Venda de veículos seminovos cai 12,6% no ano passado no Pará

Já na comparação entre dezembro de 2019 e o mesmo mês de 2020, houve alta de 19%

Elisa Vaz
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As vendas de veículos seminovos e usados tiveram uma grande retração no ano passado, motivada pelos impactos econômicos durante a pandemia do novo coronavírus. No acumulado do ano, entre janeiro e dezembro, foram vendidos 177.365 veículos no Pará, o que representa uma queda de 12,6% em relação ao que foi emplacado no mesmo intervalo do ano anterior - 202.889.

Do total vendido em 2020, a maior parcela representa os automóveis (86.234). Mesmo assim, houve queda de 11,7% apenas neste segmento, já que o número estava em 97.693 em 2019. Em segundo lugar, aparecem as motos (59.511), cuja retração foi parecida: -11,8%, na comparação com o ano anterior, quando foram vendidas 67.467 motos. Houve ainda venda dos comerciais leves (23.428), que também sofreu redução de 11,8%, ante os 26.558 vendidos em 2019. Já os comerciais pesados aparecem em quarto lugar (5.768), porém, tem a segunda maior queda, de 23,6%, se comparado com as vendas do ano anterior: 7.545. Por último, a categoria “outros” responde pela maior retração, de 33,1%, sendo que foram vendidas 2.424 unidades em 2020 e 3.626 em 2019.

Segundo o presidente da Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado do Pará (Assovepa), Aldo Oliveira, este cenário de queda foi motivado pelo mercado dos carros novos. "A venda de seminovos depende da venda dos 0km. Como as fábricas ficaram fechadas um bom tempo, durante a pandemia, os novos não saíram e, automaticamente, as pessoas não trocaram de carro, então não venderam os seus seminovos ou usados", comenta.

Quando se fala apenas em dezembro, também houve retração na comparação com o mês anterior. Foram vendidos, no total mensal, 20.432 veículos, ou seja, uma queda de 6,5% em relação a novembro, quando foram vendidas 21.846 unidades no Pará. Por outro lado, se for comparado com o mesmo mês do ano anterior, dezembro de 2019, houve alta significativa de 19% nas vendas de veículos seminovos e usados.

Isso pode ser explicado pelo fato de que havia uma demanda reprimida por conta da pandemia do novo coronavírus. O presidente da Assovepa explica que, assim que o mercado foi reaberto, com a flexibilização econômica a partir de junho, as pessoas já começaram a buscar os veículos.

"Geralmente, novembro e dezembro são meses muito bons. E ainda tem o fato de que as pessoas ficaram presas em casa o primeiro semestre todo. Quem tinha dinheiro para gastar aproveitou a liberação maior, de agosto para cá", afirma o dirigente. O que foi mais vendido no mês passado foram os automóveis (10.055), seguido das motos (6.509), comerciais leves (2.876), comerciais pesados (715) e outros (277).

O advogado Neto Barges, de 28 anos, foi uma das tantas pessoas que precisaram vender o carro no ano passado. Ele conta que isso ocorreu por um conjunto de motivos. "Verifiquei que passaríamos por um momento de recessão na economia e que meu escritório, consequentemente, diminuiria o fluxo de clientes. Quando percebi isso, decidi vender o carro para diminuir meus custos mensais. O segundo motivo foi a decisão de estudar para concurso público, então não precisaria me locomover com tanta frequência como antes", lembra.

Após a venda, Neto viu seu custo mensal diminuir consideravelmente. Como agora fica mais em casa, estudando, ele também diz que não está sentindo tanta falta do carro. Quanto ao mercado, o advogado conta que conseguiu vender o veículo pela média que esperava. "Eu acho que dei um pouco de sorte. O meu carro estava bem conservado também, o que facilita a venda, mesmo em tempos difíceis", finaliza.

Atualmente, o presidente da Assovepa, Aldo Oliveira, conta que o mercado teve uma leve desaceleração em janeiro. Mesmo assim, ele acha que a tendência é melhorar nos próximos meses. "As indústrias automobilísticas começaram a fabricar mais carros, está voltando gradativamente. Isso faz com que as vendas de seminovos cresçam", adianta. Porém, o setor ainda enfrenta problemas com baixos estoques, segundo ele.

Em relação ao restante do país, o Pará ficou com o primeiro lugar entre os estados da região Norte que mais venderam em dezembro de 2020. Em seguida, aparecem Rondônia (14.853), Tocantins (12.919), Amazonas (8.606), Acre (4.396), Roraima (3.126) e Amapá (582). No total, foram emplacadas 64.914 unidades no Norte em dezembro, o que representa uma variação de 5,8% em relação a novembro (61.363) e de 17,5% na comparação com dezembro de 2019 (55.238).

No acumulado do ano, por outro lado, houve uma queda de 5% na venda de veículos seminovos e usados entre 2019 e 2020: respectivamente, 585.358 e 556.023. O Pará continua aparecendo em primeiro lugar (177.365), seguido dos estados de Rondônia (139.185), Amazonas (100.846), Tocantins (70.509), Acre (32.786), Roraima (27.833) e Amapá (7.499).

Panorama de compra e venda de carros seminovos no Pará

Novembro/2020: 21.846

Dezembro/2020: 20.432

Variação: -6,5%

Dezembro/2019: 17.169

Dezembro/2020: 20.432

Variação: 19%

Acumulado/2019: 202.889

Acumulado/2020: 177.365

Variação: -12,6%

*Fonte: Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado do Pará (Assovepa)

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