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Do Pará para o mundo: conheça os jogadores paraenses que 'invadiram' o futebol do velho mundo

Jogadores paraenses conhecidos e outros nem tanto, apostam na realização profissional bem distante da origem, mais precisamente no futebol francês

Luiz Guilherme Ramos
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A ida de brasileiros para o futebol estrangeiro é muito comum desde a popularização do esporte, que hoje é a paixão nacional. Há quem vá por destaque nos clubes locais, enquanto existem aqueles que sequer jogam profissionalmente antes de embarcar para outros países. Nesse contexto, o Pará sempre esteve ativo e até hoje continua a mandar talentos para fora. O Núcleo de Esportes de O Liberal encontrou dois atletas que engrossam as estatísticas e hoje apostam na carreira em clubes do ‘Velho Mundo’.

Aos 34 anos, o goleiro Paulo Wanzeler disputava o que seria seu último Campeonato Paraense, vestindo a camisa do Tapajós. Depois disso a ideia era ‘pendurar as chuteiras’, mas uma reviravolta na carreira acabou trazendo novos ares e o atleta deixou a equipe santarena para vestir a camisa do Saint Remy, time amador da quarta divisão francesa, que aos poucos tem se tornado a casa de muitos brasileiros.  

“Eu estava parado há quatro meses, até surgir a oportunidade de vir para a França, através do Jaime Júnior, que mora em Portugal. Foi proposto um objetivo no clube, onde a gente conseguiu subir a equipe e ser campeão da copa da região aqui. Foi uma virada de vida bem impressionante, quando a gente pensava que já havia acabado”, conta. 

Na nova casa, Paulo precisou se adaptar e o vem fazendo com maestria. Desde a sua chegada, conseguiu ser campeão da quinta divisão e vice-campeão da Coupé de côté d’or. “A equipe é pequena, não tem torcida, mas vem com um projeto a longo prazo de nos próximos três, quatro anos, estar sempre em divisões maiores. Aqui é a quinta divisão, porém é muito disputada”, garante. 

image Paulo Wanzeler em ação pelo Saint Remy (Divulgação)

Segundo ele, a tônica do futebol francês é mais voltada para a força física. É aí que os brasileiros se sobressaem. “Aqui na França é muita força física, mais na parte tática. A técnica mesmo é um tanto complicada. Por isso que viemos, para suprir essa necessidade deles”, explica. Apesar da mudança repentina, Wanzeler diz que não sentiu tanto, por já ter tido experiências profissionais fora do país. 

“Eu já tinha jogado em outros países. Portugal, China, República Dominicana. Aqui não é diferente pelo fato de já ter jogado em outros países. Foi bem tranquilo. As dificuldades são mais em relação ao que os franceses entendem sobre futebol. Depois deu tudo certo”, revela. Em média, segundo ele, o tempo de carreira do goleiro vai até os 40 anos e Wanzeler quer aproveitar o período para expandir profissionalmente e ajudar aqueles que pretendem fazer história no futebol europeu. 

"O Saint Remy é um time que já está há alguns anos no mercado, mas nunca tinha feito o investimento com jogadores brasileiros. Queira ou não, nós fazemos a diferença. Eu também fechei uma parceria com o presidente do clube, onde indico jogadores de Belém, que tenham condições de jogar. Nas primeiras temporadas três vieram e já foram para Portugal. Mais dois estão vindo agora”, conta.

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Artilheiro

Assim como Wanzeler, quem também apostou na França e não se arrepende é o jovem atacante Andrey Aquino, cria da base do Paysandu e atualmente contratado pelo GD Castelense, de Portugal. Antes de desembarcar em terras portuguesas, o jovem compôs o esquadrão do Saint Remy, onde conseguiu o que todo atacante deseja: ser artilheiro. “Eu simplesmente acho que foi a melhor decisão da minha vida. Não vejo como poderia ser melhor. Eu encarei os projetos do clube, cada decisão e dei o meu melhor. Tudo correu bem”. 

Andrey pertenceu à base bicolor nas categorias sub-15 e sub-17, destacando-se em ambas. A notoriedade quase o leva para o sudeste, mas por uma jogada estratégica junto ao pai, acabou entrando no futebol europeu. “Eu saí do Paysandu e vim para Portugal. Tive uma oportunidade aqui aos 17 anos e joguei numa equipe da quarta divisão, chamada Porto D’ave. Me destaquei e na outra temporada assinei com uma equipe chamada Amares. Durante a temporada recebi uma proposta para a França. Junto com o meu pai eu aceitei e decidi ir para lá”, relembra. 

“Nessa temporada de 2021/22 eu tive a honra de jogar pelo Saint Remy e junto com a equipe alcançamos os nossos objetivos em grupo. Eu sempre vim de boas artilharias. Sai do Paysandu artilheiro no sub-15, sub-17, aqui em Portugal também. Quando fui para França não era diferente. No entanto, não foi fácil. O panorama da equipe é um projeto de crescimento. É um time modesto de cidade pequena, com um nível salarial bom para o nível local. A torcida é mínima, quase não tinha antes da gente chegar”, descreve. 

image Gol de Andrey que deu o acesso ao Saint Remy diante do Montbard venarey (Divulgação)

Segundo ele, o fato de ter origem brasileira acabou se tornando uma responsabilidade a mais, o qual ele tirou ‘de letra’, como se diz no futebol. “Sempre fui um pouco mais cobrado por ser brasileiro. Na europa a gente é visto como Neymar, Ronaldinho, Ronaldo. Isso dá uma pressão, mas pude me destacar aqui. A diferença com o futebol brasileiro é que nas França eles alinham muito a força física e vontade. A qualidade nem é tanta, mas a força física está no auge”. 

Andrey marcou 15 gols na quinta divisão, conseguindo o acesso com direito a gol da classificação. Em seguida, disputou a Coupé de côté d’or, onde foi vice-artilheiro e após o término recebeu nova proposta do futebol português, tudo isso aos 20 anos de idade. “Sou um jogador novo, tenho ambições de elevar meu nível e esse ano aceitei uma proposta de Portugal, onde sou familiarizado. Meu pai jogou aqui e foi o primeiro lugar onde estive. Sei que na França seria bom, mas entendo que o melhor é estar aqui em alto nível”, espera. 

Hoje, de casa nova e com boas perspectivas de conquistas, Andrey quer construir uma história no esporte, sem esquecer suas origens, quando tentou, sem sucesso, engrenar no profissional bicolor. “Nos três anos que estive na base do Paysandu sempre fui titular. Queria jogar no profissional, mas não é como eu pensava. Vi que não bastava ser bom jogador, ter qualidade. Tem muitas coisas por trás e como desde o sub-15 eu vi que times de fora mostravam interesse, eu não pensei duas vezes. Tive sondagem do Corinthians, quando meu pai deu a ideia de vir para Portugal”, encerra. 

Paraenses na França

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