Presidente da FPF nega renúncia e fala sobre crise na entidade: 'Peça de ficção' Desde que Ricardo Gluck Paul passou a acumular os cargos de presidente da FPF e vice-presidente da CBF, uma série de conflitos foi registrada, tendo como figura central Reginaldo Souza, um dos vice-presidentes da federação. Caio Maia 30.07.25 8h00 Ricardo Gluck Paul, presidente da FPF e vice da CBF. (Reprodução / CBF) Faltando pouco menos de um ano para o fim do mandato, a gestão de Ricardo Gluck Paul na Federação Paraense de Futebol (FPF) vive um momento de tensão interna. Pelo menos é o que indicam as recentes movimentações nos bastidores da entidade. Desde que o dirigente passou a acumular os cargos de presidente da FPF e vice-presidente da CBF, uma série de conflitos foi registrada, tendo como figura central Reginaldo Souza, um dos vice-presidentes da federação. Entre os episódios relatados estão denúncias de suposta falsificação de assinatura, busca não autorizada por procurações de representantes de ligas do interior e tentativa de impugnação da prestação de contas da entidade pela Assembleia Geral. O capítulo mais recente foi o envio de um pedido formal de renúncia de Gluck Paul, feito por Reginaldo ao Conselho de Ética da CBF. Diante das contestações à sua permanência no cargo, o Núcleo de Esportes de O Liberal procurou Ricardo Gluck Paul, que aceitou comentar o caso. Em uma conversa de mais de uma hora, o dirigente apresentou sua versão dos acontecimentos em ordem cronológica. Ao final da entrevista, negou a possibilidade de deixar o comando da entidade. “Não há possibilidade de renúncia”, declarou. Saída e presidência interina de Reginaldo Souza FPF vive crise institucional (Arquivo O Liberal) Ricardo Gluck Paul e Reginaldo Souza foram eleitos em 2022, na mesma chapa que venceu a eleição da FPF. Desde então, Reginaldo vinha mantendo uma atuação mais discreta, sem grandes exposições públicas, mas com participação ativa na articulação política da entidade. Segundo Gluck Paul, no mês passado, ele decidiu prestigiá-lo, transferindo a presidência em exercício da FPF, enquanto cumpria compromissos como vice da CBF, no Rio de Janeiro. "Saí para o Rio de Janeiro e, em homenagem a ele, repassei a presidência em exercício. Na época, havia duas questões importantes para resolver na minha ausência. A primeira era a reta final de uma negociação com a Alepa, que tratava da transmissão da Série A2 e A3 do Parazão, garantindo recursos para os clubes. A segunda missão foi comandar a assembleia geral de prestação de contas", explicou Gluck Paul. Pedido de procurações e alegações de “movimentos estranhos” Luiz Omar Pinheiro, ex-presidente do Paysandu (Marcelo Seabra - Arquivo O Liberal) O dirigente afirmou que, logo após o início da presidência interina de Reginaldo Souza, passaram a ocorrer situações que classificou como “movimentos estranhos” na rotina da FPF. O primeiro deles teria sido o relato de que filiados estavam sendo procurados para assinar procurações que permitiriam à presidência interina representá-los na assembleia de prestação de contas. Segundo Gluck Paul, esse procedimento não havia sido combinado previamente e não era comum na entidade. Na mesma semana, uma série de críticas à gestão da FPF passou a circular nas redes sociais, feitas por Luiz Omar Pinheiro, ex-presidente do Paysandu e sócio do Santa Rosa, clube da primeira divisão do Campeonato Paraense. "Percebi uma ligação entre os episódios, porque começou uma onda de fake news. O Luiz Omar falava de fatos distorcidos, atribuía credibilidade a eles e divulgava isso em massa. Ele incentivava que os clubes fossem à assembleia para barrar a aprovação das contas", afirmou Ricardo. Alteração da data da assembleia e publicação do edital De acordo com Gluck Paul, às vésperas da assembleia, o setor contábil da FPF identificou incompatibilidades em parte da documentação — cerca de 6 mil páginas que seriam analisadas. Diante disso, foi solicitada uma nova publicação do edital de convocação. A medida, segundo ele, foi autorizada formalmente por Reginaldo Souza e registrada conforme determina o estatuto da entidade. "Nós chamamos o Reginaldo, e ele remarcou a assembleia conforme o estatuto, que exige publicaçãodo edital em três jornais de grande circulação. Ele assinou um documento autorizando a nova convocação. Além disso, por praxe, o edital foi disponibilizado no site da FPF, com assinatura digitalizada, como forma de reforçar a transparência", afirmou. Ricardo ressaltou que apenas o edital publicado nos jornais e registrado na federação tem valor legal. “O site serve apenas como instrumento adicional de divulgação”, disse. Problemas com assinatura A assembleia foi realizada conforme a nova convocação. Gluck Paul retornou a Belém e presidiu a sessão, que, segundo ele, aprovou as contas da gestão com ampla maioria. Apenas o Santa Rosa votou contra. "A assembleia transcorreu normalmente. Mas, já no encerramento, o representante do Santa Rosa perguntou ao Reginaldo se ele reconhecia a assinatura publicada no portal. Ele disse que não. No dia seguinte, foi à delegacia registrar uma denúncia de falsificação de assinatura. É importante esclarecer que se trata de um documento digital, com os registros oficiais em conformidade com o estatuto", explicou. Situação política e permanência Ricardo Gluck Paul, presidente da FPF (Ivan Duarte/ O Liberal) Questionado sobre a possibilidade de renúncia ou afastamento, Gluck Paul afirmou que continua com respaldo interno para seguir à frente da entidade. "Temos o apoio dos filiados. Nosso grupo está unido, e é um grupo grande", declarou. Segundo o presidente, Reginaldo Souza já não fazia parte da composição planejada para a próxima eleição, prevista para o ano que vem. “Ele já não viria como vice em uma futura chapa. Lamentavelmente, pode ter entendido essa conjuntura como uma oportunidade para assumir o cargo e se lançou nesse processo. Essa teoria que eles criaram é uma peça de ficção. É impressionante a capacidade criativa de interpretação distorcida do que se usa como argumento para contextualizar uma fantasia”, disse. Gluck Paul também destacou que a FPF vive, segundo ele, um momento de visibilidade nacional. “Tivemos destaque nos últimos três anos, e agora isso se ampliou. O presidente da FPF é nortista, está na vice-presidência da CBF, e estamos anunciando projetos importantes, como avanços no futebol feminino, melhorias na arbitragem e investimentos em infraestrutura.” O outro lado A reportagem de O Liberal procurou a defesa de Reginaldo Souza, que informou que se pronunciará oficialmente nos próximos dias. Luiz Omar Pinheiro, por sua vez, voltou a se manifestar nas redes sociais. Ele afirmou que Gluck Paul “já alcançou seu objetivo de se tornar vice da CBF” e que a permanência no comando da FPF estaria prejudicando o futebol paraense. Pinheiro também mencionou a eliminação do Águia de Marabá na Série D do Campeonato Brasileiro como reflexo da atual gestão. “Nesse fim de semana já tivemos o Águia eliminado na Série D. Será que vamos ficar mais um ano sem clubes paraenses subindo para a Série C? Ainda bem que a Tuna se classificou. Vamos ajudar a Tuna a ver se ela consegue furar essa bolha para que o futebol paraense cresça”, disse. 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