Vendas de água de coco oscilam na Orla de Icoaraci ao longo do ano
Produto é vendido a R$ 9 e sofre influência direta do clima, do turismo e do custo de compra do coco
A água de coco segue como um dos produtos mais consumidos na Orla de Icoaraci, em Belém, em 2025, mas as vendas apresentam oscilações ao longo do ano, influenciadas principalmente pelo período chuvoso e pela movimentação turística. Atualmente, o produto é comercializado a R$ 9, valor que, segundo os vendedores, tem sido mantido apesar dos reajustes no custo de aquisição do coco e da variação na procura.
Há quatro anos trabalhando no ramo, o vendedor Rafael Souza, de 24 anos, afirma que o preço não muda entre os períodos de maior e menor fluxo de consumidores. “O preço continua o mesmo. A gente tenta segurar pra não passar pro cliente”, explica. Rafael diz que o verão é o melhor período para as vendas, enquanto o inverno amazônico, marcado pelas chuvas, reduz a procura pelo produto.
Ele relata que, mesmo com o aumento de turistas em Belém neste ano, o movimento em dezembro costuma cair antes do Natal, quando muitas famílias priorizam encontros em casa. Ainda assim, a orla segue sendo um ponto estratégico. “Eu chego seis horas da manhã e já tem gente caminhando e comprando água de coco”, conta.
Com 45 anos de experiência na venda de água de coco em Icoaraci, Roberto Lima, de 59 anos, confirma a queda no movimento no fim do ano. “Em dezembro tem uma baixa. Só melhora depois do Natal e do Ano Novo. Janeiro já é inverno e quebra de novo”, afirma. Para ele, o período de maior faturamento é julho, durante as férias escolares e o verão.
O vendedor explica que os reajustes no preço do produto costumam ocorrer por conta do valor repassado pelos atravessadores. “Geralmente o atravessador aumenta e a gente tem que repassar também”, diz. Atualmente, o coco comercializado na orla vem da Bahia, já que a produção local apresenta frutos menores. Roberto também destaca que o sabor da água varia conforme a época do ano. “No inverno, a água fica mais salobra; no verão, fica mais docinha”.
Entre os consumidores, a água de coco continua sendo vista como uma opção saudável e parte da tradição local. A promotora de eventos Sheila Souza, de 50 anos, moradora do bairro Atalaia, aproveitou a manhã na orla para consumir o produto. “É mais saudável do que refrigerante. Vir em Icoaraci e não tomar uma água de coco não combina”, afirma. Para ela, além da bebida, o ambiente e a vista da maré tornam o consumo ainda mais atrativo.
Apesar das oscilações no movimento e dos custos variáveis do coco, os vendedores afirmam que não há expectativa de novos reajustes no curto prazo. A estratégia, segundo eles, é manter o preço atual para fidelizar os clientes e atravessar os períodos de menor movimento, apostando em vendas mais intensas durante o verão e as férias de 2026.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA