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Dupla paraense produz capacetes para Barrichello e Felipe Drugovich, piloto da Fórmula 1

Felipe Braga e Lucas Braga trabalham na Veloz, empresa que faz equipamentos de pilotos de várias categorias do mundo. Em entrevista ao O Liberal, eles contam detalhes do sonho que mantem vive a chama do automobilismo no Norte do Brasil.

Caio Maia
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O que Felipe Drugovich, piloto de testes da Aston Martin, equipe da Fórmula 1; e Rubens Barrichello, campeão da Stock Car e ex-piloto da Ferrari, têm em comum? Os dois utilizam capacetes confeccionados por uma dupla paraense. Ambos têm equipamentos produzidos pela Veloz Racing, empresa criada por Felipe Braga, ex-piloto de kart nascido em Belém. Hoje, ele e o filho, Lucas Braga, trabalham desenvolvendo capacetes e assessorando pilotos ao redor do mundo, mantendo viva a chama do automobilismo no Norte do Brasil.

Durante as festas de final de ano, pai e filho estiveram em Belém para relembrar as raízes e rever amigos. Atualmente, os dois não moram mais no Pará e se dividem entre São Paulo e Itália, local das duas sedes da Veloz Racing.

Em entrevista ao Núcleo de Esportes de O Liberal, Lucas Braga contou que, além da confecção de capacetes, a Veloz também realiza o serviço de coach de pilotos, para várias categorias. Porém, de acordo com ele, a principal delas é o kart.

"O estúdio trabalha com todas as categorias: kart, Fórmula Vee, Stock Car, Fórmula 4 brasileira, Fórmula 1... Trabalhamos com coach de pilotos, na Europa, e com confecção de capacetes, no Brasil. No entanto, como coach, muito mais voltados para o kart. Trabalhamos muito com isso na Itália", disse Lucas.

O início de tudo

A Veloz surgiu de um sonho dentro do automobilismo. Lucas conta que o pai era piloto de kart no início dos anos 2000 e vivia a efervescência de uma geração que cresceu vendo as vitórias de um dos grandes ídolos brasileiros, Ayrton Senna, dez anos antes. Apesar disso, as condições do esporte no Brasil eram difíceis, o que fez com que Felipe fosse para a Itália, centro do automobilismo mundial, para crescer na carreira.

"A empresa começou com meu pai, que era piloto de kart e sempre foi apaixonado por automobilismo. A escola de pilotos dele veio da época do Senna, então eles têm uma paixão diferente pelo esporte. Ele foi piloto na Itália em 2010 e, depois da carreira nas pistas, decidiu criar a Veloz. No início, ele ficou por lá, trabalhando apenas como coach e, aos poucos, a empresa foi se tornando o que é hoje", explicou Lucas.

A “joia” da velocidade

image Capacete produzido pela Veloz pra piloto paraense. Inspirado nas cores da bandeira do Brasil (Sidney Oliveira/ O Liberal)

De acordo com Lucas, a Veloz recebe contatos de pilotos do mundo inteiro para confeccionar capacetes. Ele conta que, entre os principais mercados da empresa, está o automobilismo da Ásia, sobretudo do Oriente Médio. Segundo Lucas, a Veloz quer fazer com que cada piloto não veja no capacete apenas um equipamento de segurança, mas sim um "objeto de desejo".

"Quando tem campeonato brasileiro de kart fazemos um stand da Veloz para divulgar a marca. Nosso nome nas redes sociais é muito forte e alcançamos com nosso capacete um status de 'objeto de desejo'. O Brasil tem vários estúdios de capacetes, mas nenhum com a nossa exclusividade. Meu pai sempre diz que não preparamos capacetes, mas sim uma joia", explica.

O passo a passo para a confecção de um capacete personalizado não é simples. Lucas conta que a empresa precisa conhecer bastante o jeito de ser do piloto. Para isso são aplicados questionários para que a essência de cada atleta seja identificada.

"Temos um estúdio com contatos com as fábricas de capacete mais renomadas do mundo. Recebemos os equipamentos e fazemos o trabalho de confecção no estúdio, em parceria com o piloto. Como esse trabalho é exclusivo, fazemos um questionário com o piloto, buscando entender as referências dele para começar o desenho. Fazemos tudo com muita calma e atenção", explica.

Kart no Pará

image Campeonato Paraense de Kart ocorre em Castanhal

O kart é uma das principais categorias do automobilismo no Pará. Apesar da falta de popularidade no estado, o kartódromo de Castanhal segue sendo o grande pilar do esporte na região.

Mesmo fora do Pará há algum tempo, Lucas conta que vê o kart paraense possui uma força no cenário brasileiro. Ele diz que o estado é um dos poucos do Brasil em que a modalidade nunca morre. Apesar disso, ele atribui a falta de praticantes no esporte ao alto custo de manutenção.

"O kart é presente em Belém, temos uma categoria forte no Pará, mas o esporte é caro. Por conta disso, temos poucos pilotos competindo, mas a categoria nunca morre. A pista de kart de competição fica em Castanhal e o campeonato paraense é disputado lá. De vez em quando a pista recebe provas da Copa Norte de kart, mas o centro do automobilismo do Brasil e é em São Paulo, por isso nos mudamos pra lá. Depois tivemos que ir pra Itália, que é o centro do automobilismo mundial", finaliza.

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