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Juventude promete 'medidas cabíveis' após cartão de Ênio gerar nova suspeita de manipulação

Estadão Conteúdo

O cartão amarelo recebido pelo atacante Ênio, do Juventude, durante a derrota por 5 a 0 para o Fortaleza, no sábado, gerou um alerta de possível manipulação de resultados. Casas de apostas perceberam um volume incomum de apostas na opção de advertência ao jogador, por isso a suspeita de que o ato foi deliberado para beneficiar apostadores. A informação, divulgada inicialmente pelo site GE, foi confirmada pelo Juventude. Procurada, a assessoria de imprensa do atleta ainda não tem um posicionamento sobre o caso.

No texto, o clube gaúcho cita a "reincidência dos fatos", uma vez que Ênio já havia sido apontado como suspeito de manipulação em outra ocasião, há pouco mais de um mês, e afirma que tomará providências, porém sem especificar quais.

"O Esporte Clube Juventude informa que, diante da reincidência dos fatos publicamente divulgados e que motivaram a abertura de uma investigação por parte das autoridades competentes envolvendo o atleta Ênio, adotará, internamente, as medidas cabíveis. O Clube reafirma seu total e irrestrito compromisso com a integridade, o jogo limpo e a ética. O Esporte Clube Juventude segue à disposição das autoridades competentes para colaborar com o completo esclarecimento dos fatos", diz a nota.

Ênio sofreu a advertência ao dar uma entrada por trás no atacante Lucas Sasha, na região do meio-campo, quando o cronômetro marcava 39 minutos do segundo tempo. Algumas casas de apostas chegaram a bloquear a possibilidade de apostar em cartão amarelo para o jogo, depois de perceberem movimentações suspeitas em seus respectivos sites.

Esta é a segunda vez que o atacante tem o nome associado à manipulação de resultados. No início de abril, Ênio foi advertido com amarelo pelo árbitro Paulo Cesar Zanovelli no segundo tempo do triunfo do Juventude sobre o Vitória, por 2 a 0, em Caxias do Sul (RS), pela primeira rodada do Brasileirão

O cartão gerou suspeita em casas de apostas e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi notificada por meio de um relatório da Ibia (Associação Internacional de Integridade em Apostas Esportivas).

Na ocasião, por meio de suas redes sociais, o atleta se declarou inocente e justificou os lances que estavam sob suspeita. "Desde o início da minha trajetória no futebol, há cerca de dez anos, sempre tive uma conduta absolutamente correta. Em minha vida pessoal, jamais me envolvi com qualquer indivíduo, grupo de pessoas ou coisa que o valha, que objetivasse algo ilícito, imoral ou desabonador", escreveu o atleta.

No início do ano, o Juventude pagou R$ 1 milhão para contratar o jogador junto ao Amazonas. Ele foi revelado pelo Botafogo e acumula passagem pelo futebol da Bélgica.

AVISOS AJUDAM NO COMBATE À MANIPULAÇÃO O monitoramento feito pelas casas de apostas, em busca de movimentações suspeitas, tem ajudado no combate à manipulação de resultados. Muitos dos casos são descobertos depois de denúncias iniciais feitas pelas bets.

"É uma comprovação do quanto o trabalho das empresas de integridade esportiva e das próprias bets são fundamentais neste combate, pois as suspeitas foram observadas quase que simultaneamente às apostas. É um serviço que já vem desde antes da regulamentação, com autorização provisória deste processo já a partir de 2024, inclusive com as casas que conseguiram a outorga por meio da regulamentação", comenta Bernardo Freire, consultor jurídico da Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) e sócio da Betlaw, escritório de advocacia especializado no setor de jogos e apostas.

Bloquear pagamentos de determinadas apostas tem sido um dos meios que as empresas encontraram para coibir atividades suspeitas. Segundo Freire, a regulamentação do setor, em vigor desde o início deste ano, estabeleceu obrigações importantes para as bets e tem ajudado a combater combinações de resultados.

"Essa mudança é essencial para as casas de apostas, que são as mais prejudicadas quando uma manipulação acontece, visto que são elas que pagam os prêmios indevidos aos manipuladores, e assim correm risco de ações dos demais apostadores", explica o advogado.

"Os projetos sócio-educativos precisam ser uma premissa básica não apenas de executivos de casas de aposta regulamentadas, mas também clubes, entidades e autoridades, a fim de que se faça um trabalho coordenado com palestras constantes desde as categorias de base até os profissionais. Sei que algumas empresas já fizeram isso, principalmente este ano, após a regulamentação, e é algo que precisa ser constante, a fim de mostrar a todas as partes envolvidas a importância e conscientização deste mercado e do jogo responsável", afirma.

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