Representantes da região Norte somam menos de 1% da delegação brasileira em Tóquio

Com dois atletas paraenses e um de Roraima região é a que tem menos atletas

O Liberal

A região Norte não representa nem 1% da delegação que foi para as Olimpíadas de Tóquio. Dos 309 esportistas que foram para o Japão, apenas três são nortistas. A região tem menos atletas do que os naturalizados brasileiros, que somam nove. Já o Sudeste, tem o maior número, com 190 competidores, o que significa mais de 60% do time olímpico brasileiro.

Lucas Mazzo, da marcha atlética, e Rogério Moraes Ferreira, do handebol, são os representantes paraenses. Já o nadador Luiz Altamir, de Boa Vista, representa Roraima . A região Norte é composta por Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, detém 8% da população do país. 

O Nordeste, apesar de ser a segunda região mais populosa - com 28% -, tem 45 atletas e o Sul, que possui a metade de habitantes do Nordeste, levou 47 competidores. Já o centro-oeste, tem 15 atletas em Tóquio. Esses dados levantam uma questão muito importante: a desigualdade entre as regiões. 

Para continuar com o sonho de se tornar atleta profissional, os três esportistas do Norte precisaram migrar para outros estados. Além disso, a falta de investimentos e estruturas, leva muitos atletas brasileiros saírem do país. 

“A região não tem tantos recursos para investir no esporte, é bem pobre e precisa de melhorias no sistema de saúde e de saneamento. O esporte acaba ficando de lado, e isso faz com que muitos desistam por falta de estrutura, por não ter apoio. Até se tornar profissional, há gastos com material esportivo, alimentação e suplementos, além de custos para tratar lesões”, disse  Rogério, em entrevista para a Folha de São Paulo.

Gênero: Um dado positivo, é o número de mulheres participando dos Jogos Olímpicos, cerca de 47% da delegação brasileira. Vale lembrar que há algumas décadas não havia equipes femininas em alguns esportes. Como em Barcelona, no ano de 1992, em que a nadadora paraense Monica Rezende não pôde participar. 

Dos 309 atletas, 145 são do sexo feminino. Além disso, dentre os competidores, 19 são homossexuais e 26 se declararam bisexuais. 

Bolsa do Governo: Segundo dados do Time Brasil, dos 309, mais de 75% recebem o Bolsa Atleta, projeto criado em 2013 para ajudar esportistas. O auxílio está dividido em quatro categorias: o Bolsa Pódio, que varia de R$ 5 mil a R$ 15 mil (87 esportista recebem); a Bolsa Olímpica, com ajuda de R$ 3,100 mil (61 atletas ganham); Bolsa Internacional, com R$ 1.850 mil (59 desportistas utilizam); e o Bolsa Nacional, que dá R$ 925 reais (contempla 24 atletas). 

Outro dado que mostra a dificuldade de seguir no esporte, é que pouco mais de 42% dos atletas (131) não têm patrocínios. Cerca de 13% (41) tiveram que recorrer a vaquinhas para bancarem a sua ida para Tóquio. E aproximadamente 10% (31) não vive do esporte, sendo motoristas de aplicativos (5), empresários (4), profissionais da educação física (4), marketing (3), administração (3), professores (2), vendedores (2) e fisioterapeutas (2).

Esses dados escancaram a desigualdade social que o Brasil tem. Com centros de treinamentos sucateados, sem estruturas, muita das vezes, os atletas têm que escolher entre trabalhar e viver o sonho Olímpico. Enquanto isso, as grandes potências nos Jogos (EUA, China, Rússia, Japão), que investem na educação e no esporte desde a base, seguem no topo dos quadros de medalhas. 

(Aila Beatriz Inete, estagiária, sob supervisão de Pedro Cruz, coordenador do Núcleo de Esportes)

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