores no individual também – falou Bulcão.

Atleta quer abrir clube de esgrima no Brasil


A paixão de Bia pela esgrima aconteceu de forma despretensiosa. Seus pais eram sócios do Pinheiros e a incentivaram a praticar esportes. Depois da natação e do atletismo, se encontrou. Mas reconhece que não é fácil difundir o esporte no Brasil.

– Gostaria de fazer algo relacionado com esgrima, mas não quero ser técnica, então pretendo um dia abrir um clube e tirar a imagem elitizada do esporte – disse a atleta, que tem interesse no ramo dos negócios.

– Hoje, já tem academias e projetos públicos. Vou estudar para fazer algo acessível às pessoas de todas as rendas.

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