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De 'novo Yago Pikachu' a barbeiro, Ramonzinho, ex-Paysandu, relata percalços da carreira no futebol

Ramonzinho iniciou a carreira no Paysandu e hoje joga em Macapá (AP), porém precisa complementar a renda mensal cortando cabelo

Fábio Will
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O futebol é visto por muitas pessoas como um esporte que traz riqueza, conforto e estabilidade a todos os jogadores, porém isso é uma realidade para uma pequena parcela de atletas, já que a grande maioria parte para outra profissão buscando complementar a renda mensal. É a situação do jogador Ramonzinho, de 25 anos, cria das categorias de base do Paysandu, mas que hoje joga em Macapá (PA). O lateral-direito ganha a vida com a bola nos pés, mas também sabe usar muito bem as mãos como barbeiro.

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Quando ainda esteve em formação no Paysandu, Ramonzinho era considerado dentro do clube uma revelação e foi chamado por muitos dentro da Curuzu como “o novo Yago Pikachu”,  uma referência ao atual jogador do Fortaleza, também fruto da base bicolor. Porém, após ser enganado por um empresário, o jogador deixou o Paysandu e hoje tenta manter as contas em dia atuando no Oratório-AP, cortando cabelo de amigos de time ou então, quando está em Belém, em uma barbearia, no bairro do Curió-Utinga.

“O futebol é a minha profissão, comecei com 10 anos e fui comandado na base do Paysandu pelo Pompeu, Nad e Ailton, mas na profissão existem pessoas de bem e outras não. Fui enganado por um empresário, com uma promessa de ir para Portugal. Acabou que me convenceu a rescindir com o Paysandu e não viajei. Tinha contrato com o Paysandu por dois anos e acabou me prejudicando”, contou.

image Ramonzinho surgiu nas categorias de base do Papão (Ascom Paysandu)

Os cortes de cabelo iniciaram na vida de Ramonzinho quando ainda era da base bicolor, quando o time foi disputar a Copa São Paulo de Futebol Júnior.

“Viajamos para a Copinha e levei uma maquininha de cortar cabelo. Chegou véspera do jogo, todos do time queriam cortar o cabelo e acabei cortando. Comecei a olhar vídeos no Youtube, cortei dos meus amigos, primos e na pandemia foi que realmente a barbearia fez sentido. Comecei a cortar em uma barbearia de um amigo, já que não estava jogando, e virou minha [segunda] profissão”, falou.

Ramonzinho joga algumas temporadas, deixa o clube, acerta com outro e nesse intervalo consegue sustentar a esposa e o filho cortando cabelo em uma barbearia de um amigo, no bairro do Curió-Utinga, em Belém.

“Quando não estou jogando fico só na barbearia. É uma grana que dá para se manter, mas não é muita. Tenho que correr atrás pelo meu filho e minha esposa. Quando acerto com algum clube, acabo dando um tempo da barbearia, mas sigo cortando cabelo dos meus amigos”, disse.

Torcedor do Paysandu, Ramonzinho possui um sonho de retornar ao clube, ter estabilidade financeira, mas também seguir na carreira como barbeiro.

“Meu sonho é o mesmo de anos atrás. Poder vestir a camisa do Paysandu, ter sequência de jogos, se um dia tiver essa oportunidade, poder honrar essa camisa que vesti como atleta e também como torcedor, e ter uma carreira vitoriosa. Todo menino que sai da periferia possui esse sonho, de ajudar a família. Hoje tenho filho e quero poder proporcionar o melhor a ele, mas também de ter uma barbearia boa, grande e que possa viver disso”, finalizou.

Além do Paysandu, Ramonzinho atuou no Pará por Bragantino, Izabelense, Carajás, São Raimundo, Itupiranga, Vila Rica e São Francisco, pelo qual disputou a última edição do Parazão. Fora do estado, além do Oratório-AP, o lateral já vestiu a camisa do Ypiranga-AP.

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