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Vice da FPF acusa presidente de acúmulo de cargos e violações nos estatutos da CBF e FPF

A Federação vem sendo alvo de uma disputa que pode acabar nos tribunais, com alegações que vão de acúmulo de função a falsificação de assinatura

Luiz Guillherme Ramos
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A Federação Paraense de Futebol (FPF) está no centro de uma disputa envolvendo os dois nomes mais importantes na hierarquia da instituição. Ao que tudo indica, o vice-presidente Reginaldo Souza e o presidente Ricardo Gluck Paul devem aparar as arestas nas barras da Justiça comum, definindo assim o destino da “Casa do Futebol” até junho do ano que vem, quando encerra o mandato da atual gestão.

Reginaldo é um dos dois vices da instituição, mas acabou passando de aliado a "pedra no sapato" de Gluck Paul, após questionar uma série de condutas do dirigente. Segundo ele, ocorre um desrespeito ao artigo 208 da Lei Geral do Esporte, que diz ser “vedado aos administradores e aos membros de conselho fiscal de organização que se dedica à prática esportiva o exercício de cargo ou função em organização esportiva que administra ou regula as modalidades praticadas por aquela organização.” Na prática, isso proibiria também o acúmulo de cargos em duas entidades regulamentadoras, caso de FPF e CBF, onde Ricardo exerce função de presidente e vice-presidente, respectivamente.

A denúncia foi formalizada no Conselho de Ética da CBF, exigindo que o dirigente deixe a Federação Paraense. “Protocolei os fatos na CBF. Entrei com um pedido formal de afastamento do presidente Ricardo Gluck Paul da FPF. Caso ele não se manifeste, tomarei as providências legais e vamos acionar também a Justiça comum.”, explica. Hoje, Ricardo segue como presidente da FPF e vice-presidente da CBF.

Reginaldo alega uma espécie de totalitarismo por parte do dirigente, que se recusa a cumprir os trâmites legais. “Ele pode pedir afastamento por 180 dias e renovar, como prevê o regimento. Já conversamos com ele, mas ele não quer, de jeito nenhum. Queremos fortalecer a Federação e trazer benefícios. Mas hoje ele mal aparece: fica na CBF terça, quarta e quinta, e só volta sexta. Na segunda aparece por aqui. A FPF está sem assistência."

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O vice alega ainda um suposto aparelhamento na instituição. “Ele colocou o José Ângelo como presidente executivo, passando por cima de mim e do outro vice, Ricardo Oliveira.”

A gota d’água, no entanto, teria sido uma suposta fraude na assinatura do próprio vice-presidente. “Eu assinei presencialmente uma circular para mudar a assembleia para aprovação das contas de 2024, de 25 para 30 de junho. No dia seguinte, publicaram um edital em jornal de grande circulação assinado por mim. Eles copiaram minha assinatura da circular original. Questionei, tentei resolver no diálogo, mas não teve jeito. Reuni os advogados e fui pra cima", completa.

Ricardo Gluck Paul contesta

O presidente da FPF, em sua defesa, diz acreditar que o vice teria sido incentivado a entrar na Justiça com base em fundamentos que não se justificam juridicamente. “Alguns advogados, ligados à oposição, devem estar ‘dando corda’ para ele seguir com isso. Ele entra com um documento pra dizer que eu não posso exercer o cargo. Só que ele está entrando numa seara em que, na CBF, sempre houve acúmulo de cargos. Nunca houve renúncia por isso”, explica.

Ricardo acrescenta ainda que não há impedimento, conforme o próprio artigo que Reginaldo toma como base para a denúncia. “No documento ele fala do artigo 208 da Lei Geral do Esporte, que proíbe que você acumule cargos em duas entidades, mas isso é mentira. O artigo fala de acúmulo em entidades de prática desportiva, tipo ser presidente do Paysandu e da CBF, mas não fala de entidade de organização, como os casos de FPF e CBF. Isso é uma coisa esdrúxula, uma distorção da realidade.”

Por fim, Gluck Paul cita outro artigo alegado por Reginaldo e novamente desfaz o entendimento do vice.

“Ele fala, também, do artigo 6º da FPF, que define os poderes da FPF e diz que é vedado que você ocupe qualquer poder da entidade e seja membro da diretoria de entidade ligada à FPF. Só que na CBF eu não sou membro de diretoria. O que eu não posso é ser presidente da FPF e diretor jurídico da CBF, por exemplo. Por fim, ele diz que a CBF proíbe, mas isso não existe. O que proíbe são dois cargos executivos na mesma casa. Não pode ser presidente da FPF e diretor de competições. Eu não consigo entender que ele acredite naquilo que está pedindo. Não tem base no mundo dos fatos”, encerra.

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