Capoeira: expressão cultural em movimentos alia dança, música e artes marciais; vídeo Contramestre San, do grupo Muzenza, iniciou sua trajetória na capoeira há 25 anos e reforça: 'Muda vidas' Dinei Souza 26.03.22 16h00 Grupo Muzenza se reúne no bairro da Marambaia (Sidney Oliveira/O Liberal) A capoeira tem sua herança ligada à época da escravidão no Brasil, uma atividade anteriormente classificada como ilegal; associada à marginalidade e aos negros transportados da África para trabalhar no Brasil à força. A capoeira surgiu como uma forma de luta e resistência, assim como um símbolo de representação da cultura do país pelo mundo, pois mistura dança e golpes, música e artes marciais. Há 25 anos, Saint Clayr Solano, 38 anos, mais conhecido como contramestre San, começava sua trajetória na capoeira no grupo que hoje coordena no bairro da Marambaia, em Belém, o Muzenza. Ele vê com bons olhos a expansão da modalidade e salienta os propósitos basilares do grupo. “O principal objetivo é manter o legado da capoeira, respeitar os mais velhos, difundir a capoeira em todas as vertentes com ênfase na capoeira luta e esportiva”, explica. O contramestre San conta que não existem restrições para iniciar na capoeira. Tanto que, hoje, ele ministra aulas para crianças a partir de 4 anos até a idade adulta e ainda faz destaca vários casos em que houve mudança significativa de vida para os que decidem “entrar na roda para jogar”. “A capoeira muda vidas, tanto em questão de saúde, quanto em questão financeira, quanto em questão de oportunidades. Eu tenho alunos dando aulas fora do país e eles mudam a vida dessas pessoas também”, ressalta. Grupo Capoeira Muzenza José Silva, Fernanda Lima e Contramestre San (Foto: Sidney Oliveira) José Silva, Fernanda Lima e Contramestre San (Foto: Sidney Oliveira) Fernanda Lima (Foto: Sidney Oliveira) Contramestre San (Foto: Sidney Oliveira) (Foto: Sidney Oliveira) (Foto: Sidney Oliveira) (Foto: Sidney Oliveira) Sidney Oliveira /O Liberal (Foto: Sidney Oliveira) (Foto: Sidney Oliveira) (Foto: Sidney Oliveira) Um exemplo de virada de vida a partir da prática da capoeira é Fernanda Lima, 22 anos, que começou há 11 anos na modalidade por meio de um projeto da escola em que estudava. Hoje ela é monitora do grupo e conquistou, em 2017 e 2020, o terceiro lugar no mundial de capoeira do grupo Muzenza. Fernanda, que na roda é conhecida como “Punky”, relembra como a capoeira mudou sua vida e que jamais havia feito qualquer esporte ou arte marcial. “Poderia ter me envolvido com coisas erradas. O esporte mudou minha dinâmica, meu modo de pensar e de agir, passei a respeitar as pessoas em casa e na rua. Eu era muito estressada e muito bruta”, alega. Outro caso de transformação de vida é o de José Silva, 17 anos, que também iniciou na modalidade a partir de um projeto escolar. Ele mesmo conta que passou a jogar capoeira como diversão, pois não tinha conhecimento sobre a importância da modalidade. Com os anos, o “Rato” - como é chamado na roda - passou a integrar a capoeira em sua vida. “De início foi mais por conta de um lazer, não era algo presente e divulgado. Depois disso passei a jogar e ganhar as graduações. Participei de alguns campeonatos e com o tempo fui aperfeiçoando os movimentos”, relembra. De acordo com José, a capoeira é um esporte de inclusão para todos, sem distinção de cor, de credo, de classe social. É um esporte completo, reforça. “Se você não quer lutar, você vai cantar, você vai tocar, você vai jogar, você vai conhecer a história, porque, além de tudo, capoeira é cultura do Brasil”, exalta. A capoeira é jogada por duas pessoas que se enfrentam no meio de uma roda formada por outros capoeiristas, ao som de palmas, do atabaque, do berimbau e do agogô. Entre as principais características estão a defesa pessoal e movimentos corporais ágeis. Em 2008 a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro e em 2014 a roda de capoeira recebeu o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Existem vários estilos de capoeira, mas as três principais são: Capoeira Angola: modalidade mais antiga. Consiste em mais golpes próximos ao solo, possui ritmo musical mais lento e durante a roda os praticantes não batem palmas. Capoeira Regional: criada pelo famoso mestre Bimba, possui um ritmo musical mais rápido e seco, além de movimentos mais suaves. Enquanto alguns integrantes jogam capoeira, os outros participantes ficam em pé batendo palmas. Capoeira Contemporânea: é uma prática mais recente, surgiu na década de 70. Reúne algumas características da Capoeira Angola e Regional. A finalidade dessa categoria é realizar movimentos mais rápidos e mais enérgicos. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave esportes mais esportes capoeira muzenza marambaia jornal amazônia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Mais Esportes . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. 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