Mudança de gestão e estratégia no mercado impulsionam Remo na Série B; entenda

Clube azulino tem adotado um perfil de mercado diferente dos outros anos

Aila Beatriz Inete
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O Remo começou a temporada de 2025 com heranças do ano passado. Mas, embalado pelo acesso à Série B, o time azulino foi ao mercado e montou um elenco de renome, focando especialmente no Campeonato Brasileiro. E deu certo: até o momento, o Leão Azul é o quinto colocado na competição e tem, em pouco tempo, aumentado a receita do clube com transferências de jogadores e contratos vantajosos para a equipe, o que pode indicar uma mudança no perfil de gestão e contratações. 

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Conforme apuração do Núcleo de Esportes de O Liberal, só neste primeiro turno o Leão Azul pode ter lucrado cerca de R$ 2,9 milhões com transferências de atletas e membros da comissão técnica e gestão.

Isso representa 21% do valor arrecadado pelo Remo durante toda a temporada de 2024, que foi de  R$13.2 milhões - quando a bilheteria foi a maior fonte de renda. O dado demonstra a mudança na cultura de mercado da equipe. O time dispensou pouco e fez contratações pontuais, que podem ser mais vantajosas para o clube azulino.

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"Não há menor dúvida de que o Remo mudou o perfil. Se posicionou para fazer receita no futebol através das transações no mercado", disse o jornalista e colunista esportivo Carlos Ferreira, que destacou que essa postura não começou apenas com a chegada de Marcos Braz, mas sim com Sergio Papellin.

"Para mim, o ponto é esse: quando o Remo contratou o Pedro Rocha e o Felipe Vizeu, os dois com 30 e 27 anos, respectivamente, mas com o histórico de grandes clubes no currículo, o Remo colocou multa rescisória de R$ 12 milhões para o Felipe Vizeu, que até agora é uma negação, mas acertou em cheio no Pedro Rocha com uma multa rescisória de R$ 30 milhões. Nunca existiu isso aqui no futebol do Pará", apontou. 

O jornalista destacou que o clube ter adotado essa postura logo no início da temporada mostra que houve planejamento.

Nesta janela de transferências, o time fez duas negociações “grandes”. A primeira foi a saída do atacante Adaílton, que atuou em 30 jogos com a camisa azulina, marcou seis gols e deu três assistências. O jogador retornou ao futebol japonês, para o Yokohama FC, que pagou aproximadamente R$ 1 milhão ao Leão Azul. Em seguida, a equipe confirmou a transferência de Maxwell para um clube da Indonésia.

Conforme informações divulgadas pelo jornalista Abner Luiz, da Rádio Liberal+, a transação rendeu R$ 300 mil para os cofres do Remo. Além disso, o Leão Azul recebeu R$ 1 milhão pela saída de Sérgio Papellin e mais cerca de R$ 600 mil por Daniel Paulista e membros da comissão técnica que foram para o Sport-PE.

image Maxwell deixou o Remo para ir para a Indonésia  (Wagner Santana / OLiberal)

Chegada de Marcos Braz

Marcos Braz já atuava nos bastidores azulinos e, com a saída surpreendente de Papellin, o Remo oficializou a contratação do dirigente. Para Carlos Ferreira, a chegada do empresário "mudou a forma como o Remo é enxergado no mercado" e o que facilitou algumas transações para a equipe.

"Ele [Braz] tem a vivência [de mercado] que o Papellin já tinha, mas uma outra dimensão, com contatos muito mais elevados, com a expressão de quem foi grande no Flamengo. E isso facilitou algumas transações já feitas pelo Remo este ano", analisou o jornalista. 

image Marcos Braz substituiu Sérgio Pepellin (Wagner Santana / O Liberal)

Valorização do clube

Todo esse movimento e crescimento fez com que o valor de mercado do clube aumentasse 317,4% em relação ao início da temporada. Segundo o site especializado Transfermarkt, o elenco azulino vale cerca de 15,5 milhões de euros, quase R$ 100 milhões na cotação atual.

Desde 2024, o Remo começou a se reorganizar para estruturar o time. O presidente Antônio Carlos Teixeira contratou um CEO, André Silva, para a gestão do clube e deu continuidade ao trabalho iniciado com Papellin na Série C.

Carlos Ferreira destacou que o que confirma que o Remo “acordou” para o mercado foi passar a adquirir os direitos econômicos dos atletas, como o argentino Iván Alvariño, o paraguaio Alan Rodríguez e Matheus Davó.

"Você tem três contratações de jogadores que chegaram como ativos do Remo. Conforme as informações que tive, o Marrony também está numa condição de o clube ter os direitos totais ou parciais do atleta. O Remo está aprendendo a fazer negócio e entendendo que ganhar dinheiro no futebol não é só com patrocínio, com bilheteria, com sócio-torcedor, mas também nessas transações de mercado, o que também significa muito nisso", concluiu o colunista.

A nova estratégia e postura têm feito o Remo colher os frutos na Série B que, mesmo com a instabilidade após a saída de Daniel Paulista, têm dado certo. A equipe briga na parte de cima da tabela e sonha com o acesso à elite do futebol brasileiro.

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