Em entrevista, Richarlison fala sobre depressão após a Copa do Mundo: 'Só pensava besteira'

No relato, o jogador relembrou os momentos de conflitos e ressaltou a importância de cuidar da saúde mental

Aila Beatriz Inete
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O atacante Richarlison foi um dos convocados por Tite para defender o Brasil na Copa do Mundo do Qatar, o desejo de todo jogador. Mas, o que era o início de um sonho acabou se transformando em pesadelo. Em entrevista para a ESPN, o brasileiro revelou que ficou muito abalado com a eliminação do torneio. 

Além da eliminação da Copa, Richarlison relatou que, na época, também teve de lidar com problemas pessoais. Tudo isso afetou a saúde mental do atacante, que precisou deixar o preconceito de lado e procurar ajuda de um profissional. 

"Tinha acabado de disputar uma Copa do Mundo, pô, no meu auge. E estava chegando assim, no meu limite mesmo. Não vou falar se matar, mas, eu estava numa depressão e estava querendo desistir… ", disse Richarlison em um dos trechos da entrevista. "Estava sofrendo muito ataque depois da Copa e com esse problema pessoal dentro de casa afetou muito, afetou logo eu [que] parecia que era forte mentalmente, sabe? Depois da Copa do Mundo, parece que desabou tudo", desabafou. 

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No relato, o atacante brasileiro também revelou que não tinha mais vontade de ir treinar. Em um dos momentos de dor, Richarlison disse que falou para o pai, um dos maiores incentivadores, que queria desistir do futebol.

"Dá até tristeza de falar assim, sabe? Por que só eu [sei] o que passei depois da Copa do Mundo e descobrindo coisas aqui dentro de casa, de pessoas que conviveram comigo mais de sete anos, é loucura. Chegar para o meu pai, que foi o cara que correu atrás do meu sonho, e falar que 'pô, pai, quero desistir', é coisa de louco", relatou.

Nesse momento de conflito mental, Richarlison abriu a mente, deixou o preconceito de lado e procurou uma psicologa para ajudá-lo. Hoje, o jogador do Tottenham reconhece que a terapia salvou a sua vida. 

"Acho que a psicóloga, querendo ou não, me salvou, salvou minha vida porque eu só pensava besteira. No Google mesmo, eu só pesquisava besteira, só queria ver besteira de morte", relembrou o jogador. "Hoje eu posso falar, procure um psicólogo, você que está precisando de um psicólogo, procure porque é legal você se abrir assim, você estar conversando com a pessoa. Hoje a professora veio me agradecer por estar levando isso para o mundo do futebol, para o mundo extracampo também, porque é muito importante e, querendo ou não, salva vidas", ressaltou Richarlison.

Um dos craques do Tottenham, o brasileiro tem 26 anos. Foi convocado por Dorival Júnior para a Seleção Brasileira e deve ser uma das peças que serão usadas pelo treinador. Além disso, após superar o preconceito, Richarlison é um dos poucos jogadores de futebol que levantam a bandeira da saúde mental no esporte.

"Eu tinha esse preconceito antes, eu falei na entrevista que eu tinha esse preconceito. Achava que era frescura, achava que eu estava doido. Da minha família mesmo, tem pessoas que acham que quem vai para o psicólogo acha que é louco, acha que é doido. Mas eu descobri isso e achei maravilhoso. A coisa melhor, a melhor descoberta que tive na minha vida mesmo", concluiu o jogador brasileiro.

Procure ajuda 

Caso você esteja passando por problemas mentais, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida). O serviço é voluntário e gratuito, de apoio emocional para todas as pessoas que querem e precisam conversar, com todo o sigilo e anonimato que é preciso. O CVV oferece atendimento pelo site www.cvv.org.br, pelo telefone 188 (24 horas e sem custo de ligação), por chat, e-mail e também pessoalmente.

Se preferir, você também pode procurar atendimento no CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) de sua cidade. São serviços gratuitos.
 

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