Presidente do Paysandu pede desculpa a sócios e explica retirada de ingressos: 'Renúncia de receita'
Presidente Maurício Ettinger justifica medida adotada pelo clube pelo risco de perder receita com a venda de ingressos. Papão tem bloqueios na Justiça

Após inúmeras críticas sobre a forma como foi conduzida a venda de ingressos para o clássico contra o Remo, neste domingo, o presidente do Paysandu usou as redes sociais para pedir desculpas à torcida bicolor, principalmente aos integrantes do programa de sócio torcedor. Maurício Ettinger explicou os motivos que levaram a diretoria a optar pela retirada dos ingressos físicos, o que gerou revolta dos torcedores.
“Gostaria de pedir desculpas aos associados do Sócio Fiel Bicolor pelos transtornos que tivemos com a necessidade de retirada de ingresso. Alguns fatores que nos levaram a tomar essa decisão e vou explicar a seguir. [...] Não sabemos se a atitude foi acertada. Saberemos amanhã com o primeiro teste do estádio. Informo também que após análise do que ocorreu neste jogo, decidiremos os procedimentos a serem adotados no jogo seguinte”, justificou Ettinger no Twitter.
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É preciso contextualizar. Para jogos na Curuzu, por exemplo, os torcedores integrantes do Sócio Bicolor não precisam comprar ingressos nem fazer a retirada da entrada em nenhum local, basta estar em dia com a mensalidade e apresentar o cartão do programa direto nas catracas. O rival, o Remo, manteve esta prática para o jogo deste domingo no Mangueirão.
Mas o Papão fez diferente. Primeiro estipulou um "check-in" dos torcedores, que, basicamente, é uma plataforma que avisa ao clube quantos sócios confirmaram presença no jogo para, assim, a diretoria alviceleste conseguir calcular quantos ingressos avulsos colocaria à venda.
Esse sistema foi anunciado na sexta-feira (24), mas logo descartado para uma opção em que todos os Sócios Bicolores tivessem que se dirigir a uma das duas centrais do programa (sede social, em Nazaré, ou Estádio da Curuzu) para a retirada do ingresso físico até às 18h deste sábado. Quem não conseguir terá que comprar um ingresso avulso, que varia de R$ 60 (arquibancada) e R$ 100 (cadeira).
Nas redes sociais, dezenas de torcedores reclamaram da ação (como no vídeo acima) justamente por ir contra o princípio básico do programa de sócio torcedor, que é a conveniência e a praticidade.
Explicação do presidente Maurício Ettinger
Em seu perfil oficial no Twitter, o presidente alviceleste justificou a decisão tendo em vista o lado financeiro. Ele alega que o clube não pode correr o risco de perder receita da venda de ingressos neste momento em que a Justiça bloqueou quase R$ 1 milhão em cotas de patrocínio por conta de dívidas do clube.
“O primeiro [motivo da decisão] deles é o fato da carga [de público do estádio] estar reduzida [a 12.500 ingressos para a torcida do Paysandu]. Hoje o clube conta com aproximadamente 5.500 sócios. Reservar todos esses lugares, somado aos compromissos com patrocinadores, gratuidades por lei e cortesia, totalizariamos por volta de 7.500 ingressos, restando apenas 5.000 para serem comercializados”, iniciou Ettinger.
“De forma isolada não seria um problema, uma vez que associados contribuem com o clube em todos os momentos e tem o direito de estar presente. Porém reservar a carga sem ter a certeza que o torcedor estará presente, causaria uma renúncia de receita do clube de até 200 mil reais”, calcula o mandatário.
“Hoje, o clube não pode se dar a esse luxo, principalmente após os recentes bloqueios noticiados. Dito isso, havia duas opções na mesa: a primeira era adotar o check-in e a segunda, distribuir ingressos”, concluiu Ettinger.
Quanto à metodologia de check-in, a explicação dada pelo presidente do Papão foram os riscos de problemas no uso do aplicativo, que só foi usado em jogos na Curuzu.
“O clube desistiu de adotar o check-in pelos seguintes motivos: 1) Pouco tempo para explicar para os torcedores o funcionamento da plataforma; 2) O sistema nunca foi testado nas catracas do Mangueirão; 3) Tradicionalmente a internet móvel ao redor do estádio deixa de funcionar em jogos com grande público; 4) A internet do próprio estádio ainda apresenta instabilidade; 5) O estádio, por se tratar de um evento teste, terá apenas 20 catracas funcionando do lado do Paysandu. Para comparação, a Curuzu tem 42 catracas”, argumentou.
Paysandu e Remo farão três clássicos consecutivos na temporada, todos no Mangueirão. Será o retorno ao estádio após mais de dois anos em que esteve fechado para uma grande reforma. O primeiro será neste domingo (26), jogo de ida da semifinal da Copa Verde, que tem mando de campo do Papão. Os rivais decidem a vaga na decisão do torneio regional na quarta-feira (29), às 20h.
O terceiro Re-Pa consecutivo será no dia 9 de abril, pela 8ª rodada do Campeonato Paraense. A data marcará a reabertura oficial do Novo Mangueirão, já que as partidas pela Copa Verde serão realizadas em caráter de evento-teste, com público reduzido.
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