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Paralisação do Campeonato Paraense gera prejuízos aos ambulantes de estádios

Medida foi confirmada pela FPF após o primeiro caso de coronavírus no Pará

Andre Gomes, Fábio Will
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A paralisação do Campeonato Paraense devido à pandemia do coronavírus mexeu com os clubes, atletas e também com quem trabalha na informalidade, como é o caso dos vendedores ambulantes.  De acordo com dados do IBGE, cerca de 208 mil pessoas trabalham de forma informal no Estado do Pará. A maioria deles, 92%, é ligada à venda de lanches, bebidas e vestuário. Com a suspensão dos jogos do Campeonato Paraense, os ambulantes terão dificuldades.

CENÁRIO PREOCUPANTE

Em conversa com a equipe de O Liberal, o ex-vendedor de bebidas no estádio, Henrique Mesquita Alves, que hoje trabalha com entrega de frutas e verduras delivery, acredita em um cenário extremamente difícil para quem vive de vendas nas ruas. 
“O cenário é preocupante, pois quem trabalha nas ruas vendendo não possui para quem vender. As pessoas não estão saindo de casa. Não existe mais jogos de futebol, não há lazer nas ruas. A dificuldade para o ambulante é dura demais nesse período”, disse Henrique, que confessou que em dia de jogos faturava em torno de R$120 a cada evento com a venda de bebidas próximo ao estádio.

O presidente do Sindicato do Comércio de Vendedores Ambulantes de Belém, Jesus Roger Lopes Sales Vasconcelos, corrobora com a fala de Henrique e afirma que, pela falta de consumidores e sem poder cumprir com suas obrigações, muitos ambulantes irão à falência.

"Todos os seguimentos foram pegos de surpresa. O prejuízo financeiro é um valor expressivo. Não consigo dizer a quantia, mas é um valor expressivo. Em jogos de grande público no Mangueirão, estamos falando de perto de 300 ambulantes lá dentro. Fora o entorno do estádio, onde circula muitos ambulantes. É uma perda considerável".

A FEDERAÇÃO

Representantes da Federação Paraense de Futebol, o diretor jurídico, Cristino Mendes, e o diretor financeiro, José Antônio, admitiram que o combate à Covid-19, doença provocada pelo coronavírus, terá um efeito de impacto não apenas no mundo do futebol, mas para os ambulantes de um modo geral.

"Diversas atividades diretas - atletas, árbitros, comissões técnicas, maqueiros, gandulas, delegados de jogos, membros da imprensa, torcedores e até mesmo os ambulantes - e algumas indiretas serão alcançadas de forma bastante prejudicial economicamente pela paralisação da competição", disse Cristino. "Se a paralisação for só para os próximos 30 dias, o prejuízo deve ser, pelo menos, de R$ 1 milhão para os clubes", conta José Antonio, que quando questionado se o cancelamento do torneio pode ser uma solução, respondeu que "certamente".

EFEITO DOMINÓ
A equipe também conversou com Roberto Sena, supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), que acredita em um futuro nada animador para os ambulantes e economia do Estado como um todo.
“Não temos um estudo voltado apenas para os jogos, mas a dificuldade é enorme para quem sobrevive de vendas, principalmente em dias de partidas de futebol. Não temos como contabilizar os prejuízos, não existe mais pessoas dispostas a comprar, se divertir, gastar o dinheiro no lazer. Com isso o impacto é grandioso para os ambulantes e também para economia do Estado. Numa partida de futebol, existe o ambulante da água, do picolé, das bandeiras e camisas, da cerveja, do churrasquinho. Pessoas que trabalham reparando carros, que são seguranças, com transporte de pessoas para a partida. É um efeito dominó incalculável”, afirma Roberto.

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