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Com seis anos e família de jogadores, indígena paraense quer ser o novo 'Luva de Pedreiro'; veja

Krowapati, de seis anos, tenta reproduzir os vídeos de Iran Ferreira (Luva de Pedreiro) e seguir o caminho dos irmãos que são jogadores de futebol

Fabio Will

Um fenômeno nas redes sociais com milhões de seguidores. Esse é o baiano Iran Ferreira, o famoso “Luva de Pedreiro”, que conquistou o país com seus vídeos de chutes e comemorações exaltando o povo brasileiro e gritando “receba”. No Pará, na cidade de Bom Jesus do Tocantins (PA), um garotinho de apenas seis anos quer ser o novo “Luva de Pedreiro” e possui na família, o incentivo necessário para buscar seu sonho.


Krowapati, de seis anos, mora com os pais na Aldeia Akroti, da Tribo Gavião Kyikatejê. Os filhos do casal Ajromjipkre e Japenpramti, são apaixonados por futebol, dois deles já são atletas e moram no Rio Grande do Sul (RS) e o menor, Krowapati, quer seguir o caminho dos irmãos, tudo com o comando do pai: Seu Ajromjipkre, que mesmo com dificuldade, treinou os meninos assistindo aulas no Youtube.

“Meus meninos são tudo, o futebol é algo que gostamos e sempre esteve presente na vida de todos nós. Tenho dois filhos que jogam, foram treinados por mim depois que comecei a assistir vídeos no Youtube. Eu entrava lá, pesquisava e tentava repassar isso a eles. O menor se espelha nos dois maiores e brinca em ser o novo ‘Luva de Pedreiro’”, disse o pai.

O pequeno Krowapati já atuou em uma escolinha de futebol na cidade de Marabá (PA), distante quase 70 quilômetros de Bom Jesus do Tocantins, mas é no campinho de terra dentro aldeia é que Krowapati recebe orientações, “treina” e brinca com os amigos.

“Quando estão os quatro reunidos é uma festa, eles são bastante unidos. Nas férias, eles brincam de acertar a trave ou de tirar a camisa pendurada na trave. Foi então em que meus filhos começaram a gravar o Krowapati a chutar forte, colocado e ele se empolgou. Sempre que pode vai ao campinho chutar nos amigos, principalmente depois que viu vídeos do Luva de Pedreiro e quer ser igual a ele”, falou Seu Ajromjipkre.

O pai do garoto afirma que ele possui talento e que tem facilidade de bater na bola, principalmente por ser um instrumento pesado e que requer força e precisão.“Já via esse talento nele há tempos. Ele tem facilidade em bater na bola, bate certinho, um menino que consegue receber informações e executá-las. Como meus filhos são jogadores, isso ajuda bastante a ele vivenciar esse sonho de ser atleta e eu tento passar a ele o que estiver ao meu alcance”, contou.

Os vídeos do Luva de Pedreiro são especiais para o pequeno Krowapati, que tenta reproduzir no campinho da aldeia. Ele também gosta de cobrar faltas com barreira e passa o tempo se divertindo, enquanto que o irmão, Ikrerekupati, grava os vídeos. Eu e minha esposa damos todo o apoio a ele, que segue estudando também”, afirmou o pai.

A Tribo onde a família de Krowapati mora possui um time de futebol. O clube indígena Gavião Kyikatejê, fundado em 1981 com o nome Castanheira EC e em 2009 passou a ser chamado assim. Já em 2013, o clube conseguiu o acesso para a elite do futebol paraense com uma equipe formada na sua maioria por indígenas e tinha como principal jogador o atacante Aru, que faleceu em um acidente de automóvel em 2018. Em 2022, o Gavião disputou a elite do futebol paraense novamente, mas acabou rebaixado.

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