Prometeu Série A, entregou Série C: o roteiro do fracasso do Paysandu em 2025 Expectativa de acesso, erros de gestão e um Brasileirão da Série B vexatório, que terminou em rebaixamento precoce, marcaram o ano do clube bicolor Igor Wilson 25.12.25 7h00 Edilson lamentando mais uma derrota, para o Volta Redonda, no Mangueirão (Thiago Gomes/O Liberal) Ilusão é a palavra que define a temporada 2025 para o Paysandu. O clube entrou o ano falando em acesso para a Série A, empolgou o torcedor nos primeiros meses, mas encerrou o Brasileirão da Série B rebaixado, após uma campanha desastrosa que escancarou falhas de planejamento, gestão de elenco e leitura do próprio tamanho do futebol atual. WhatsApp: saiba tudo sobre o Remo WhatsApp: saiba tudo sobre o Paysandu Para entender o fracasso, é preciso voltar ao fim de 2024, quando Roger Aguilera venceu a eleição presidencial e assumiu o comando do clube para o biênio 2025/2026. Bicolor declarado e ligado a uma tradicional família de empresários, Roger chegou prometendo novos rumos justamente no momento em que o Paysandu retornava à Série B. O discurso era de ambição, e o mercado foi explorado com apostas em nomes pouco conhecidos do torcedor local, sobretudo estrangeiros, além da manutenção de parte do elenco que vinha da Série C. VEJA MAIS Roger Aguilera renuncia à presidência do Paysandu; saiba o motivo Segundo ele, a decisão foi tomada após uma cuidadosa reflexão, motivada por razões de ordem pessoal, além de possibilitar total renovação do clube em 2026 Paysandu ‘tranca’ comentários em postagem de renúncia de Roger Aguilera; torcida comemora saída Vários torcedores do Paysandu comemoraram a saída de Aguilera do cargo máximo bicolor e brincaram com memes Ao todo, o Paysandu anunciou 11 reforços no início do ano, contemplando todas as posições. Entre eles, o nome que mais chamou atenção foi o do atacante paraense Rossi, contratado como símbolo do novo momento, a cereja do bolo bicolor. Experiente, com passagens importantes por clubes como Vasco e Bahia, Rossi chegou com status de líder, participou de ações promocionais, ganhou o apelido de “Búfalo” e verbalizou publicamente que o objetivo era o acesso à Série A. A fala empolgou uma torcida que, na prática, pouco conhecia o restante do elenco, que veio a se mostrar bem abaixo das expectativas. Dentro de campo, o início de temporada ajudou a sustentar ainda mais a ilusão. O Paysandu começou bem o Campeonato Paraense, com vitórias largas e boas atuações. Ainda que o nível técnico da competição não fosse parâmetro confiável, o torcedor se deixou levar, se empolgou. O empate no primeiro RexPa e a campanha sólida nas rodadas iniciais reforçaram a sensação de que o time estava “no caminho”, mesmo sem novas contratações à vista. VEJA MAIS Governo anuncia reforma em centros de treinamento de Remo e Paysandu; entenda Clubes irão apresentar projetos após reunião com governo e empresa mineradora; não há prazo para início das obras [[(standard.Article) Seleção do futebol paraense: Jornalistas do Grupo Liberal elegem os melhores de 2025]] Na Copa Verde, o roteiro se repetiu. O Paysandu avançou, eliminou Porto Velho e Manaus, enquanto via o principal rival cair precocemente. A zoação foi muita aos remistas, mesmo com os alertas lá — atuações irregulares, elenco curto, desgaste físico. O técnico Márcio Fernandes, que comandou o acesso na Série C, chegou a pedir reforços e alertar para o calendário pesado. Não foi atendido e acabou demitido ainda em fevereiro. Torcida até tentou, mas não conseguiu motivar o time (Thiago Gomes/O Liberal) A aposta seguinte foi em Luizinho Lopes, tratado como treinador de uma nova geração. O discurso se manteve: necessidade de reforços, promessa de chegadas. Elas não vieram a tempo. Quando a Série B começou, o Paysandu foi rapidamente colocado em seu lugar. Estreou perdendo em casa para o Athletico-PR e, nas rodadas seguintes, empilhou maus resultados. Derrotas, empates e atuações frágeis colocaram o clube cedo na zona de rebaixamento — espaço do qual não sairia durante 35 das 38 rodadas. A derrota virou habitual, empate era lucro. A Copa do Brasil, diante do Bahia, funcionou como um choque de realidade. Mesmo enfrentando um adversário que vinha com um time alternativo, o Paysandu foi dominado nos dois jogos, especialmente na goleada por 4 a 1 fora de casa. O elenco curto estourou fisicamente, as lesões se multiplicaram e o time passou a jogar remendado. Alguns jogadores reclamaram publicamente de cansaço. Pouco depois, Luizinho foi demitido após uma sequência de dez jogos sem vitória. Na tentativa de evitar o pior, o clube apostou em Claudinei Oliveira e abriu os cofres nas janelas seguintes. Vieram mais de dez reforços, alguns experientes, outros apostas. Houve uma reação pontual: dez jogos de invencibilidade, mais empates do que vitórias, e a falsa sensação de retomada. A goleada por 5 a 2 sobre o líder Coritiba, fora de casa, reacendeu a esperança do torcedor, mas foi apenas um ponto na curva de um time que já estava afundado. Derrota para o Avaí na Curuzu esvaziada marcou a desesperança da torcida (Thiago Gomes/O Liberal) Na reta final, mais derrotas e a demissão de Luizinho. Ironicamente, o Paysandu recorreu a Márcio Fernandes, quem havia demitido em fevereiro, para tentar o milagre da permanência. Mas o cenário já era de desmobilização. Jogadores experientes foram afastados, atletas da base ganharam espaço por necessidade, a Curuzu esvaziou e o discurso mudou: não se falava mais em reação, em permanência, nada. O rebaixamento foi confirmado de forma antecipada, com derrota para o Atlético-GO, selando uma campanha com apenas cinco vitórias, 13 empates e assustadoras 20 derrotas — números que colocam 2025 entre os anos mais vexatórios da história recente do clube. O último capítulo veio fora de campo. Em 22 de dezembro, Roger Aguilera renunciou à presidência, deixando o cargo nas mãos do vice, Márcio Tuma. A saída foi recebida com alívio por grande parte da torcida, que apontava a gestão como principal responsável pela sucessão de erros. Para o torcedor bicolor, 2025 terminou como um aviso: no futebol atual, promessas sem estrutura e planejamento viram ilusão — e a conta sempre chega. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave paysandu série b 2025 Brasileiro Série C COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Paysandu . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! 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