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André Martha responde a críticas e anuncia medidas judiciais contra ex-diretor do Paysandu

Após acusações de Fred Carvalho, ex-diretor do clube, o vereador defende as contribuições da família Martha e afirma que as doações foram pessoais e sem uso de verba pública

Luiz Guillherme Ramos

Na edição de O Liberal do último domingo (5), o ex-diretor Fred Carvalho criticou o que chamou de “aproveitamento” por parte de famílias que influenciam a política do Paysandu há anos. Entre os citados está o vereador e conselheiro André Martha Filho, mencionado em trechos que o relacionam a patrocínios das categorias de base e à construção do CT do clube.

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André fez uso do direito de resposta e rebateu todas as acusações, que, segundo ele, são infundadas e procuram unicamente entrar nos holofotes, mirando algo maior no futuro.
“Qual é o verdadeiro interesse por trás disso? Essa é a pergunta que tem que ser feita. Ele vem candidato a presidente? Quem é que vem candidato a presidente? Qual vai ser o papel dele nessa história? Tem que ver isso daí”, questiona.

Em dado momento da entrevista, Fred Carvalho questiona o patrimônio do vereador e o patrocínio à base bicolor, além de relacionar a atitude como contrária à legislação que proíbe agentes públicos de patrocinarem entidades privadas.

“Não posso utilizar meu cargo nem verba pública para promoção pessoal. Meu patrocínio com o Paysandu é particular. Não usa verba pública. É um contrato entre uma pessoa física — o contrato tá no nome do meu pai — com um clube privado. Eu não posso pegar um evento do Estado e colocar minha marca ‘André Martha’. Por quê? Porque tá sendo usado recurso público. Agora, eu patrocinar um ente privado, isso não — a Constituição não veda, tá?”, rebate.

André detalhou ainda que a relação familiar com o clube não possui qualquer vínculo financeiro, portanto, não há dívida referente a ajuda prestada por ele ou pelo pai. Ele disse ainda que o valor destinado de forma pessoal é de R$ 5 mil por mês, direcionado ao futsal bicolor de 5 a 7 anos, que está vigente por todo o ano de 2025.

“Qualquer pessoa pode ajudar. O clube precisa de muita coisa. Não tem nem como cobrar nada, porque meu pai e eu nunca anotamos nada. Não existe dívida. O Paysandu não tem dívida com a gente e nunca terá. Meu pai doou tempo e dinheiro para a construção do CT, eu ajudo várias modalidades. Todo mundo ajuda. O torcedor comum foi levar saca de cimento para construir o CT”, recorda.

Além do trabalho no Centro de Treinamento Raul Aguilera, o vereador diz que a família ajudou o clube em vários momentos, seja em infraestrutura, seja em patrocínio, citando como exemplo a construção do Bistrô Bicolor, restaurante da sede social, assim como auxílio para o basquete, futsal, futebol feminino, PapãoTV, além de ter sido diretor de comunicação do clube.

“Na minha opinião, o maior legado da minha família é o CT, que é atualmente avaliado em 34 milhões — uma valorização absurda.”

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Durante a conversa, André Martha também citou as acusações feitas contra a família Couceiro, da qual surgiram vários abnegados ao longo dos anos. Além disso, defendeu a relação do clube com os apoiadores, que, segundo ele, estão por todos os lados.

“Dizer que os Couceiro se aproveitam do clube é covardia. Eu acho que uma obra da Quadra (empresa da família) deve ser o orçamento inteiro do clube em um ano. Os caras fizeram hotel do clube, perdoaram dívida milionária. Eles merecem respeito. Eu já vi — eu, ninguém me contou — o Tony (ex-presidente do clube) perdoar uma dívida do Paysandu com eles de R$ 1.300.000 reais”, assegura.

“Até o lado da oposição também tem famílias que já ajudaram muito o clube, tá? O Paysandu já teve grandes abnegados de várias famílias. Várias famílias conhecidas de Belém ajudaram e ajudam.”

As denúncias de Fred Carvalho foram apresentadas ao Ministério Público e miram principalmente o ex-presidente Maurício Ettinger, acusado de gestão temerária, que presidiu o clube entre 2021 e 2024. André também citou o caso dele e criticou o tratamento dado ao ex-dirigente.

“Quando o Paysandu subiu, estava todo mundo feliz. Agora o Maurício não pode nem sair na rua. Não existe isso. Ele subiu o Paysandu e manteve. Não adianta achar que a conta de um clube fecha, porque não fecha. Na época do LOP, eu tenho certeza que ele meteu a mão no bolso para ajudar. Antes não era gestão temerária. Agora é? Não é isso. Era assim porque, na época, era o que tinha.”

LOP vem a ser Luís Omar Pinheiro, ex-presidente bicolor entre 2008 e 2012, época em que Fred ocupou cargos na gestão do clube, entre eles o de diretor de futebol. Martha Filho assegura ainda que irá tomar as medidas judiciais cabíveis contra o que ele considera calúnia e tentativa de “ganhar holofotes”, sem contar o silenciamento do denunciante em relação a atual gestão de Roger Aguilera. 

"Eu não vi o vídeo dele falando do Roger. O Roger tá dando o sangue dele. Colocou o nome dele à disposição, foi pra cima, fez as apostas dele. No time teve muita contratação que todo mundo comemorou e deu errado. Tudo bem, isso acontece. Mas cadê que o Fred tá falando disso? Então, por quê? O que ele quer? Qual é o interesse dele?", pergunta, antes de garantir que vai buscar justiça após as acusações.

“A gente tá montando uma ação — e não é só ação —, eu vou entrar com queixa-crime, tudo que eu puder contra esse cara. Pode ter certeza absoluta. Eu não sei qual é a pira dele comigo. Acho que tem um pouco da questão de engajamento. É fácil bater no André Marta. ‘Ah, é vereador, é polêmico.’ Porque eu venho da comédia. Aí eu viro vereador e já não posso mais ser comediante, já não posso falar as coisas que eu falava. Tudo que eu faço, errado. Tudo que eu falo, errado. pegando porrada toda hora. É muito fácil me bater”, lamenta.

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Futuro

Recentemente, André e o pai foram hostilizados na saída da reunião do Condel bicolor. Na ocasião, ele postou em suas redes sociais que está fora do clube, assim como o pai, que entregou o cargo de diretor do CT. Ao ser questionado se a decisão era definitiva, ele diz que está avaliando a questão política do clube, mas que nunca irá romper com a instituição.

“Até um ano atrás eu era o melhor torcedor do clube. Agora, você desce com o seu pai de 60 anos e as pessoas gritam ‘uh, vai morrer!’, me dão chute, empurrão e dedada. Na hora eu falei aquilo, mas eu estou avaliando. Meu pai entregou o lugar no CT. Estamos avaliando o que vamos fazer, mas nunca desistir do clube. Talvez eu não me envolva politicamente dentro do clube, mas ajudar nós sempre ajudamos. Quantas vezes meu pai não poderia estar em uma obra dele, mas foi para o CT? A gente se dedica ao clube, e o clube não deve nada para ninguém da nossa família”, encerra.