Após prova na escola o tirar da final em Lima, jovem chora ao ganhar passagem surpresa para o Mundial

O dia 28 de novembro de 2019 não sairá da memória do jovem Arthur Guimarães. Quatro noites depois de vibrar com a conquista da Libertadores, o torcedor do Flamengo foi às lágrimas no Maracanã, antes de a bola rolar para o confronto diante do Ceará, vencido pelos cariocas por 4 a 1, marcado pela volta olímpica com a taça do Brasileiro. O motivo? Uma passagem para Doha (QAT) como presente de aniversário.

Arthur completou 13 anos na última quarta-feira. Sem poder ir à final em Lima (PER) por conta de uma prova (de religião) na escola no mesmo dia, foi assistir ao último jogo do Flamengo sem ter ideia de que seu pai, Duílio Guimarães, daria a oportunidade de estar presente no Mundial de Clubes, de surpresa. A semifinal do Fla será no dia 17 de dezembro, contra o vencedor do duelo entre Al Hilal e Espérance.

Detalhe curioso: a passagem para o Qatar foi adquirida antes mesmo da decisão da Libertadores - mais precisamente na véspera (22). O tiro no escuro foi uma espécie de recompensa pelo fato de Arthur ter ficado pelo caminho enquanto o seu pai torcia pelos dois, direto do Estádio Monumental.

- O Arthur não pôde ir para o jogo no Peru pois tinha prova de religião no sábado... E eu fui ao encontro da minha religião em Lima (risos) - falou o pai do garoto rubro-negro, antes de contar as sensações ao longo da decisão:

- Foi uma emoção maluca. Assisti ao primeiro tempo num lugar que estava muito cheio, daí acabei indo para cima, nas últimas fileiras. Não vi nenhum dos dois gols nos últimos minutos. De vez em quando olhava por frestas. Estava nervoso e desesperançoso. Depois que saíram os gols, eu e mais uns dez que estavam perto caímos no choro. Eu só pensava no Arthur na hora da virada.

Já Arthur, impedido de presenciar in loco um título que não vinha há 38 anos para a Gávea, viu com o restante da família em sua casa, em Copacabana, logo depois de deixar o colégio. Ao LANCE!, narrou a experiência:

- Estávamos todos vendo o primeiro tempo na sala, mas fui para a cozinha pois vi que os lances estavam uns dez segundos antes por causa do delay. Vi os gols do Gabigol de lá e corri para a sala na hora do segundo, mas ninguém acreditou quando eu disse que tinha saído outro gol. Foi uma sensação muito especial, porque, como já falei para o meu pai e muita gente, não esperava ver o Flamengo ser campeão da Libertadores.

- Quando o Arthur correu para avisar do último gol, falei que não era possível, já que a bola ainda estava na defesa na hora. O Arthur chorava, chorava e parecia que estava passando mal. Desmontou na nossa frente - interrompeu a mãe de Arthur, Eliana Ignácio, se emocionando com a lembrança.

Por falar em Eliana, ela explicou que o nome de Arthur é em homenagem a Zico (Arthur Antunes Coimbra). E mais: o do filho mais novo, Eduardo, de três anos, é uma reverência a Edu, irmão do Galinho de Quintino e ex-jogador do América e do próprio Flamengo.

Feita a surpresa, cabe a Arthur, agora, idealizar outro título que consagrou o seu xará famoso:

- Agora é ir para Doha ser feliz - finalizou o torcedor mirim.